Software permite avanços no diagnóstico de AVC

Considerada uma das maiores aliadas do setor de saúde dos últimos anos, a Inteligência Artificial é uma das apostas do software e-Aspects, desenvolvido pela empresa inglesa Brainomix para identificar e quantificar, por meio de imagens, os sinais precoces de dano isquêmico.

A solução, que já chegou ao Brasil, traz muitos avanços dos diagnósticos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), a segunda maior causa de morte no País.

O e-Aspects analisa e classifica automaticamente uma tomografia cerebral de acordo com um escore mundialmente validado, auxiliando os médicos na identificação de pacientes com AVC elegíveis para tratamento durante o atendimento da emergência. "É uma tecnologia inovadora, pois traz velocidade e padronização de diagnóstico dentro de uma janela crítica. Não existe nada similar no mundo", aponta o gerente-geral da Brainomix no Brasil, Renato Cunha. Durante um AVC, morrem 2 milhões de neurônios por minuto, por isso, a agilidade é decisiva.

A solução tem como base o Aspects escore (Alberta Stroke Program Early CT Score), que, em uma escala de 0 a 10, classifica a gravidade do AVC. Esse método é recomendado como critério para seleção de tratamento pelas principais associações de medicina do mundo, incluindo as sociedades brasileiras de estudo de doenças cerebrovasculares.

A Inteligência Artificial é a cereja do bolo. O módulo de machine learning (aprendizado da máquina) do e-Aspects é treinado com um grande conjunto de dados, que envolve tomografias computadorizadas de pacientes com e sem AVC, imagens de ressonância magnética, tomografias de perfusão e tomografias de follow-up. A estas informações são aplicados testes estatísticos rigorosos sobre as características da imagem e das comparações multimodais para determinar se uma região é suscetível de apresentar dano.

A agilidade é um dos principais avanços. Atualmente, o exame padrão para o diagnóstico é a tomografia computadorizada, que deve ser analisada por um especialista imediatamente. A interpretação manual pode causar atrasos se este especialista não estiver disponível 24 horas por dia no hospital. Já no caso do e-Aspects, o software é integrado aos sistemas dos tomógrafos por meio de servidores virtuais e processa automaticamente os exames.

Em um intervalo de dois minutos, disponibiliza os resultados de imagem via Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens do Hospital, e-mail do médico e interface on-line. Feito isso, as informações são enviadas para o especialista onde quer que ele esteja, contribuindo para a escolha do tratamento mais adequado e com maior urgência. "A imediata interpretação aumenta o grau de confiança do médico responsável, apoiando sua decisão para a escolha dos tratamentos", diz Cunha.

O software foi traduzido para o português e configurado para atender a todas as necessidades de tecnologia, comunicação e integração aos sistemas e já está sendo utilizado por médicos gaúchos. Em Porto Alegre, a equipe do Hospital Moinhos de Vento recebeu o treinamento de utilização da ferramenta do doutor em Neurociências e cientista da Brainomix, Dr. Olivier Joly. O mesmo aconteceu recentemente com o Hospital de Clínicas de Curitiba, o Hospital Estadual Central de Vitória e o Hospital Santa Paula de São Paulo.

"A nossa estratégia comercial é atender aos hospitais que tenham ou estejam estudando a implementação de unidades de AVC para tratamento emergencial dos pacientes com suspeita desta doença", relata Cunha. O e-Aspects é clinicamente validado e registrado pela Anvisa e pela CE Mark, agência reguladora para dispositivos médicos da União Europeia.