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JC Contabilidade

- Publicada em 28 de Junho de 2017 às 15:41

Geração de valor em lugar de geração de lucro

Para quem responde pela gestão de empresas - acionistas, membros do conselho e executivos - é importante a consciência de que, no mundo moderno, a perenidade das organizações requer foco na geração de valor, e não mais apenas na geração de lucro. Para os que não enxergam a profunda praticidade disso, convém lembrar que ter a empresa valorizada é conveniente e vantajoso para questões negociais de toda ordem: obtenção de crédito e suas condições, potencial joint venture ou mesmo uma eventual venda.
Para quem responde pela gestão de empresas - acionistas, membros do conselho e executivos - é importante a consciência de que, no mundo moderno, a perenidade das organizações requer foco na geração de valor, e não mais apenas na geração de lucro. Para os que não enxergam a profunda praticidade disso, convém lembrar que ter a empresa valorizada é conveniente e vantajoso para questões negociais de toda ordem: obtenção de crédito e suas condições, potencial joint venture ou mesmo uma eventual venda.
Bem sei que falar em venda da empresa causa desconforto e calafrios na maioria dos acionistas, especialmente nos de empresas de controle familiar, que tendem a ver essa posse como algo inquestionavelmente eterno. Mas é bom desmistificar o tema, encará-lo de frente, sem emoção. Quando os atuais controladores levam a empresa à Bolsa e abrem seu capital, admitindo o ingresso minoritário de novos acionistas, estão vendendo parte da companhia. Por outro lado, não cabe dizer que "jamais venderão a empresa". Primeiro, porque podem mudar de ideia, como os Moreira Sales, quanto ao Unibanco; os Vontobel, que se desfizeram da operação de fabricação de Coca Cola; ou os Leão, que venderam a Mate Leão. Segundo, porque a evolução dinâmica do mundo dos negócios, da tecnologia, da concorrência, da legislação etc. pode induzir a um movimento de alienação, como Casas Bahia em relação ao Pão de Açúcar, TAM a favor da Lan, Budweiser em direção à Imbev. E, por último, problemas societários, de gestão, econômicos, de endividamento etc. podem obrigar a venda, como ocorrido com Sadia, Gradiente, Eike Batista, Varig e tantas outras.
Não importam razões, percentual de venda, nem a pressão. Você estará tanto melhor quanto mais valor tenha sua empresa, lembrando que quem dimensiona isso é a intenção, interesse e percepção do comprador. O valor de uma empresa é um dimensionamento decorrente de dois vetores: um, quantitativo, matemático, sistêmico, previsível, decorrente de fórmulas, facilmente quantificável a partir de vendas, resultados, fluxo de caixa, market share, ebitda; o outro, qualitativo, decorrente da percepção de terceiros em relação a modelo de gestão, riscos, valores, ética, sustentabilidade, imagem etc. Você pode até contratar alguém para avaliar quantitativamente sua empresa, mas só saberá seu valor quando o mercado disser quanto paga por ela, número esse que poderá ser menor, igual ou maior do que o quantitativo, em decorrência da percepção qualitativa da sua organização.
Dentro da lógica de geração de valor, cabem duas perguntas que devem estar sempre na mente dos decisores da empresa para deliberações: com este ato - construindo a fábrica nova/abrindo mais uma loja/trocando a diretoria/ampliando ou reduzindo produtos/alterando fornecedores/ etc. - 1) estamos gerando valor? valeremos mais? 2) nos tornaremos um ativo mais atrativo para aquisição? A eventual reposta negativa sugere a não realização do pretenso ato, pois aí se aumentam custos, riscos, complexidade, controles etc.
Diante disso, fica evidente que a valorização de uma empresa hoje decorre de uma visão holística de sua condução dentro de critérios de um capitalismo inclusivo, focado os interesses e as percepções de todos os stakeholders - fornecedores, clientes, funcionários, acionistas e, por decorrência, a sociedade - e não mais apenas na busca do lucro em benefício apenas do acionista, como na visão do antigo capitalismo histórico. O empreendedor é vital e precisa ser remunerado pela iniciativa e pelo risco, mas sua existência é inócua sem consumidores, impossível sem fornecedores, impraticável sem funcionários, inviável sem remunerar os financiadores. Lucro, sem percepção qualitativa de valor, é inócuo, mas este, mesmo sem resultado pontual, é a definitiva medida de sucesso das companhias.
Fundador e presidente da Orchestra Soluções Empresariais e da Strategos Consultoria Empresarial
 
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