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- Publicada em 15 de Maio de 2017 às 22:07

Em protesto, pais bloqueiam entrada de escola

Estudantes da Escola Monte Cristo não tiveram aula nesta segunda-feira

Estudantes da Escola Monte Cristo não tiveram aula nesta segunda-feira


JONATHAN HECKLER/JC
Isabella Sander
Pais e responsáveis por alunos de uma das maiores escolas da rede municipal de Porto Alegre, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Monte Cristo, no bairro Vila Nova, na zona Sul, protestaram ontem contra as mudanças propostas em fevereiro pela prefeitura de Porto Alegre. O grupo realizou assembleia e decidiu impedir a entrada de professores e alunos na instituição até que alguém da Secretaria Municipal de Educação (Smed) fosse ao local dialogar e conhecer a realidade da comunidade. A escola não teve aula durante todo o dia.
Pais e responsáveis por alunos de uma das maiores escolas da rede municipal de Porto Alegre, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Monte Cristo, no bairro Vila Nova, na zona Sul, protestaram ontem contra as mudanças propostas em fevereiro pela prefeitura de Porto Alegre. O grupo realizou assembleia e decidiu impedir a entrada de professores e alunos na instituição até que alguém da Secretaria Municipal de Educação (Smed) fosse ao local dialogar e conhecer a realidade da comunidade. A escola não teve aula durante todo o dia.
Geruce Rocha Fernandes, de 46 anos, é mãe de um aluno do 7º ano da Monte Cristo. Para ela, as alterações anunciadas uma semana antes do início do ano letivo podem até ser implementadas em uma escola pequena, mas não em uma grande, como a Monte Cristo, que atende 1,5 mil estudantes e existe há 20 anos. "Temos atividades programadas no contraturno e na quinta-feira, quando as crianças são dispensadas das aulas regulares devido à reunião pedagógica. Queremos que o prefeito tenha olhos diferentes para cada escola, porque essas mudanças não se adequam a todas as realidades", aponta.
Segundo informações da Smed, 43 das 56 escolas de Ensino Fundamental afetadas pelas modificações já se adequaram à nova rotina escolar. Na quinta-feira, o diretor da Monte Cristo recebeu uma advertência por ainda não ter apresentado o novo calendário.
Caso a nova rotina seja adotada, uma das dificuldades para a comunidade escolar, apontada por Geruce, seria o tempo para almoçar. O antigo calendário previa revezamento das turmas das 11h10min às 12h, para haver espaço para todos no refeitório. Com a mudança, as aulas terminam às 12h e só depois os estudantes almoçam. "O problema é que o transporte para as atividades do contraturno, oferecidas por entidades conveniadas com o município, chega às 12h20min. Como é que os 500 alunos que sempre almoçam na escola vão fazer a refeição em 20 minutos, em um refeitório com capacidade para 70 pessoas?", questiona.
No café da manhã, haveria o mesmo impasse. Atualmente, a Monte Cristo abre seus portões às 6h30min e já começa a oferecer a refeição, para que as aulas comecem às 7h30min. O novo calendário, contudo, orienta que a escola dê o café da manhã aos alunos durante meia hora, das 7h30min às 8h, quando as aulas seriam iniciadas.
Na quinta-feira, quando os estudantes são dispensados das aulas regulares em função da reunião pedagógica entre os professores, são dadas, conforme Geruce, aulas de capoeira, música, balé, grafitagem, audiovídeo, robótica e clubes de leitura, entre outras. "Em uma escola que consegue ter esses projetos não se pode mexer. É a chance dessas crianças de conhecerem outras coisas do mundo. Se não houver esse tempo, muitas não terão essa oportunidade", relata.
Outra crítica é sobre a permanência da Guarda Municipal somente à noite. "Em um bairro de classe média-baixa, com alto índice de criminalidade, não faz sentido tirar o efetivo o dia inteiro. Sabemos que o patrimônio é importante, mas a segurança das crianças é mais", critica Geruce. Durante o protesto, no entanto, quatro guardas municipais foram enviados pela prefeitura até a escola, de acordo com a mãe. "Nem precisava, pois era um protesto pacífico."
Além das mudanças no calendário escolar, os pais e responsáveis também reclamaram da falta de professores de Português, Matemática, Geografia e de alguém que dê prosseguimento a um projeto de horta comunitária existente na escola. "Até o ano passado, nenhum aluno ia para casa por falta de professor, porque se colocava algo no lugar. Neste ano mudou, porque não está havendo reposição", lamenta Geruce. De acordo com a Smed, há registro de falta de um professor de 20 horas de Geografia, um de dez horas de Filosofia e um de 20 horas de Espanhol. A assessoria também informa que não houve solicitação de audiência com a Smed por parte dos pais e responsáveis da instituição.
 
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