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Consumo

- Publicada em 23 de Maio de 2017 às 17:27

IPCA-15 atinge menor nível em quase 10 anos de série

Alta no grupo saúde e cuidados pessoais foi puxada pelos remédios

Alta no grupo saúde e cuidados pessoais foi puxada pelos remédios


FRED TANNEAU/FRED TANNEAU/AFP/JC
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação mensal, nos últimos 12 meses encerrados em maio, se afastou ainda mais da meta do governo para inflação geral no fim do ano (4,5%), ficando a 3,77%. É a primeira vez que o resultado nessa comparação fica abaixo de 4% em quase 10 anos, atingindo o menor nível desde julho de 2007, quando ficou em 3,71%. O resultado é positivo para a continuação do ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, um processo que, desde a semana passada, tem sido questionado diante da incerteza política instaurada com a divulgação de delações que atingiram em cheio o presidente Michel Temer.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação mensal, nos últimos 12 meses encerrados em maio, se afastou ainda mais da meta do governo para inflação geral no fim do ano (4,5%), ficando a 3,77%. É a primeira vez que o resultado nessa comparação fica abaixo de 4% em quase 10 anos, atingindo o menor nível desde julho de 2007, quando ficou em 3,71%. O resultado é positivo para a continuação do ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, um processo que, desde a semana passada, tem sido questionado diante da incerteza política instaurada com a divulgação de delações que atingiram em cheio o presidente Michel Temer.
Na passagem de abril para maio, o IPCA-15 registrou alta de 0,24%, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), valor muito inferior aos 0,86% registrados no mesmo mês do ano passado. O resultado veio ligeiramente acima da expectativa de analistas de mercado. Economistas estimavam um resultado de 0,20% para o IPCA-15 do mês; e de 3,73% em 12 meses. No acumulado do ano, o IPCA-15 de maio ficou em 1,46%.
"Acredito que, do ponto de vista da política monetária, a inflação está sob controle. A prova disso é a taxa de 12 meses quase fechando o primeiro semestre de 2017 abaixo de 4,5%. Isso está em linha com o que esperamos para este ano", afirma André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas. "Agora, o cenário político cria algumas incertezas, pois mexe com a taxa de câmbio, agências de risco que podem aumentar o risco de obter investimentos no Brasil. Isso tudo pode criar uma rigidez maior à queda da inflação, mas acho que será moderada."
Braz afirma que o cenário de crise política não deve interferir de maneira definitiva na trajetória de queda dos juros para não piorar mais ainda a situação da economia do País. Segundo Marcio Milan, economista da Consultoria Tendências, apesar dos eventos políticos recentes, a expectativa é de que o Banco Central mantenha o processo de redução da Selic, ainda que novos patamares para a taxa neste e no próximo ano sejam repensados.
O grupo que teve mais impacto no índice de maio, pelo segundo mês consecutivo, foi saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,84%. Essa influência foi puxada pela alta de 2,08% nos preços de remédios, cujo reajuste anual, entre 1,36% e 4,76%, conforme o tipo de medicamento, passou a valer a partir de 31 de março. Em seguida, o grupo vestuário teve alta de 0,74%, refletindo a sazonalidade dos lançamentos de coleções outono-inverno, comuns nessa época do ano, mas que não devem se sustentar, segundo Braz. Alimentos e bebidas avançaram 0,42% em maio. As principais altas foram nos preços da batata-inglesa (16,08%), do tomate (12,09%) e da cebola (9,15%). Já óleo de soja, açúcar cristal e feijão carioca registraram queda de 5,81%, 3,03% e 2,52%, respectivamente. O grupo transportes foi o único a registrar queda nos preços, de 0,40%. O resultado, explica o IBGE, se deve à redução de 1,12% no valor dos combustíveis.

