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Conjuntura

- Publicada em 01 de Junho de 2017 às 21:44

PIB do País cresce 1% puxado por agronegócio

A economia brasileira registrou, no primeiro trimestre deste ano, o primeiro resultado positivo após dois anos seguidos no vermelho. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira, que Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% de janeiro a março em relação ao quarto trimestre de 2016 (outubro, novembro e dezembro), já retirados os efeitos sazonais. É o primeiro número positivo desde o quarto trimestre de 2014, ou seja, após oito quedas seguidas. Em relação ao primeiro trimestre de 2016, o PIB recuou 0,4%. No acumulado de quatro trimestres, a queda é de 2,3%.
A economia brasileira registrou, no primeiro trimestre deste ano, o primeiro resultado positivo após dois anos seguidos no vermelho. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira, que Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% de janeiro a março em relação ao quarto trimestre de 2016 (outubro, novembro e dezembro), já retirados os efeitos sazonais. É o primeiro número positivo desde o quarto trimestre de 2014, ou seja, após oito quedas seguidas. Em relação ao primeiro trimestre de 2016, o PIB recuou 0,4%. No acumulado de quatro trimestres, a queda é de 2,3%.
O principal fator para o resultado positivo no primeiro trimestre foi o desempenho do setor agropecuário, que cresceu 13,4% no período, contribuindo com 0,8 ponto percentual da alta de 1%. Os serviços, que respondem por mais de 70% do PIB, ficaram estáveis. A indústria também teve resultado positivo, com alta de 0,9%.
Com o desemprego em nível recorde, o consumo das famílias seguiu em leve baixa (-0,1%). Também houve queda, de 0,6%, no consumo do governo. O investimento recuou 1,6%, ainda na esteira da recessão. O resultado do PIB veio em linha com o que projetavam analistas. A projeção central era de uma alta de 1% no trimestre.
Na divulgação do PIB, o IBGE anunciou também a revisão dos resultados referentes a três trimestres de 2016. O resultado do acumulado do ano, porém, foi mantido em -3,6%. No quarto trimestre, a queda do PIB foi atenuada, passando de 0,9% para 0,5%. No terceiro trimestre, a queda foi revista de 0,7% para 0,6%. O segundo trimestre manteve retração de 0,3%. E no primeiro trimestre o recuou foi acentuado, em vez de cair 0,6%, o PIB caiu 1%, informou o IBGE.
Embora o número aponte uma melhora, economistas afirmam que não é garantia de que o País saiu da recessão. Em termos técnicos, para que uma economia esteja em expansão, é preciso que o crescimento esteja espalhado por vários setores e em rota sustentável. Além disso, os dados que começam a sair do segundo trimestre e a mais recente turbulência política elevam o risco de que o PIB volte a cair nos próximos meses. Para especialistas, as duas características que indicam fim da recessão - crescimento em vários setores e em rota sustentável - não estão claramente configuradas no Brasil atualmente.
Apesar dos bons resultados do agronegócio, a indústria tem apresentado altos e baixos, e o setor de serviços continua sofrendo com a falta de demanda em um contexto de desemprego recorde.
Além disso, segundo economistas, o PIB pode voltar a recuar no segundo trimestre, principalmente após a deterioração do cenário político, com risco de paralisia de reformas, como a da Previdência.
"Ainda não via motivo suficiente para dizer que a recessão tinha acabado. A crise política adicionou um viés extra de baixa nessa análise", diz o economista Paulo Picchetti, da FGV.
Picchetti é um dos sete membros do Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos (Codade), que estabelece, oficialmente, o início e o fim das recessões no Brasil. Ele ressalta que foi difícil determinar o início do atual ciclo recessivo, e tudo indica que isso se repetirá no processo para registrar seu fim.
Os comitês de datação de ciclos - no Brasil e em outros países - normalmente esperam algum tempo para anunciar suas decisões e só se manifestam quando têm elementos suficientes nos quais se basear. Embora o conceito de dois trimestres consecutivos de queda seja a definição mais popular de recessão, na prática, nem sempre isso ocorre. O Codace estabeleceu o segundo trimestre de 2014 como o marco inicial do atual ciclo, embora ele tenha sido seguido por dois outros trimestres de estabilidade do PIB.

Resultado mostra que 'recuperação econômica está em curso', diz Oliveira

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, comemorou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro afirmou que o número reflete as ações da equipe econômica e do "avanço das reformas" no Congresso Nacional. "É importante ressaltar que este resultado (crescimento de 1% do PIB) reflete um conjunto de ações de política econômica que tem sido implementado nos últimos 12 meses e, em particular, o avanço das reformas econômicas no Congresso", disse o ministro, em nota divulgada pela pasta.
O Congresso aprovou a emenda que estabeleceu um teto para os gastos públicos, mas as reformas trabalhistas e da Previdência ainda estão em análise, em meio à crise política causada pela delação da JBS. No acumulado de 12 meses, há queda de 2,3% no PIB. Na comparação com primeiro trimestre de 2016, a queda foi de 0,4%.

Agropecuária contribui com 0,8 ponto percentual

Sozinho, o valor adicionado pela agropecuária contribuiu com alta de 0,8 ponto percentual na variação do PIB do primeiro trimestre em relação a igual período de 2016, informou a coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis.
O desempenho da agropecuária foi puxado pelas safras de soja, milho, arroz e fumo, que pesam 50% no valor da produção, segundo Rebeca. Como as safras de milho e soja seguem sendo colhidos no segundo trimestre, esses produtos deverão continuar impulsionando o PIB da agropecuária entre abril e junho, disse a pesquisadora.
Rebeca fez a ressalva, porém, de que a safra recorde esperada para este ano se compara com a quebra do ano passado, ou seja, a base de comparação é fraca.

Para Michel Temer, acabou a recessão; Henrique Meirelles afirma que dia é histórico

O presidente Michel Temer comemorou o crescimento da economia no primeiro trimestre. "Acabou a recessão! Isso é resultado das medidas que estamos tomando. O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer mais ainda", escreveu o peemedebista no Twitter.
O Ministério da Fazenda, em nota, comemorou o crescimento. No documento, o ministro Henrique Meirelles afirma que este é um dia "histórico" para o País. "Depois de dois anos, o Brasil saiu da pior recessão do século", diz o texto.
No entanto ainda não é possível afirmar que a recessão acabou. Todos os componentes da demanda interna (investimentos, consumo das famílias e consumo do governo) registram resultados negativos na comparação com igual período do ano anterior. No caso do indicador de investimentos, já é a 12ª retração consecutiva. Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, destaca que o crescimento de 1% da economia frente ao quarto trimestre ainda foi insuficiente para fazer o PIB sair do patamar de 2010.
"É um crescimento, claro, mas é em cima de uma base bastante deprimida. Se a gente for olhar, a gente está mais ou menos no mesmo patamar de PIB que tínhamos no fim de 2010", afirma Rebeca.
No Twitter, Temer enfatizou a necessidade da aprovação de reformas econômicas, como a previdenciária e trabalhista, que tramitam no Congresso Nacional, mas as duas estão atrasadas desde o último dia 17 de maio, quando a gravação feita por Joesley Batista, dono da JBS, veio à tona. Na gravação, o presidente Temer dá a entender que concorda com a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no âmbito da Operação Lava Jato.