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- Publicada em 22 de Junho de 2017 às 14:53

Alunos incentivam preservação

Sulzbach, Luyhana e Maria Eduarda ficaram nas primeiras colocações em mostra científica

Sulzbach, Luyhana e Maria Eduarda ficaram nas primeiras colocações em mostra científica


GUERREIRO/AGENCIA ALRS/JC
De madeira e resina largamente utilizadas na indústria, a espécie de pinheiro Pinus elliottii também é considerada uma espécie invasora no País, pelas características de fácil dispersão e crescimento desenfreado que comprometem a biodiversidade. A simples presença dela provoca contaminação biológica, secando lençóis freáticos e alterando a composição físico-química da água - que tem por consequência a redução da fertilidade do solo. Além disso, as substâncias que escorrem desse tipo de pinheiro impedem o crescimento de culturas agrícolas e plantas nativas. "É uma grande praga!", afirma a estudante Maria Eduarda de Almeida, 18 anos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado (IFRS).
De madeira e resina largamente utilizadas na indústria, a espécie de pinheiro Pinus elliottii também é considerada uma espécie invasora no País, pelas características de fácil dispersão e crescimento desenfreado que comprometem a biodiversidade. A simples presença dela provoca contaminação biológica, secando lençóis freáticos e alterando a composição físico-química da água - que tem por consequência a redução da fertilidade do solo. Além disso, as substâncias que escorrem desse tipo de pinheiro impedem o crescimento de culturas agrícolas e plantas nativas. "É uma grande praga!", afirma a estudante Maria Eduarda de Almeida, 18 anos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado (IFRS).
Natural de Maquiné, município do Litoral Norte gaúcho e inserido no contexto da Mata Atlântica, Maria Eduarda é, desde criança, apaixonada pela preservação ambiental e natureza. Foi isso que a inspirou a criar, no ano passado, um projeto de investigação dentro do instituto que resolvesse o problema da contaminação ambiental do Pinus elliottii, desenvolvendo um extrato aquoso com folhas de aroeira-vermelha que inibe a germinação das sementes do pinheiro.
O custo de produção é de R$ 1,80 por litro, quantidade esta capaz de inibir o crescimento de 5 mil sementes. O trabalho rendeu a ela o primeiro lugar na Mostratec 2016, feira de ciência e tecnologia realizada anualmente pela Fundação Liberato, em Novo Hamburgo, e também o Prêmio Jovem Cientista 2017, entregue pela Assembleia Legislativa do Estado desde 2009, ao lado de outros dois jovens com ideias inovadoras e talento para as colocar em prática.
Um deles é Arthur Henrique Sulzbach, 17 anos, estudante do Colégio Santo Antônio, em Estrela. O quarto dele virou um laboratório em 2011, quando estava no 6º ano do Ensino Fundamental. Apaixonado pelo estudo de briófitas na escola, começou a raspar os muros próximos, tirar os musgos e criar em casa. "Era uma coisa bem experimental mesmo, o quarto cheirava a água sanitária", conta o estudante. Aos poucos, conheceu melhor a área de micropropagação de plantas, técnica usada em laboratórios de universidades e centros de pesquisa, e a produção caseira de mudas in vitro aumentou exponencialmente. Hoje, ele cultiva de 20 a 25 mil mudas em um espaço protegido de 15 metros quadrados no pátio.
Todo o trabalho não foi em vão. Recentemente, Sulzbach teve o insight de acelerar o processo de recuperação de áreas ambientais degradadas pela ação humana por meio da introdução estratégica de uma espécie de orquídea, a Cattleya intermedia, muito usada para fins ornamentais. O objetivo é reduzir em até 40% o tempo que uma área leva para atingir o equilíbrio do ecossistema, por conta das interações que a orquídea promove com fauna e flora da região. "Ela atrai abelhas, por exemplo, fornecendo o néctar, e esta faz a polinização. A abelha atrai um predador, um passarinho por exemplo, que atrai um gavião, e a cadeia vai seguindo", explica o aluno.
Sulzbach começa a colocar em prática a proposta em uma área de meio hectare no município, de posse da família, que teve a mata nativa derrubada há 150 anos pelo pentavô para introdução de pastagem para pecuária e que está há cerca de 18 anos em recuperação ambiental. "Estou analisando agora qual a melhor maneira de implantar as mudas, para formular um protocolo. O projeto vai desde a produção até a implantação", conta ele, que ficou na segunda colocação no Jovem Cientista. Desde o ano passado, o jovem recebe mentoria em um programa da ONG Cientista Beta. "A pesquisa abre horizontes", diz.

Prêmio Jovem Cientista 2017

1º Lugar: Maria Eduarda Santos de Almeida
Projeto: BioPatriam: preservação da biodiversidade através de planta nativa brasileira
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Osório (RS)
2º Lugar: Arthur Henrique Sulzbach
Projeto: Aceleração do processo de recuperação de áreas antropicamente degradadas com plantas da espécie Cattleya intermedia
Colégio Santo Antônio – Estrela (RS)
3º Lugar: Luyhana Costa Gessi
Projeto: Tampão metálico ajustável para poço de visita em vias públicas
Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha – Novo Hamburgo (RS)

Projeto de estudante dá solução para desníveis em vias públicas

Mecanismo que tem por base sistema de parafusos e porcas criou tampão de bueiro com altura ajustável

Mecanismo que tem por base sistema de parafusos e porcas criou tampão de bueiro com altura ajustável


ARQUIVO LUYHANA GESSE/ARQUIVO LUYHANA GESSE/DIVULGAÇÃO/JC
Luyhana Gessi, 20 anos, estudante da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, inspirou-se em um recorrente problema urbano para criar um projeto que já chamou a atenção de prefeituras gaúchas. Um dia, enquanto dirigia pelas ruas cidade, viu um motociclista passar distraído por um desnível na rua, por conta de um poço de visita (bueiro), e se desequilibrar, quase causando um acidente. Aproveitou então o conhecimento do curso de mecânica para criar um tampão com altura ajustável, que resolveria rapidamente o problema. O mecanismo tem como base um sistema de parafusos e porcas e foi desenvolvido e testado em software.
Além de trazer riscos a motoristas e pedestres com o desnível em relação à rua, o modelo convencional também demanda longos períodos para ajuste, além de estar sujeito a furtos de material elétrico, vandalismo, descarte incorreto de lixo dentro do poço e o furto da própria tampa - o que é evitado com a tampa ajustável pela presença de trava de segurança. Luyhana conta que várias pessoas ficaram interessadas pelo projeto na Mostratec, onde conquistou o primeiro lugar em Engenharia Mecânica. "Me formo no final do ano, e projeto é uma coisa que está dentro de mim. Quero fazer um curso que facilite o desenvolvimento", conta a estudante, que cogita patentear a ideia e a vender a empresas.