Expectativa em relação à inflação é a menor desde agosto de 2013

A expectativa mediana dos consumidores brasileiros para a inflação nos 12 meses seguintes ficou em 7,1% em maio, um recuo de 0,4 ponto percentual em relação ao resultado de 7,5% registrado em abril. É o menor nível desde agosto de 2013. Na comparação com o mesmo período no ano anterior, o indicador registrou recuo de 3,2 pontos percentuais. Os dados são da pesquisa Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em agosto de 2013, a expectativa de inflação estava em 7%.
O economista da FGV Pedro Costa Ferreira avaliou que a queda na expectativa de inflação por parte dos consumidores corresponde à queda generalizada dos preços, refletida no Índice de Preços ao Consumidor, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, "as pessoas estão, cada vez mais, acreditando no compromisso do Banco Central em manter a inflação na meta". Além disso, avalia Ferreira, "a profunda recessão econômica e o alto desemprego ajudam a direcionar as expectativas de inflação para níveis inferiores".
Mais da metade dos consumidores ouvidos pela pesquisa em maio (50,9%) previram inflação inferior a 6% nos 12 meses seguintes, "dando continuidade ao movimento de migração das expectativas para valores inferiores ao limite superior da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central para este ano", avalia Ferreira. As respostas prevendo taxas inferiores à meta de 4,5% se reduziram quatro pontos percentuais em relação ao mês anterior, passando a 20,3% do total. No extremo oposto, o percentual de citações prevendo índices superiores a 10% recuou 1,3 ponto percentual, para 15,4%, o mesmo nível de março passado.
A pesquisa constatou, ainda, que a expectativa de taxas de inflação menores recuou em todas as faixas de renda, exceto para as famílias que recebem entre R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil, cuja previsão ficou relativamente estável em relação ao mês anterior. Neste mês, a redução mais forte da expectativa de inflação ocorreu entre as famílias com renda até R$ 2,1 mil mensais. O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor, que ouve mensalmente mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País.
 

Conta de luz pressiona inflação, diz FGV

Vestuário contribuiu para aceleração dos preços

Vestuário contribuiu para aceleração dos preços


BERTRAND GUAY/BERTRAND GUAY/AFP/JC
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) apresentou elevação de 0,35% na terceira apuração do mês, taxa que é 0,05 ponto percentual maior em relação ao último levantamento (0,30%). Dos oito grupos pesquisados, cinco tiveram acréscimos, com destaque para habitação, que subiu de 0,44% para 0,93%, sob influência da tarifa de eletricidade residencial, que passou de 1,52% para 5,78%. 
A pesquisa, feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), refere-se às seguintes capitais: Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. O levantamento ocorreu entre os dias 23 de abril e 22 de maio, comparados aos 30 dias imediatamente anteriores.
Em vestuário, o índice aumentou de 0,55% para 0,72%, e o principal item de alta neste grupo foi a blusa de malha infantil (de 1,85% para 2,26%). Também ocorreu leve aceleração em despesas diversas (de 0,21% para 0,26%) com a correção da tarifa postal (de 1,99% para 3,97%). Em educação, leitura e recreação diminuiu a intensidade de queda (de -0,53% para -0,25%). O mesmo ocorreu em transportes (de -0,17% para -0,15%).
Em alimentação, foi constatada queda de 0,11% ante uma alta de 0,16%, com uma mudança expressiva no comportamento dos preços das hortaliças e legumes que tinham aumentado 4,40%, na pesquisa passada, e nesta apresentou redução de 0,53%.
No grupo saúde e cuidados pessoais, a taxa desacelerou ao passar de 1,08% para 0,90% sob o efeito dos medicamentos em geral (de 2,77% para 1,96%) e, em comunicação, houve decréscimo, com o índice atingindo 0,75% ante 1,22%. Neste último caso, o ritmo de alta foi reduzido em consequência da tarifa dos pacotes de telefonia fixa e internet (de 2,53% para 0,64%). Os itens que mais pressionaram a inflação no período foram: tarifa de eletricidade residencial (5,78%), plano e seguro de saúde (0,98%) e condomínio residencial (1,39%).