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Conjuntura

- Publicada em 30 de Maio de 2017 às 19:31

Brasil chegará ao fim de 2018 'com a casa em ordem', afirma Temer

Michel Temer discursou para investidores brasileiros e estrangeiros

Michel Temer discursou para investidores brasileiros e estrangeiros


NELSON ALMEIDA/NELSON ALMEIDA/AFP/JC
O presidente Michel Temer (PMDB) disse ontem, em discurso para investidores brasileiros e estrangeiros, que o Brasil chegará ao final de 2018 "com a casa em ordem". Ao falar da crise política atual, o presidente disse que vai ficar até o fim de seu mandato, destacou que tem confiança no bom funcionamento das instituições brasileiras e que é preciso respeitar o que estabelece a Constituição.
O presidente Michel Temer (PMDB) disse ontem, em discurso para investidores brasileiros e estrangeiros, que o Brasil chegará ao final de 2018 "com a casa em ordem". Ao falar da crise política atual, o presidente disse que vai ficar até o fim de seu mandato, destacou que tem confiança no bom funcionamento das instituições brasileiras e que é preciso respeitar o que estabelece a Constituição.
"Tenho confiança na solidez das instituições, que estão funcionando normalmente", disse Temer, em discurso que durou cerca de 25 minutos no Fórum de Investimentos Brasil 2017, realizado em São Paulo. Na plateia, investidores de mais de 40 países, além de vários ministros de seu governo.
Estavam presentes também o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.
"Estamos no caminho certo e pusemos o Brasil nos trilhos. É continuar com a travessia", afirmou Temer. Ele defendeu a necessidade de continuar com as reformas, sobretudo a da Previdência e a trabalhista. O presidente destacou que a condução destas reformas tem sido pautadas por diálogo com o Congresso e com a sociedade e que quem critica as mudanças na Previdência são justamente aqueles que querem manter privilégios.
O presidente da República afirmou que os políticos são "meros representantes" populares, não são o poder. Temer disse ainda que deve haver separação e harmonia entre os Três Poderes, mas não independência total entre eles. "Quando há desarmonia entre os Podes, há inconstitucionalidade."
Temer também fez um balanço da economia, destacando a volta do crescimento e a queda da inflação. "O Brasil reúne todas as condições para prosperar", disse ele, destacando que seu governo "devolveu ao Brasil o caminho do desenvolvimento" e que não é intenção do Palácio do Planalto se afastar deste caminho. "Transmito otimismo e confiança com a segurança jurídica e na prosperidade dos negócios", afirmou o presidente.
Temer lamentou, em seu discurso, os protestos violentos que ocorreram em Brasília na semana passada, quando autorizou o uso das Forças Armadas para conter os manifestantes. O presidente disse que vai continuar com a estratégia de manter a ordem em "futuras divergências físicas".

'Faço meu trabalho; e as agências de classificação, o delas', diz Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, respondeu "eu faço meu trabalho, e as agências de classificação fazem o delas", ao ser questionado ontem sobre o que pensa em relação aos alertas recentes de agências de classificação de risco em relação à nota brasileira. Nos últimos dias, a Moody's alterou a perspectiva do rating Ba2 do Brasil de estável para negativa e a Standard & Poor's colocou o rating BB em revisão para possível rebaixamento.
Segundo o ministro, se for dada continuidade à agenda econômica, haverá retomada da economia, e o rating irá melhorar gradualmente. "Com a retomada, acho que o rating das agências vai gradualmente refletir isso", disse Meirelles.
Para ele, a Moody's e a S&P fizeram o alerta de que estão observando a situação, "como devem". Meirelles afirmou que, observando a economia do ponto de vista do mercado, há incertezas, sim. "Mas do lado do mercado, a volatilidade dos juros e do câmbio não foi tão forte assim", ponderou. "Se formos ver o risco País medido pelo CDS, vamos ver que estava acima de 500 pontos e está em 240", disse.
O ministro ressaltou os avanços da economia a despeito das incertezas no campo político. Durante entrevista após palestra no Fórum Investimentos Brasil 2017, ele destacou a diferença entre este ano e o ano passado, quando a economia se encontrava no fundo do poço.
"Que diferença faz um ano? No ano passado, nós estávamos realmente no fundo do poço. A crise, no seu pior momento, desemprego aumentando, sem perspectiva etc. E hoje o País está crescendo, está criando emprego e vai melhorar durante o decorrer do ano. Portanto eu acho que o País tem condições de passar normalmente pelo processo político", disse o ministro.
Segundo Meirelles, na medida em que os fundamentos da economia estão sólidos, a trajetória de gastos públicos, que sempre foi uma fonte de instabilidade, passará a ser controlada. "Nós temos já uma série de medidas aprovadas nessa direção. Então hoje a economia, já crescendo, criando empregos, temos portanto uma resistência muito maior", afirmou. Meirelles citou as reservas internacionais, em mais de US$ 370 bilhões.
Para ele, hoje, o País já está em condições de prosseguir normalmente e passando pelas questões políticas que vão sendo decididas normalmente sem que qualquer incerteza gere crise econômica.
O ministro descartou a chance de volta à Nova Matriz Econômica, como ficou conhecida a política adotada pelos governos do PT, num possível cenário de saída do presidente Michel Temer do cargo.