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Opinião

- Publicada em 22 de Junho de 2017 às 21:07

A conscientização da sociedade no trânsito

O número de acidentes nas estradas do Brasil é preocupante: mais de 41 mil pessoas morrem todos os anos, vítimas de acidentes fatais, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Estatísticas indicam que 94% dos acidentes fatais são decorrentes de falhas humanas. Todos os anos, instituições não governamentais e o poder público discutem medidas variadas para educar e mobilizar motoristas, pedestres e ciclistas e para alertá-los sobre o perigo de adotar condutas imprudentes no trânsito.
O número de acidentes nas estradas do Brasil é preocupante: mais de 41 mil pessoas morrem todos os anos, vítimas de acidentes fatais, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Estatísticas indicam que 94% dos acidentes fatais são decorrentes de falhas humanas. Todos os anos, instituições não governamentais e o poder público discutem medidas variadas para educar e mobilizar motoristas, pedestres e ciclistas e para alertá-los sobre o perigo de adotar condutas imprudentes no trânsito.
Nesse sentido, destaca-se o movimento Maio Amarelo, lançado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária há quatro anos, e que, em 2017, teve o período mais frutífero. Com o objetivo de conscientizar a população sobre a necessidade da construção de um trânsito seguro para a preservação da vida, a campanha contou com a adesão de todos os Departamentos Estaduais de Trânsito do País, além de diversos órgãos de diferentes setores da sociedade civil. Neste ano, o Maio Amarelo promoveu o tema "Minha Escolha Faz a Diferença", que destacava a proibição do uso do aparelho celular ao volante, do consumo de álcool antes de dirigir, e incentivava o respeito aos limites de velocidade, o uso do cinto de segurança, entre outras atitudes.
A sociedade, sentindo-se vítima e responsável pelas casualidades decorrentes da insensatez no trânsito, abraçou o movimento. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) demonstram que houve uma redução de 25% no número de mortos no trânsito na primeira quinzena de maio de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado, e uma redução de 8% no número de acidentes.
Soma-se a esses esforços, o trabalho dos agentes do Detran por meio de blitze educativas, palestras, atividades lúdicas, além da grande divulgação por parte da mídia, com o intuito de levar o cidadão a questionar o comportamento no trânsito. Destaca-se também o papel dos Centros de Formação de Condutores (CFCs), que trabalham para estimular uma conduta altruísta e para preparar e formar motoristas que priorizem a segurança sempre que estiverem com as mãos no volante.
Nesse sentido, são peças fundamentais os instrutores de autoescolas e os simuladores de direção veicular, pois promovem a condução responsável por meio de práticas em diferentes expoentes que exigem do motorista percepção e cuidado. Hoje já é possível que o aluno vivencie a experiência de conduzir e manusear o celular ao mesmo tempo ou de reproduzir o estado de embriaguez no volante, por exemplo, o que reforça a nocividade dessas ações e fortalece os ensinamentos dos instrutores.
A cultura brasileira, já acostumada com maus hábitos, carece de um processo compreensivo e profundo de reeducação nas estradas. Valores de respeito ao próximo, ensinados a todos como premissa de uma convivência harmônica, são condições indispensáveis para melhorar as condições do trânsito. O Maio Amarelo já mobilizou pessoas de 23 países, nos cinco continentes. No Brasil, os números mostram que o cidadão entendeu a causa. Que na continuidade do ano mantenha-se a construção de um trânsito mais humanizado, a fim de reduzir as perdas e casualidades nas ruas, estradas e rodovias do país.
Empresário, advogado, vice-presidente do Grupo Tecnowise, que atua há 30 anos no mercado de tecnologia, infraestrutura e desenvolvimento de soluções para os segmentos de trânsito, veículos, simulação e mobilidade humana.
 

