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Porto Alegre, ter�a-feira, 06 de junho de 2017. Atualizado �s 22h28.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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ARTES C�NICAS

Not�cia da edi��o impressa de 07/06/2017. Alterada em 06/06 �s 18h27min

Chapeuzinho Vermelho, do franc�s Jo�l Pommerat, estreia em Porto Alegre

Chapeuzinho Vermelho, com texto do franc�s Jo�l Pommerat, estreia no pr�ximo s�bado

Chapeuzinho Vermelho, com texto do franc�s Jo�l Pommerat, estreia no pr�ximo s�bado


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Michele Rolim
Um dos expoentes da cena contemporânea internacional, o francês Joël Pommerat já teve sua obra dramatúrgica traduzida e encenada no Brasil em 2012: exemplos são Esta criança, na qual a atriz Renata Sorrah dividia o palco com os atores da curitibana Cia. Brasileira de Teatro, com direção de Márcio Abreu; e Estremeço, encenada pela gaúcha Companhia Stravaganza, com direção de Camila Bauer.
Em 2016, os espectadores brasileiros tiveram oportunidade de manter contato com o encenador francês. Ele foi convidado para apresentar dois trabalhos na 3ª MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo): Cinderela, inspirado no conto clássico dos irmãos Grimm; e Ça Ira, que inspira-se na Revolução Francesa (1789-1799) para esboçar o retrato atual de uma Europa.
Neste sábado, estreia na Capital outro texto do dramaturgo, Chapeuzinho Vermelho, originalmente desenvolvido em 2004, com direção de Camila Bauer. Essa é a primeira criação de Pommerat inspirada em contos populares - a segunda foi Pinóquio (2008) e a terceira Cinderela (2011).
Embora a motivação para trabalhar com os contos populares tenha partido de uma tentativa de despertar o interesse de suas filhas pelo seu teatro, é importante frisar que os três espetáculos de Pommerat não se restringem ao universo infantil - ele busca dialogar com as diversas idades de espectadores, construindo um espetáculo com distintas camadas.
"A intenção também é formarmos plateia para outro tipo de teatro, que tem uma outra textura cênica. Nos filmes, as crianças assistem obras com uma linguagem mais obscura e dialogam com temas como a morte e a violência. No teatro, normalmente esses temas são empurrados para baixo do tapete. Não devemos mais subestimar as crianças", conta a diretora Camila Bauer, cuja faixa etária indicativa da peça ficou em sete anos.
Neste espetáculo, é proposta uma "iniciação ao medo", como define o próprio Pommerat, na medida em que vemos uma Chapeuzinho (Laura Hickmann) que deseja sair de casa e iniciar-se na vida adulta. Depois de muitos alertas da mãe (Fabiane Severo) quanto aos perigos da vida e da estrada, a menina acaba defrontando-se com o desconhecido, com tudo o que o caminho e o lobo (Henrique Gonçalves) representam, com este ritual de passagem que o enfrentamento dos próprios medos pode propiciar.
Camila conta que, segundo o autor, muitas vezes protegemos demais as crianças na tentativa de que elas não sintam medo, buscando evitar ao máximo seu contato com suas limitações e obscuridades. Isso corrobora na formação de adultos com dificuldades de lidar com seus temores, sentindo-se acovardados diante dos riscos da vida.
Enquanto o narrador conta a história (Guilherme Ferrêra), imagens e sons vão sendo produzidos diante do espectador por meio da dança, da transformação cenográfica, da música e do uso de microfones que permeiam o espetáculo. A cena sonora é de Álvaro RosaCosta e a cenografia de Elcio Rossini.
Carlota Albuquerque, que assina a direção coreográfica do espetáculo, comenta que foram realizados sessões de ensaios para crianças e psicólogos. Segundo os profissionais da saúde, o teatro é um lugar seguro para que estas experiências possam ocorrer, estando a criança protegida pelo terreno ficcional e lúdico que o teatro engendra. Nele, as crianças têm a segurança de tratar-se de uma obra de faz de conta.
Camila, que assina pela segunda vez a direção de um texto de Pommerat (a primeira foi Estremeço, que rendeu a ela o Prêmio Braskem de Melhor Direção), diz que o que chama a atenção dela na obra desse dramaturgo e encenador são os processos de ensaios. Neles, Pommerat solicita aos atores que entrem em cena apenas quando tiverem memorizado o fragmento recebido antes do ensaio. No entanto, o texto não está acabado, vai se construindo aos poucos na sala de ensaio a partir da improvisação. "A corporeidade vai se gerando a partir da palavra e não o contrário", finaliza Camila.
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