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Conjuntura

- Publicada em 22 de Maio de 2017 às 20:19

Economistas esperam por desdobramentos da crise

Os economistas do mercado financeiro estão à espera de desdobramentos da crise política para, se for o caso, alterar suas estimativas para a economia. Esta é uma das indicações trazidas pelas projeções contidas no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Os economistas do mercado financeiro estão à espera de desdobramentos da crise política para, se for o caso, alterar suas estimativas para a economia. Esta é uma das indicações trazidas pelas projeções contidas no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.
O relatório agora divulgado recebeu, até a sexta-feira passada, as projeções do mercado para a economia. Portanto o documento já foi, em tese, impactado pela delação de executivos da JBS, cujas primeiras notícias saíram na noite de quarta-feira, dia 17.
Os números do Focus, no entanto, indicam que os economistas pouco alteraram as principais projeções econômicas, sendo que, quando fizeram isso, as mudanças foram favoráveis, em sua maioria.
O câmbio é um bom exemplo. A projeção para o dólar no fim de 2017 caiu de R$ 3,25 para R$ 3,23 no Focus. Isso ocorreu apesar de, na quinta-feira, a moeda norte-americana ter disparado ante o real, em meio aos primeiros impactos das delações que comprometem o presidente Michel Temer. A projeção para o dólar no fim de 2018 seguiu em R$ 3,36 no Focus.
Na última sexta-feira, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, reconheceu, em evento em São Paulo, que as incertezas políticas aumentaram em função dos eventos ligados à JBS. Ainda assim, no Focus desta segunda, os cálculos para o IPCA - o índice oficial de inflação - tornaram-se mais favoráveis: a taxa projetada para 2017 caiu de 3,93% para 3,92%, e a inflação para 2018 foi de 4,36% para 4,34%.
No caso do PIB, as projeções seguiram congeladas ao longo de toda a semana passada, a despeito da crise política. O Focus divulgado nesta segunda indica que o mercado projeta crescimento de 0,50% em 2017 e de 2,50% em 2018.
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Entidades temem paralisação do programa de reformas

Os dirigentes de importantes entidades empresariais assistem apreensivos às turbulências políticas em que o País mergulhou depois das delações do empresário Joesley Batista, da JBS, e não arriscam apontar um desfecho para a crise atual. Mas concordam ao afirmar que, independentemente da solução do impasse político atual, é fundamental que a equipe comandada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o programa econômico que vem sendo implementado sejam mantidos.
"Uma possível queda do presidente, do governo, traz uma dúvida grande com relação à execução das reformas. O movimento dos mercados financeiro e de capitais inicialmente foi de retirada da precificação das reformas que os investidores, de certa forma, davam como certas. Houve depois certa reversão, mas é difícil falar como as coisas vão ficar", diz Antonio Carlos Pipponzi, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV).
Venilton Tedini, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Base e Infraestrutura (Abdib), observa que o estouro das delações da JBS trouxe uma instabilidade política, que já vinha sendo deixada de lado e permitindo ao governo cuidar de questões mais estruturais, como as reformas. O resultado, diz, foi uma "inflexão" no processo de avanço.