O presidente da França, Emmanuel Macron, e seu premiê, Édouard Philippe, anunciaram ontem a formação do primeiro ministério do novo governo. O gabinete é formado por ex-membros do Partido Socialista (PS) e Republicanos, e também conta com centristas do Movimento Democrático (MoDem). Além disso, tem paridade entre homens e mulheres e um número equilibrado de políticos com experiência e oriundos da sociedade civil. Na Economia e Finanças, o escolhido foi Bruno Lemaire, um expoente da direita.
O anúncio do ministério estava marcado para a terça-feira, mas foi adiado para que a Direção Geral de Finanças Públicas e a Alta Autoridade para a Transparência da Vida Pública, dois órgãos de fiscalização, pudessem analisar a situação fiscal de cada um - a lei já determina a verificação, mas após a nomeação -, e confirmar a inexistência de eventuais conflitos de interesses com o poder privado.
Essa verificação atende à exigência de Macron de um ministério com probidade impecável, coerente com sua proposta de reforma política, que ainda será enviada ao Parlamento.
Entre os principais nomes do ministério estão o do prefeito de Lion, Gérard Collomb, membro do PS e um dos primeiros apoiadores da candidatura de Macron, que assumirá o posto informal de número 2 do governo, à frente do Ministério do Interior. Essa pasta coordena a articulação das polícias e dos serviços secretos, e está diretamente ligada à luta contra o terrorismo. No Ministério do Meio Ambiente, chamado de "Transição Ecológica", o escolhido foi o ambientalista Nicolas Hulot, uma personalidade cortejada há três governos para se tornar ministro.
No Ministério da Justiça, o escolhido foi o líder do MoDem, François Bayrou, também apoiador na campanha. Jean-Yves Le Drian, egresso do PS, passará do Ministério da Defesa, na gestão do ex-presidente François Hollande, para o posto estratégico de Ministro da Europa e das Relações Exteriores. Assim, será o encarregado de negociar a reforma da União Europeia, que Macron propôs à chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Já para a Defesa, agora chamado de Ministério das Forças Armadas, a escolhida foi a eurodeputada Sylvie Goulart, do MoDem.