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Empresas & Negócios

- Publicada em 19 de Junho de 2017 às 16:35

Poder público está com apetite para usar as novas tecnologias

Glória Guimarães

Glória Guimarães


SERPRO/DIVULGAÇÃO/JC
Patricia Knebel
Ela é a primeira mulher à frente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa de Tecnologia da Informação (TI) do governo federal responsável por processar sistemas como da Receita Federal, Tesouro Nacional e toda folha de pagamento dos funcionários públicos. Com 57 anos de idade, Glória Guimarães está há pouco mais de um ano como diretora-presidente da companhia, mas esse setor ela conhece muito bem, mais especialmente, desde os 19 anos, quando se formou em Engenharia de Sistemas.
Ela é a primeira mulher à frente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa de Tecnologia da Informação (TI) do governo federal responsável por processar sistemas como da Receita Federal, Tesouro Nacional e toda folha de pagamento dos funcionários públicos. Com 57 anos de idade, Glória Guimarães está há pouco mais de um ano como diretora-presidente da companhia, mas esse setor ela conhece muito bem, mais especialmente, desde os 19 anos, quando se formou em Engenharia de Sistemas.
Glória foi diretora de Tecnologia do Banco do Brasil, vice-presidente de Operações dos Correios e secretária de Logística e Tecnologia da Informação no Ministério do Planejamento, além de experiências na área privada, como na Aliança do Brasil Seguros. Chegou ao Serpro para liderar o desenvolvimento de soluções de ponta e, assim, ajudar a modernizar o setor público e facilitar a vida do cidadão. "A tecnologia pode ajudar a melhorar a gestão do País e das empresas e isso representa um grande desafio para nós. A empresa enfrenta alguns problemas financeiros, mas estamos saindo dessa problemática, pois temos um time maravilhoso para nos conduzir nessa missão", diz, otimista. Aliás, otimismo foi uma das armas que ela utilizou para vencer as dificuldades e chegar até aqui.
Uma mulher alcançar cargos mais altos, especialmente em uma área ocupada prioritariamente por homens, não é tarefa simples. "Precisamos falar mil vezes o que o homem fala 10, mas o caminho é trabalhar e entregar resultados para começar a ser respeitada", diz, lembrando algumas dificuldades que passou na sua caminhada. Agora, ela tem a receita: seriedade, competência e bom humor. E quando o trabalho está pesado demais, ela gosta mesmo é de ir ao cinema, pegar o maior pacote de pipoca e aproveitar um bom filme.
Empresas & Negócios - Como novas tecnologias podem ajudar na gestão do governo?
Glória Guimarães - Estamos vivendo um bom momento para a Tecnologia da Informação (TI). O governo fala muito em projetos voltados para o cidadão digital e isso vai ao encontro do nosso trabalho. A perspectiva é positiva e até de crescimento, pois a TI vem com o objetivo de resolver problemas, principalmente relacionados a gastos inadequados. Quando você cruza os dados e consegue ver se os recursos foram para o local correto, todos saem ganhando. Sem falar que a tecnologia permite que você possa buscar melhores informações para a tomada de decisão e reduza custos dos seus processos. Como a necessidade de economizar é muito latente, isso traz ainda mais perspectivas de novos negócios para a nossa empresa. Temos todo arsenal para ajudar o governo nisso.
Empresas & Negócios - De que forma as tecnologias disruptivas podem contribuir neste cenário e quais as perspectivas do Serpro para a adoção?
Glória - Vemos muitas possibilidades de melhorias e temos olhado com muita atenção para projetos envolvendo Big Data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT) e tecnologias para tornar as cidades mais inteligentes. Alguns projetos estão em fase-piloto. Estamos realizando uma prova de conceito com uma empresa parceira na qual usamos alguma destas novas tecnologias para ensinar o ar condicionado a identificar quando a temperatura está ideal para que, assim, ele pare de funcionar e economize energia. A ideia é implementar isso nos ministérios - se eles quiserem comprar, claro. Tecnologias de Big Data já estão sendo usadas, por exemplo, para permitir o cruzamento de dados para vermos se o Bolsa Família está sendo pago corretamente. Também temos trabalhado com redes e sensores, como no projeto Radar (sistema desenvolvido pelo Serpro no final de 2016 para a gestão de infrações pelos órgãos de trânsito). Além de permitir o preenchimento eletrônico das autuações utilizando um smartphone, a nova solução tecnológica possibilita ao agente a consulta on-line dos dados de condutores e veículos de todo o País para a validação da autuação até o controle financeiro do pagamento de multas. Usamos sensores inteligentes e, quando o seu automóvel passa por leitor, todas estas estatísticas passam a estar disponíveis. O Radar já é realidade no Distrito Federal. São novas tecnologias e estamos fazendo testes e colocando para clientes verem como funciona para adotar mais massivamente.
Empresas & Negócios - É difícil vender inovação para o poder público?
Glória - Às vezes a gente se engana. O poder público é muito moderno e tem apetite para usar novas tecnologias. Estamos desenvolvendo um projeto com o estado de São Paulo, em parceria com a empresa de TI deles e o Sebrae, para que o tempo de abertura de uma empresa possa cair de 100 dias para sete dias. Claro que existe toda essa questão dos modelos de compra, mas temos visto iniciativas interessantes no poder público.
Empresas & Negócios - Como está distribuída a rede tecnológica do Serpro e quais os principais clientes?
Glória - Somos uma empresa com 10 mil empregados e receita líquida de R$ 2,6 bilhões. São 27 regionais e áreas de desenvolvimento, atendimento aos clientes e três centros de dados: Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, onde nossas máquinas processam todos os serviços do governo federal, especialmente do Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), nossos três maiores clientes. Prestamos alguns serviços para setor privado, como bancos e seguradoras. E somos responsáveis pelos principais sistemas da Receita Federal, Tesouro Nacional e do Ministério do Planejamento como toda folha de pagamento dos funcionários públicos. São cerca de 28 milhões de transações processadas por ano nos serviços de mainframe do Serpro. Detemos conhecimento das necessidades do governo, entendemos profundamente deste negócio e, por isso, saímos na frente na oferta de tecnologia para esse setor.
Empresas & Negócios - Qual o nível de maturidade dos projetos de governo digital no Brasil?
Glória - Podemos avançar muito ainda dentro da missão de permitir que o cidadão tenha acesso aos serviços públicos de forma mais rápida e efetiva. Uma forma é criando uma identificação única e, a partir daí, permitir que ele tenha acesso a todos os seus dados de governo, como INSS, saúde, educação e até informações sobre o seu passaporte, por exemplo. Tudo sem precisar sair de casa e entrar em filas. A ideia é ir transpondo tudo isso para o mundo digital e facilitar a vida das pessoas. Que elas possam resolver a sua vida pela internet, como marcar uma consulta sem precisar ir até o posto - e se no dia tiver algum problema, receber notificações ou avisar pelo WhatsApp. O governo tem falado muito em melhorar a qualidade dos serviços ao cidadão e a tecnologia é uma das formas de tornar isso possível.
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