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Empresas & Negócios

- Publicada em 05 de Junho de 2017 às 14:26

SIG Combibloc busca mercado ao focar megatendências

Ricardo Rodriguez

Ricardo Rodriguez


SIG COMBIBLOC/DIVULGAÇÃO/JC
Carolina Hickmann
A multinacional suíço-alemã SIG Combibloc escolheu o Brasil para produzir embalagens cartonadas assépticas (caixas longa vida) pelo tamanho de seu mercado, um dos três maiores consumidores mundiais do produto. O desafio era grande, já que outra multinacional, a Tetra Pak, dominava o setor. A trajetória da empresa teve início no País em 2003, com a consolidação de um comitê gestor. O primeiro cliente, porém, chegou após dois anos de prospecção, a Frimesa, do Paraná. A escolha pelo Brasil, mesmo com as dificuldades impostas, se deu pela possibilidade de expandir mercados..
A multinacional suíço-alemã SIG Combibloc escolheu o Brasil para produzir embalagens cartonadas assépticas (caixas longa vida) pelo tamanho de seu mercado, um dos três maiores consumidores mundiais do produto. O desafio era grande, já que outra multinacional, a Tetra Pak, dominava o setor. A trajetória da empresa teve início no País em 2003, com a consolidação de um comitê gestor. O primeiro cliente, porém, chegou após dois anos de prospecção, a Frimesa, do Paraná. A escolha pelo Brasil, mesmo com as dificuldades impostas, se deu pela possibilidade de expandir mercados..
Atualmente, a hegemonia da concorrente começa a ficar menor. De acordo com o diretor-presidente da SIG, Ricardo Rodriguez, a demanda por embalagens longa vida por ano no Brasil circula em torno das 15 bilhões de unidades. A capacidade de produção da fábrica de Campo Largo (PR) será ampliada em breve para 4,5 bilhões. O que guia o desenvolvimento da empresa são as megatendências, como a criação de uma marca omnichannel, que busca fundir o mundo on-line e off-line. Recentemente, em parceria com um laticínio do Estado (Languiru, de Teotônia), houve o lançamento de um sistema de rastreabilidade, que permite inclusive visualizar as propriedades e a procedência do produto através de um código de barras QR Code.
Para chegar a esta sofisticação, Rodriguez esclarece que investimentos consideráveis em tempo e valores precisaram ser feitos. No negócio de embalagens cartonadas, é necessário que se estabeleçam parcerias de longo prazo através de coinvestimentos, já que a SIG instala estruturas de, ao menos, R$ 9 milhões nas dependências de seus clientes. No Estado, esses coinvestimentos são feitos com quatro indústrias, os laticínios Piá, de Nova Petrópolis, Languiru, de Teutônia, e CCGL, de Cruz Alta, e a unidade de sucos Suvalan, de Bento Gonçalves.
Empresas & Negócios - Qual a participação de mercado da SIG no momento?
Ricardo Rodriguez - Não costumamos falar em participação de mercado. Vou te dar algumas referências sobre o nosso posicionamento. O mercado interno é de 14 a 15 bilhões de embalagens ao ano. Estamos terminando a ampliação de capacidade de nossa fábrica de 3,2 para 4,5 bilhões até o final deste mês. É um projeto de ampliação de 40% da capacidade de produção.
Empresas & Negócios - Quais as estratégias adotadas para crescer nesse mercado?
Rodriguez - A estratégia mundial da SIG é criar diferenciação. Já em nossa primeira linha no Brasil, a Frimeza, do Paraná, nos buscou por oferecermos uma linha de alta capacidade, que naquele momento era de 12 mil embalagens por hora. O que existia no mercado, até então, era de seis mil. Além disso, nosso nível de performance técnica é muito alta. Por exemplo, o envase de leite condensado tradicional gera perdas de 2% a 3% de produto, nós temos tecnologia que gera perdas de 0,1%. Apostamos em soluções mais rápidas e mais produtivas, com menor custo operacional e em linhas flexíveis, que poderiam trabalhar com leite condensado ou com outros produtos.
Empresas & Negócios - E a estratégia atual segue a mesma linha?
Rodriguez - A estratégia atual segue sendo trazer diferenciação. Temos uma plataforma caracterizada por isso. Lançamos também uma plataforma digital completa. Estamos em um mundo conectado, e a embalagem participava muito pouco disso. Sentimos a necessidade de uma maior participação no mundo digital, hoje temos consumidores conectados todo o tempo. O que fazemos, nesse momento, é colocar uma dimensão a mais em nossa embalagem - a dimensão digital. Conectividade é uma das megatendências que irão influenciar nossos produtos nos próximos 50 anos. O investimento para que cada embalagem produzida tivesse um QR Code individual que traz todo o protocolo de qualidade e rastreabilidade foi considerável. Temos várias patentes já registradas nessa área para que se criem soluções digitais, tanto com foco em nosso cliente direto como no consumidor final.
Empresas & Negócios - Quais outros investimentos estão sendo feitos no momento?
Rodriguez - Investimos muito forte no Brasil, tanto em nossa fábrica (em Campo Largo, Paraná) quanto em nossos clientes. A nossa sede administrativa fica em São Paulo, optamos por ampliar (a fábrica) para crescer. Nosso primeiro cliente foi em 2005, até 2011 trabalhamos com embalagens importadas majoritariamente da Alemanha. Junto com a comemoração de seis anos da fábrica estamos fechando a quinta ampliação. Isso é um dos sinais de receptividade do mercado no Brasil. Até este momento, investimos cerca de R$ 900 milhões aqui. Iniciamos com uma capacidade de produção de um bilhão de embalagens e chegaremos a 4,5 bilhões.
Empresas & Negócios - Por questões de conjuntura político-econômica, este é o momento de investir significativamente?
Rodriguez - Não sou negativo por participarmos de uma categoria alimentícia. Alguns de nossos produtos são de base, como o leite longa vida. O consumo de leite longa vida nunca caiu, ele apenas altera o seu mix: o consumidor opta por uma marca ou por um produto mais econômico. O que vimos não foi queda de consumo de produtos no lar, mas dos consumidos geralmente fora de casa - sobretudo sucos e achocolatados. O que vemos é uma luta das empresas por produtividade, por controle absoluto de custos e investimentos que aumentem a produtividade, focados na otimização de recursos. A ideia também passa a ser criar diferenciais. Não é um período para grandes inovações disruptivas, mas é um mercado que dá espaço para inovação incremental.
Empresas & Negócios - Operações de fiscalização, como a Leite Compensado, chegaram a afetar a dinâmica da empresa?
Rodriguez - Afeta o mercado de uma forma geral. Sempre que existe algum escândalo ou problema sério, que levante dúvidas sobre a credibilidade da categoria, isso é negativo. O que vemos, de qualquer forma, é que, por outro lado, as indústrias não afetadas, que têm grande tradição de qualidade, tendem a apostar mais em diferenciação para reformar o ativo de credibilidade de marca. O que também observamos é empresas não afetadas reforçarem o diferencial de qualidade. Mas sempre altera a dinâmica do setor.
 
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