Chineses da State Grid vão tocar obras do Linhão de Belo Monte

TOMADA-DÁGUA-BELO-MONTE-OSVALDO-DE-LIMA Foto NORTE-ENERGIA-107

TOMADA-DÁGUA-BELO-MONTE-OSVALDO-DE-LIMA Foto NORTE-ENERGIA-107


OSVALDO DE LIMA/ NORTE ENERGIA/DIVULGAÇÃO/JC
As obras atrasadas da linha de transmissão da hidrelétrica de Belo Monte trocaram de dono. Depois de mais de um ano gasto em disputas judiciais, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) retirou da espanhola Abengoa os trechos das obras que a companhia não executou, repassando esses projetos para a chinesa State Grid.
É grande a preocupação do governo com a conclusão da linha de transmissão, que precisa estar pronta para distribuir energia da hidrelétrica em fevereiro do ano que vem. A linha de mais de 2 mil km de extensão, entre Pará e São Paulo, é erguida pela concessionária BMTE, que liderada pela chinesa State Grid.
A execução desse empreendimento tem caminhado para cumprir seu prazo, mas a linha depende de alguns trechos e subestação de energia que pertenciam à Abengoa para que entre em operação. A companhia espanhola adquiriu os projetos em leilão em 2013, mas não executou nenhuma obra.
Além da linha da BMTE, há ainda previsão para que outra rede paralela, da concessionária XRTE, também controlada pela State Grid, seja acionada em dezembro de 2019. Essa malha também precisa que os trechos da Abengoa estejam em ordem para poder entrar em operação.
Ao decidir por retirar o projeto da companhia espanhola, que quebrou financeiramente, a Aneel argumentou que, além de não ter meios de escoar a energia da hidrelétrica em construção em Vitória do Xingu (PA), o custo desse atraso teria de ser pago por cada um dos consumidores de energia de todo o País. O prejuízo foi estimado em mais de R$ 1,5 bilhão ao ano.
No acordo firmado entre a Aneel e a concessionária BMTE, o investimento previsto para a subestação que era da Abengoa será de R$ 69 milhões, custo bancado com o aumento de receita a ser paga para a concessionária. A autorização foi dada em março, com previsão de que as obras sejam executadas no prazo máximo de 12 meses.
O ministro de Minas e Energia (MME), Fernando Coelho Filho, já admitiu que há riscos de a energia gerada pela hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, não ter condições de ser 100% distribuída para o País a partir do início de 2018, por conta de atrasos nas obras da principal linha de transmissão que vai se conectar à usina.
Depois de tentar resolver o imbróglio que envolve as obras que serão executadas pelos chineses para escoar a energia para a região Sudeste, falta dar um destino a outros projetos da Abengoa que ainda não têm solução. A empresa é dona do contrato do chamado "linhão pré-Belo Monte", um projeto de 1.854 km de extensão que segue para a região Nordeste e que está parado.

Para chineses, ferrovias têm baixa rentabilidade

Brasília - Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante reunião  com membros da delegação do Banco Industrial e Comercial da China, no ministério (José Cruz/Agência Brasil)  Brasília - O ministro Henrique Meirelles durante reunião com representantes da delegação do Banco Industrial e Comercial da China. O encontro ocorreu no Ministério da Fazenda (José Cruz Agência Brasil)

Brasília - Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante reunião com membros da delegação do Banco Industrial e Comercial da China, no ministério (José Cruz/Agência Brasil) Brasília - O ministro Henrique Meirelles durante reunião com representantes da delegação do Banco Industrial e Comercial da China. O encontro ocorreu no Ministério da Fazenda (José Cruz Agência Brasil)


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
Principal foco do governo de Michel Temer para a atração de investimentos chineses, as ferrovias brasileiras foram criticadas pelos potenciais investidores. Eles disseram que, pelo fato de elas estarem desconectadas umas das outras e não formarem um sistema, sua rentabilidade é baixa. A discussão ocorreu durante o encontro empresarial Brasil-China, realizado na sexta-feira, 16, no Ministério do Planejamento, do qual participaram representantes de 35 grupos empresariais chineses, alguns deles ainda sem negócios no País.
Apesar da ressalva, as ferrovias são as principais candidatas brasileiras ao financiamento pelo Fundo Brasil-China, lançado este mês. A concessão da Ferrovia Norte-sul, entre Porto Nacional (TO) e Estrela d'Oeste (SP), e a Ferrogrão, entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), são dois exemplos de projeto a receberem recursos, disse o ministro interino do Planejamento, Esteves Colnago Jr. O conselho do Fundo deverá realizar sua primeira reunião em agosto e aprovar uma lista de projetos.
Além das ferrovias, os chineses fizeram perguntas sobre projetos de petróleo e gás. O secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério do Planejamento, Hailton Madureira, informou que o governo deverá divulgar um novo marco regulatório para o gás proximamente. Foi em resposta a um empresário chinês, que quis saber se seria possível enviar o gás para a China. Madureira explicou que essa é uma questão ainda em discussão, uma vez que a regulação sobre o uso do gás é de competência estadual. Ou seja, é algo a ser definido em coordenação com os governadores.
O secretário convidou os chineses a analisarem a possibilidade de investir em concessões para tratamento de resíduos sólidos. Ele disse que, também nessa área, o governo está concluindo uma proposta de regulamentação. Há interesse em geração de gás a partir da queima do lixo. A área de saneamento tem recebido especial atenção do governo, disse o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache.
Os chineses questionaram também se haveria possibilidade da redução dos índices de conteúdo local para projetos de exploração em petróleo e gás. Madureira informou que a norma já está fixada para os leilões marcados para setembro.
As áreas de infraestrutura e energia são as que mais claramente atraem o interesse chinês. Porém, o fundo pode financiar projetos em outras áreas. Madureira mencionou a possibilidade de investimentos em mobilidade urbana e transporte rodoviário, por exemplo. O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, destacou projetos na área industrial. Ele disse que seu país colocou em curso um programa chamado Made in China 2025 e o Brasil, por sua vez, trabalha no projeto Indústria 4.0. Esses dois esforços de reformulação, disse ele, poderiam estar mais próximos.
Apesar das dúvidas quanto à rentabilidade, as ferrovias são um ponto de interesse dos chineses, que querem a construção da Bioceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico. Um projeto que não empolga o governo brasileiro devido a seu custo elevado: R$ 80 bilhões.
Na sexta, Madureira ofereceu aos chineses o "início" da Bioceânica: a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), iniciada como obra pública em 2011 e praticamente parada por falta de dinheiro. Um trecho da Fiol, ligando o litoral, em Ilhéus (BA) até minas de ferro no interior do Estado, está em obras.
A ideia é conceder o trecho semiacabado junto com a construção do restante da linha até Araguaína (TO), onde será feita a conexão com a Norte-sul. No futuro, seria construído um outro trecho, até a fronteira com o Peru.