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Corrupção

- Publicada em 25 de Maio de 2017 às 18:14

Senador protocola pedido para instalar CPMI da JBS

Senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) é o autor do requerimento

Senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) é o autor do requerimento


/PEDRO FRAN/AGÊNCIA SENADO/JC
O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) protocolou um requerimento no plenário do Senado para criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar supostas irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F, de propriedade dos irmãos Joesley e Wesley Batista, em operações realizadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e o BndesPar entre 2007 e 2016. O requerimento foi protocolado em conjunto com o deputado Alexandre Baldy (PTN-GO). Agora, a presidência da Casa terá que conferir as assinaturas para que a CPMI possa ser instalada.
O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) protocolou um requerimento no plenário do Senado para criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar supostas irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F, de propriedade dos irmãos Joesley e Wesley Batista, em operações realizadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e o BndesPar entre 2007 e 2016. O requerimento foi protocolado em conjunto com o deputado Alexandre Baldy (PTN-GO). Agora, a presidência da Casa terá que conferir as assinaturas para que a CPMI possa ser instalada.
As possíveis fraudes nos aportes concedidos por Bndes e BndesPar resultaram na deflagração da Operação Bullish, pela Polícia Federal, no último dia 12 de maio. Os aportes teriam sido feitos a partir de junho de 2007 e utilizados para aquisição de outras empresas no ramo de frigoríficos, no valor de R$ 8,1 bilhões. A Polícia Federal encontrou indícios de que as operações foram executadas sem exigência de garantias e com a dispensa indevida de prêmio contratualmente previsto, o que teria gerado um prejuízo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.
Além disso, a CPMI quer investigar os termos e condições das delações premiadas feitas com o Ministério Público e homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e as transações financeiras e cambiais suspeitas feitas pela JBS e pela J&F ou seus acionistas logo antes da divulgação das denúncias que envolveram o presidente Michel Temer (PMDB).
"As operações financeiras e cambiais geraram graves prejuízos aos milhares de acionistas da JBS e representam um ganho expressivo para os delatores, maior até que a multa acordada. Diante desses fatos, os acordos geram razoável suspeição", diz o texto.
A CPMI quer investigar ainda cartel formado no mercado de proteínas animais e todos os prejuízos aos produtores rurais e irregularidades fiscais perante os governos federal e estaduais, além de débitos previdenciários existentes. A previsão é que a comissão tenha 16 senadores e 16 deputados, e que dure 120 dias, prorrogáveis por 60 dias. O orçamento previsto é de R$ 350 mil.
 

Dois são presos por desvios em ferrovia

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira, os dois alvos da Operação De Volta aos Trilhos - investigação sobre desvios de R$ 20 milhões nas obras da Ferrovia Norte-Sul. Segundo informou a Procuradoria da República, foram localizados Jader Ferreira das Neves e Leandro de Melo Ribeiro, suposto laranja do grupo sob suspeita. Os mandados de prisão foram decretados a pedido do procurador da República Helio Telho, do Núcleo de Combate à Corrupção, braço do Ministério Público Federal em Goiás.
Jader é filho de José Francisco das Neves, o "Juquinha", ex-presidente da Valec, estatal responsável pelo empreendimento marcado por fraudes. Pai e filho já estão condenados, respectivamente, a 10 anos e a sete anos de prisão no âmbito da Operação Trem Pagador - precursora da missão De Volta aos Trilhos -, que em 2012 desmontou esquema de cartel, licitações marcadas, peculato e corrupção na Norte-Sul.
Nesta quinta, a PF deflagrou a nova fase da investigação, que se baseia em delações premiadas de executivos das construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Eles confessaram o pagamento de propinas a Juquinha. De Volta aos Trilhos aponta como principais suspeitos o filho de Juquinha, Jader Ferreira das Neves, e o advogado Leandro de Melo Ribeiro.
Juquinha e seu filho são investigados agora por suposta lavagem de dinheiro oriundo de propina, "mantendo oculta parte do patrimônio amealhado". Ribeiro, segundo o Ministério Público Federal, seria o "laranja" de Juquinha e Jader, auxiliando-os a dissimularem bens adquiridos com recursos ilícitos.

