Extremistas ligados à milícia terrorista Estado Islâmico (EI) que enfrentam as forças de segurança em uma região sitiada no Sul das Filipinas mataram 19 civis, informou ontem o Exército. Os assassinatos elevam para 85 o número de mortos desde a última semana. "Encontramos os corpos em uma operação de busca", disse o coronel Jo-ar Herrera, porta-voz regional do Exército. "São civis, mulheres. Estes terroristas estão contra o povo."
Pela manhã, foram encontrados os corpos de oito homens em um barranco na periferia de Marawi, cidade com cerca de 200 mil habitantes a cerca de 80 quilômetros da capital, Manila. Algumas das vítimas foram baleadas na cabeça e tiveram suas mãos atadas nas costas, e, junto a elas, foram encontrados bilhetes com a inscrição "traidores".
Os enfrentamentos em Marawi se intensificaram na terça-feira, depois que as forças de segurança invadiram uma casa que se acreditava ser o esconderijo de Isnilon Hapilon, líder da facção islamita Abu Sayyaf, ligada ao EI. Hapilon, que está na lista norte-americana de terroristas mais procurados no mundo, não foi encontrado.
Muitos habitantes de Marawi fugiram de suas casas desde o início dos enfrentamentos, mas cerca de 2 mil civis seguem cercados nas áreas controladas pelos radicais.
A conflagração de Marawi levou o presidente Rodrigo Duterte a impôr a lei marcial por 60 dias na ilha de Mindanao, onde fica a cidade. O líder filipino alertou que a norma de exceção poderia ser expandida para todo o país.