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Empresas & Negócios

- Publicada em 20 de Junho de 2017 às 18:35

Costurando o futuro

Lisilene, Marilene e Isa Cristina destacam as oportunidades profissionais oferecidas às mulheres do grupo

Lisilene, Marilene e Isa Cristina destacam as oportunidades profissionais oferecidas às mulheres do grupo


JONATHAN HECKLER/JONATHAN HECKLER/JC
Camila Silva
De servente de obras a técnica de modelagem de vestuário e vice-presidente da Cooperativa Amatear, a mudança na vida de Lisilene da Silva Friedrich se deu quando a costureira conheceu o Projeto Confeccionando Sonhos. Moradora do bairro Jardim Primavera, em Esteio, foi na comunidade que Lisilene encontrou a oportunidade que tanto desejava.    
De servente de obras a técnica de modelagem de vestuário e vice-presidente da Cooperativa Amatear, a mudança na vida de Lisilene da Silva Friedrich se deu quando a costureira conheceu o Projeto Confeccionando Sonhos. Moradora do bairro Jardim Primavera, em Esteio, foi na comunidade que Lisilene encontrou a oportunidade que tanto desejava.    
Assim como Lisilene, outras moradoras do bairro viviam em situação de vulnerabilidade social e econômica. Sem oportunidade de inserção no mercado de trabalho, as mulheres reivindicaram no Centro Comunitário a criação de um curso profissionalizante. A costura foi a atividade escolhida pelas mulheres que, ao entrarem em contato com a Associação para Projeto, Pesquisa e Ação Ambiental e Social (Abrasinos), alcançaram o objetivo.
Mesmo com suas ações voltadas a projetos ambientais, a associação aceitou desenvolver um projeto que viabilizasse a geração de renda para mais de 30 mulheres, moradoras do Parque Primavera e mais seis bairros que integram o Território da Paz de Esteio. "A gente entendeu que, para trabalhar o ambiental, é preciso trabalhar o social também", afirma Marilene Kostelnaki, que é presidente da Abrasinos há nove anos.
No final de 2012, a associação desenvolveu o Projeto Confeccionando Sonhos com a proposta de preparar profissionalmente as moradoras de Esteio. Para realizar o objetivo, a associação enviou uma proposta de patrocínio ao Programa Petrobras Socioambiental. Entre diversos outros projetos nacionais, o Confeccionando Sonhos foi aprovado e recebeu R$ 200 mil de verba. Com os recursos, foram adquiridas máquinas industriais de costura reta, overloques e galoneiras (máquinas para realizar acabamentos nas peças) ferros a vapor industriais e uma mesa para modelagem. Além disso, custos operacionais e uniformes foram contemplados com a verba.
Na primeira fase dos cursos profissionalizantes, as alunas aprenderam noções básicas de corte e costura. A partir disso, as mulheres sentiram a necessidade de aprender sobre outros processos que envolvem a fabricação de roupas. Cursos de modelagem foram ofertados às alunas, sendo um de nível técnico, Lisilene foi contemplada com o curso técnico de modelagem de vestuário. "Eu tinha o sonho de ser costureira desde criança, quando surgiu a oportunidade eu agarrei", comenta.
Além dos cursos de corte e costura e modelagem, as alunas se especializaram em costura de malhas, em modelagem e, por fim, em história da moda. Todos os cursos foram aplicados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio Grande do Sul (Senac-RS Canoas), principal parceiro da Abrasinos no do projeto.
Ainda na primeira fase do projeto, as alunas iniciaram o desenvolvimento de uma cooperativa de costura, que está localizada na antiga Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Esteio, junto à usina de reciclagem e ao canil da cidade. A Cooperativa Amatear traz em seu nome a paixão pela costura. Para montar a cooperativa, a Abrasinos contou com a parceria do Senac-RS Canoas e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop-RS). "A minha visão sobre as costureiras mudou. Eu pensava que era apenas sentar na máquina e costurar, mas não, é muito mais que isso", comenta Isa Cristina Rodrigues, presidente da Cooperativa Amatear.
A presidente da entidade já havia feito curso de costura, mas, ao integrar o projeto, percebeu que o processo para fazer uma roupa é mais complexo do que ela imaginava. O desafio de aplicar esses conhecimentos foi enfrentado pelas cooperadas, que desenvolveram uma marca que imprimisse suas personalidades e trouxesse características sustentáveis.
No Teatro do Sesc Canoas, no último dia 23 de maio, a marca de roupas femininas Ana Tê foi lançada. Resultado de dois anos de trabalho, a primeira coleção da marca é composta por quatro peças de malha - pantalona, saia, tope e vestidos - e foi desenvolvida em parceria com a Assessoria em Desenvolvimento de Coleções do Senac-RS. O nome Ana Tê foi inspirado em Ana Terra, personagem que integra o primeiro volume da trilogia O tempo e o vento. É possível visualizar e adquirir a coleção no site amatear-anate.com.br 
Após acompanhar e realizar todos os processos para desenvolver uma marca, a presidente da cooperativa afirma: "as pessoas me procuram e falam que querem uma costura rápida, mas nada é rápido, temos que desenhar, modelar, cortar e, por fim, costurar". Sobre a marca Ana Tê, Isa destaca: "a Ana Tê nasceu; agora, temos que trabalhar para que a marca seja conhecida, e nós seguimos confeccionando sonhos". 
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