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Economia

- Publicada em 06 de Junho de 2017 às 12:47

Instabilidade política é desafio a investimentos no Brasil

Sartori e comitiva são recebidos pela Federação Japonesa de Negócios, com destaque à crise no Brasil

Sartori e comitiva são recebidos pela Federação Japonesa de Negócios, com destaque à crise no Brasil


Luiz Chaves/LUIZ CHAVES/PALÁCIO PIRATINI/JC
Guilherme Kolling
Depois de um dia dedicado a negociações para atrair japoneses a investir em uma megausina a carvão no Rio Grande do Sul - o que depende de uma posição do governo federal sobre novos leilões de energia com esse combustível e a dolarização dos contratos -, a missão do governo gaúcho ampliou o foco na busca de parcerias em diversos setores. Já na noite dessa segunda-feira (5), um jantar com a Toyota Motors tratou de estreitar relações e apresentar oportunidades para a montadora japonesa fazer novos aportes no Rio Grande do Sul. A sinalização foi positiva, mas nada deve sair do papel antes da oficialização da nova política automotiva nacional para empresas estrangeiras.
Depois de um dia dedicado a negociações para atrair japoneses a investir em uma megausina a carvão no Rio Grande do Sul - o que depende de uma posição do governo federal sobre novos leilões de energia com esse combustível e a dolarização dos contratos -, a missão do governo gaúcho ampliou o foco na busca de parcerias em diversos setores. Já na noite dessa segunda-feira (5), um jantar com a Toyota Motors tratou de estreitar relações e apresentar oportunidades para a montadora japonesa fazer novos aportes no Rio Grande do Sul. A sinalização foi positiva, mas nada deve sair do papel antes da oficialização da nova política automotiva nacional para empresas estrangeiras.
Nesta terça-feira (6), em reunião na Keindanren, entidade empresarial japonesa equivalente à Confederação Nacional da Indústria (CNI) no Brasil, a situação se repetiu. Dirigentes japoneses se mostraram abertos e interessados em buscar novos negócios no Rio Grande do Sul. Entretanto, questionaram quais são as condições atuais para fazer isso, demonstrando, de forma indireta - bem ao estilo nipônico - insegurança com a instabilidade política no Brasil, no momento em que, dependendo do resultado do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Michel Temer (PMDB) pode ser cassado.
O fator Brasília mostra-se decisivo em quase todas as iniciativas, por mais que o Palácio Piratini se esforce. O governador José Ivo Sartori (PMDB) minimizou esse problema. "O próprio Japão passou por situações muito difíceis, teve que fazer mudanças e encontrou a saída. Mas mesmo com as dificuldades que nós temos no Brasil - essas institucionais ou do desaquecimento da economia -, houve o indicativo de um caminho bom, com a elevação do Produto Interno Bruto em 1% (no primeiro trimestre), a queda dos juros e o controle da inflação. Isso é um estímulo que procuramos mostrar. E o próprio presidente Temer esteve recentemente aqui no Japão e foi muito bem recebido por todas as entidades, acredito que isso facilita."
Sartori ressaltou ainda que mostrou a desburocratização e as condições atrativas para investimentos externos, além de ressaltar, em todas agendas, a disposição e o interesse do Rio Grande do Sul em futuros aportes japoneses.
Na reunião na sede da Keindaren, na região de Marunouchi - uma espécie de Wall Street de Tóquio -, o empresário Massami Iijima, chairman do Comitê Econômico Japão Brasil, reconheceu o histórico de boas relações entre os países, o intercâmbio (são 2 milhões de japoneses no Brasil e 180 mil brasileiros no Japão) e os avanços dos investimentos. O Rio Grande do Sul já tem diversas empresas japonesas operando, como Toyota, Mitsubishi, Honda, Toyo, Japan Tobacco Internacional, entre outras. Também observou que uma das três unidades da Japan House no mundo fica em São Paulo. "Temos interesse total em ampliar os negócios no Brasil, em especial no Rio Grande do Sul", declarou, o dirigente que visitará o Brasil em agosto. Até lá, dependendo da situação, as manifestações podem avançar para questões concretas.
Presidente eleito da Fiergs, o industrial Gilberto Porcello Petry participou do encontro e ressaltou a importância que o Estado está dando para essa agenda. "Negócios entre empresas acontecem entre empresários. Mas a presença do governador e do embaixador do Brasil em Tóquio (André Aranha Corrêa do Lago) mostra a relevância desse encontro", disse, dirigindo-se aos japoneses.
"CNI e Keindaren estão interessadas no desenvolvimento de negócios entre os dois países. E os dirigentes virão a Curitiba para o encontro empresarial Brasil-Japão em agosto. Mas investimentos ocorrem quando as empresas veem negócios que possam dar resultado financeiro. E o Brasil, com problema ou sem problema, continua tendo 205 milhões de pessoas para consumir", completou Petry.
O industrial interpretou os questionamentos sobre as condições do País à situação provocada pela Operação Lava Jato, mas prevê uma depuração em 2018, e concorda que as manifestações de interesse japonês foram uma carta de intenções para mais adiante. "Mas quando se vê que os negócios podem ocorrer antes, com instabilidade ou não, se faz o negócio."

Mais de 200 empresários são esperados em Hamamatsu

Na tarde dessa segunda-feira, a comitiva gaúcha viajou de trem-bala de Tóquio a Hamamatsu, cidade a 231 quilômetros da capital japonesa. A distância foi percorrida em cerca de uma hora e meia por causa das diversas estações - o trem chegou a atingir 250 km/h em trechos com menos paradas. A principal atividade na cidade, onde vivem 8 mil brasileiros, é o VIII Seminário Econômico Brasileiro, promovido pelo Banco Iwata Shinkin. São esperados mais de 200 pequenos e médios empresários japoneses, que irão ouvir uma palestra do governador José Ivo Sartori sobre as oportunidades para investir no Rio Grande do Sul.
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