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Política

- Publicada em 18 de Maio de 2017 às 00:31

Temer deu aval à compra do silêncio de Cunha

Tem que manter isso, viu, teria dito o presidente ao empresário

Tem que manter isso, viu, teria dito o presidente ao empresário


EVARISTO SA/AFP/JC
O presidente Michel Temer (PMDB) foi gravado por um dos donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS, falando sobre a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A informação foi dada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Temer indicou para resolver a questão o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), seu aliado próximo, que posteriormente foi filmado pela Polícia Federal (PF) recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelo empresário Joesley Batista, da JBS.
O presidente Michel Temer (PMDB) foi gravado por um dos donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS, falando sobre a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A informação foi dada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Temer indicou para resolver a questão o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), seu aliado próximo, que posteriormente foi filmado pela Polícia Federal (PF) recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelo empresário Joesley Batista, da JBS.
Temer ouviu de Joesley Batista que estava dando a Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ficassem em silêncio. O presidente disse, incentivando: "Tem que manter isso, viu?"
A revelação da conversa, que teria ocorrido em março deste ano, instalou ontem a maior crise instituicional no País desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Funaro está preso, assim como Cunha, que manteve por anos relação próxima ao atual presidente dentro do PMDB.
Joesley e seu irmão Wesley foram ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin para selar um acordo de delação premiada na quarta-feira passada. 
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. A quantia foi entregue posteriormente a um primo do tucano, em ação também filmada pela PF. A delação da JBS também menciona o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como contato da companhia com o PT.
Joesley pagou para Cunha R$ 5 milhões após a prisão dele, em outubro do ano passado, em um "saldo de propina" remanescente que possuía. Esta seria a primeira ocasião de uma ação controlada da PF em busca de provas em flagrante dentro da Operação Lava Jato. Isso significa que as ações dos delatores foram combinadas com os investigadores.
A JBS esteve na mira de investigações da PF em diferentes frentes desde 2016. Na sexta-feira passada, a PF deflagrou operação sobre supostas irregularidades em empréstimos do Bndes. O juiz Ricardo Leite, do Distrito Federal, havia negado um pedido de prisão contra os donos da empresa. A empresa teve forte expansão, inclusive fora do Brasil, a partir da década passada e se tornou em uma das principais doadoras de campanhas.
Em uma tentativa de reação, Temer se reuniu logo depois com ministros, políticos aliados e com o núcleo de comunicação do Planalto para preparar um posicionamento público. A ordem era minimizar as acusações, passar um clima de normalidade institucional e defender que é necessário ainda aguardar a divulgação das eventuais gravações. Nos bastidores, contudo, assessores e auxiliares reconhecem que, caso os áudios venham a público, podem criar a pior crise enfrentada até o momento pela gestão peemedebista, que completou um ano na semana passada.
A avaliação é de que isso pode desmantelar a base aliada e fomentar os partidos de oposição a pressionarem por seu impeachment, já que o episódio ocorreu durante o mandato presidencial. Até o início da noite desta quarta-feira, Aécio e Mantega não tinham sido localizados para comentar o assunto. A defesa de Cunha informou que ele não iria se manifestar.
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