J&F nega contratação do Bradesco BBI para venda de ativos

O grupo J&F divulgou nota, nesta quinta-feira, negando que tenha contratado o banco Bradesco BBI para vender as empresas Alpargatas, Eldorado e Vigor. Mais cedo, uma fonte próxima à empresa e uma fonte próxima ao banco haviam confirmado a contratação à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
"A J&F Investimentos informa que não é verdadeiro o relato de que contratou o Bradesco BBI ou qualquer outro banco para a venda de ativos", disse o grupo em nota. Segundo apurou a reportagem, a J&F estaria buscando bancos para vender as três empresas, e o Bradesco BBI teria sido consultado para modelar as operações.
A expectativa dos investidores é de que, com a venda de ativos destes, a companhia possa centrar forças na operação da JBS, que deve passar por forte turbulência com os acordos de delação já fechado e o de leniência, que está em negociação com o Ministério Público Federal (MPF).
A situação financeira no grupo tende a ficar apertada, na medida em que os bancos tiverem que renovar as linhas de crédito para a companhia ou até mesmo com o acordo a ser firmado com o MPF.
Segundo fontes, a empresa está otimista de que o acordo seja fechado em cerca de R$ 6 bilhões ou R$ 7 bilhões, mas os procuradores estão bastante rígidos em função da péssima imagem que está sendo transmitida ao mercado com o acordo firmado com os irmãos Batista (Joesley e Wesley), em que eles saíram imunes dos crimes que admitiram ter cometido. A oferta original do MPF é de um acordo de R$ 11 bilhões a ser pago em 10 anos.
Depois do tombo de 31% na semana passada, as ações da JBS fecharam em alta de 22,54% nesta quinta-feira.
Segundo analistas, a tendência é que a Fibria seja a primeira interessada na Eldorado, até pela sinergia que uma aquisição como esta traria à empresa e o poder de mercado mundial que a companhia ganharia. Mas a Fibria vai querer comprar por um preço baixo, segundo fontes.
Já a Alpargatas teria o potencial de atrair os concorrentes que foram deixados para trás na disputa em 2015. A J&F pagou R$ 2,7 bilhões pela empresa, com dinheiro emprestado da Caixa Econômica Federal. A Vigor teria a empresa PepsiCo interessada. Qualquer conversa, no entanto, estaria condicionada ao fechamento do acordo de leniência.

Brasil lidera casos de corrupção internacional nos EUA

O Brasil lidera o ranking de países em que ocorreram casos de corrupção internacional sob investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Com 30 menções, o País tem quase o dobro de registros do segundo colocado, a China, mostra levantamento baseado no Ato de Práticas de Corrupção Internacional (FCPA, na sigla em inglês), em comunicados a agências reguladoras de 104 empresas em investigação.
O Brasil ultrapassou a China e assumiu a liderança da lista pela primeira vez no ano passado, quando apareceu em processos de 19 companhias. No ano anterior, o País havia sido mencionado por 11 empresas investigadas com base na legislação norte-americana, que pune o pagamento de subornos para obtenção de vantagens indevidas no exterior.
A lei se aplica às companhias dos Estados Unidos e a todas as demais que tenham papéis negociados nas bolsas norte-americanas ou usem o sistema bancário do país para a prática de atos ilícitos.
O grande aumento no número de empresas investigadas por ações realizadas no Brasil é resultado da postura mais agressiva das autoridades locais na investigação de casos de corrupção e da crescente cooperação entre os dois países. "Eu não consigo pensar em nenhum outro país em que a coordenação entre os procuradores e as agências de combate à corrupção seja tão próxima. A parceria entre os Estados Unidos e o Brasil é a mais forte de todas", disse Eric Snyder, sócio do escritório de advocacia Jones Day.