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Opinião

- Publicada em 08 de Junho de 2017 às 15:30

Um desafio cada vez maior e mais complexo para quematua no transporte de cargas

Gerenciar a atividade de transporte de cargas tem se tornado um desafio cada vez mais complexo para os profissionais de logística, seja para os embarcadores, seja para as transportadoras ou operadores logísticos.
Gerenciar a atividade de transporte de cargas tem se tornado um desafio cada vez mais complexo para os profissionais de logística, seja para os embarcadores, seja para as transportadoras ou operadores logísticos.
Atuar com estruturas "quebra-galhos", sem o suporte de pessoal tecnicamente qualificado, na ausência de processos formais e de ferramentas de gestão que proporcionem visibilidade para a tomada de decisão, transformará a sua vida e a sua carreira profissional em uma verdadeira "gangorra", fazendo com que você conviva com um sobe e desce contínuo. Você e a sua empresa alternarão bons momentos, fruto de garra, dedicação e boa vontade da equipe, e maus momentos, decorrente do pobre desenho operacional.
A atividade de transporte de cargas é cada vez mais percebida como um importante diferencial de nível de serviço, e isso, aliado à sua relevância em custos, a transforma em um crucial fator de competitividade para as empresas, em mercados cada vez mais disputados, onde pequenos detalhes farão a diferença.
Olhe o que tem ocorrido ao longo dos últimos anos.
Os pedidos são cada vez menores. Compra-se com maior frequência, porém em menores quantidades. E, se depender da área de vendas, cada vez mais reduziremos o lote mínimo para atendimento aos clientes. Veículos menores cada vez são mais utilizados, em detrimento dos veículos de maior capacidade. Deixa-se de transportar em veículos com custos inferiores a R$ 100,00/tonelada, e optamos por utilizar soluções que custam acima de R$ 250,00/tonelada. Parece um contrassenso, não? Sim, claro, mas é uma força que vai além da racionalidade, é um movimento desejado pelo cliente, e é ele quem comanda o mercado. E, no final, é ele quem pagará por tudo isso.
Temos cada vez mais itens diferentes sendo transportados. Quanto mais itens, maiores as dificuldades para estocar, separar, conferir, unitizar, expedir e transportar. E vale a pena lembrar que a qualidade das embalagens vem piorando ao longo dos últimos anos; ou seja, não tem cumprido uma de suas funções primordiais, que corresponde à proteção dos produtos.
Além de mais itens em pedidos menores, existe a pressão pelo controle de lotes e a sua rastreabilidade. É preciso conviver com Fifo e Fefo, atentando-se às particularidades de cada cliente.
O avanço da tecnologia, que deveria intimidar as quadrilhas de roubo de cargas, parece não ter surtido o efeito desejado, e as estatísticas negativas continuam avançando, encarecendo o transporte de determinadas mercadorias, em função das intermináveis exigências feitas pelas seguradoras e gerenciadoras de riscos.
As restrições à circulação dos veículos vêm sendo ampliadas em diversas cidades, não estando restritas mais apenas às grandes metrópoles. Está cada vez mais difícil e mais caro entregar em determinadas localidades.
Existe ainda a pressão dos custos sobre a rentabilidade das transportadoras. Muitos custos aumentam de forma inercial, sendo atualizados pela inflação, como é o caso dos salários e dos pedágios. Outros têm aumentado acima da inflação, como o caso do diesel, que pode representar de 10% a 40% do gasto operacional total. E restam aqueles que dependem de fatores diversos, como preço do caminhão e de seus implementos, autopeças, pneus, seguros etc. E existem aqueles que são invisíveis, difíceis de serem estimados, como o pagamento de indenizações a ex-funcionários, especialmente motoristas.
Falando em dinheiro, ainda existem os pesados juros bancários, pagos pelas transportadoras na obtenção de capital de giro, vital para seu tipo de negócio, ainda mais quando existe um grande "desencaixe" entre pagamentos e recebimentos. E ainda, os pagamentos a embarcadores, devido a avarias em mercadorias, furtos e extravios. Isso sem contar com as multas aplicadas pelo não cumprimento do nível de serviço acordado.
Some-se a tudo isso ainda a impaciência e a intolerância dos clientes, que é cada vez maior, que agrava indicadores de reentregas, devoluções, gastos com estadias, TDE (Taxa de Dificuldade de Entrega) etc.
Resultado final: uma atividade mais difícil, mais cara, e cada vez mais decisiva para o crescimento e desenvolvimento do seu negócio. Setores como logística, vendas, compras e customer service precisarão trabalhar muito próximos, um do outro, para fazer frente a esse cenário. Portanto, se a sua empresa não entender a atividade de transporte de cargas como algo estratégico, e não construir uma adequada proposta de valor agregado aos clientes, em breve ela sentirá os efeitos devastadores sobre o seu market-share e a sua rentabilidade.
Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Cade investiga fábricas de airbags por prática de cartel

Venda do acessório era dominada por organização que envolvia 29 executivos das empresas

Venda do acessório era dominada por organização que envolvia 29 executivos das empresas


DAIMLERCHRYSLER/DAIMLERCHRYSLER/DIVULGAÇÃO/JC
Cinco fabricantes de módulos para airbags, cintos de segurança e volantes para veículos com filiais no Brasil são alvo de processo administrativo aberto pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em investigação sobre suposta prática de cartel internacional, com efeitos no Brasil.
Segundo o órgão vinculado ao Ministério da Justiça, há indícios de que Autoliv, Takata, Tokai Rika, Toyoda Gosei e ZF/TRW combinavam preços, condições comerciais e descontos em negociações e vendas para as montadoras, além de dividirem o mercado entre elas, impedindo, assim, a concorrência.
"Também há evidências de que informações comercialmente sensíveis, como preços, volumes, capacidade de produção, entre outras, eram compartilhadas entre esses agentes", informa o Cade. As práticas, diz o órgão, eram conduzidas por 29 pessoas ligadas às empresas por meio de contatos telefônicos, reuniões e troca de e-mails no período de 2005 a 2011.
Embora as empresas diretamente envolvidas tenham sede em outros países, o Cade explica haver indícios de efeitos no Brasil, seja por meio de exportação para as filiais ou para montadoras. Elas serão notificadas a apresentar defesas e poderão ser multadas caso seja comprovada prática anticoncorrencial.
A ação faz parte de processo conduzido pelo Cade desde 2014 e envolve mais de 40 empresas de autopeças e pelo menos 100 executivos do Brasil. Até agora, foram abertos 11 processos administrativos e aplicadas multas de mais de R$ 170 milhões. A última delas, no valor de R$ 20,6 milhões, foi aplicada recentemente à Autoliv por outro processo que a empresa respondia desde 2015.
O valor foi determinado após a direção da Autoliv ter reconhecido participação nas condutas irregulares e se comprometer a cessá-las. Procurada, a Autoliv não comentou esse caso. Sobre o novo processo, informa que envolve a unidade do grupo na Suécia. A Takata, também citada no processo de 2015, afirma que ficou isenta de penalidades, informação não confirmada pelo Cade.
Em relação à nova denúncia, a Takata também alega tratar-se de unidade externa e que aguardará a apuração. O grupo japonês ficou conhecido por ser o fabricante de airbags defeituosos que geraram o maior recall global de veículos da história. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os preços de produtos em ambientes cartelizados são em média 30% mais altos do que na livre concorrência.

IPI de carro elétrico pode ser reduzido

O Ministério de Minas e Energia (MME) recebe da Itaipu Binacional, em comodato, o primeiro veículo elétrico a ser usado como carro oficial pelo Poder Executivo

O Ministério de Minas e Energia (MME) recebe da Itaipu Binacional, em comodato, o primeiro veículo elétrico a ser usado como carro oficial pelo Poder Executivo


Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
O ministro de Minas e Energia (MME), Fernando Coelho Filho, disse que o governo estuda reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que incide sobre veículos elétricos, hoje em 25%. A ideia é aplicar a mesma alíquota de veículos "flexfuel", que é de 7,5%.
"Queremos pelo menos igualar aos 7,5%. Alguns defendem até que seja menos que isso", afirmou. O ministro recebeu ontem um veículo elétrico, adaptado pela usina de Itaipu. O modelo, um Renault Fluence preto, será o carro oficial do ministro. Um eletroposto, que servirá para recarregá-lo, foi instalado em frente ao edifício do ministério.
Embora já seja realidade em alguns países do mundo, os veículos elétricos ainda não são populares no Brasil. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) discute a regulamentação para a infraestrutura de postos de recarga para esses veículos, que poderá ser explorada por distribuidoras e também por terceiros.
Mesmo sendo alto o custo do veículo elétrico e de sua recarga, o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, disse ser contra a criação de subsídios para o setor. "Não podemos, mais uma vez, inaugurar um novo subsídio cruzado no setor elétrico. A infraestrutura de reabastecimento não é barata e não parece razoável que seja paga por todos os consumidores", afirmou.