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Indústria

- Publicada em 03 de Maio de 2017 às 18:55

Produção está 20,8% abaixo do pico de 2013

Nos três primeiros meses deste ano, a produção acumulou uma perda de 2,1%

Nos três primeiros meses deste ano, a produção acumulou uma perda de 2,1%


/GENERAL MOTORS/DIVULGAÇÃO/JC
A indústria brasileira está operando 20,8% abaixo do pico registrado em junho de 2013. A produção retornou ao patamar de dezembro de 2008, época da crise financeira internacional, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A indústria brasileira está operando 20,8% abaixo do pico registrado em junho de 2013. A produção retornou ao patamar de dezembro de 2008, época da crise financeira internacional, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Em termos de patamar de produção, a indústria continua com a característica que já vem há muito tempo, operando em patamar bem distante do ponto mais elevado da série histórica", ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
Segundo Macedo, a queda de 1,8% na indústria em março ante fevereiro teve um espalhamento importante entre as atividades e as categorias de uso. O recuo nos bens de consumo duráveis chegou a 8,5%, puxado pela redução tanto na produção de automóveis quanto na fabricação de eletrodomésticos, especialmente os da linha marrom.
"Olhando mês a mês, a gente tem ainda em 2016 uma velocidade de produção maior. Mas nesse início do ano de 2017 a indústria já mostra um saldo negativo importante, quase da mesma magnitude do avanço do final de 2016", apontou Macedo.
Nos três primeiros meses deste ano, a produção acumulou uma perda de 2,1%. "O setor industrial está com ritmo de queda, esse saldo é negativo. A média móvel trimestral volta a operar no campo negativo de -0,7% em março. A indústria volta a mostrar uma redução do seu ritmo produtivo, muito em função da queda no segmento de veículos automotores", contou o coordenador do IBGE.
Em março ante fevereiro, a queda na produção de veículos foi de 7,5%. O segmento tem peso significativo na pesquisa e influencia também outros segmentos industriais, fornecedores de matéria-prima.
Os fatores conjunturais que explicavam um menor dinamismo da indústria e da economia não se dissiparam. A deterioração do mercado de trabalho e o endividamento ainda elevado das famílias atrapalham uma retomada da produção.
Macedo lembra que mesmo a melhora da confiança ainda é calcada nas expectativas para empresários e consumidores, não na avaliação sobre o momento atual, o que se traduz em números ainda desfavoráveis para bens de capital e bens de consumo duráveis.
A produção industrial brasileira avançou 0,7% na passagem do quarto trimestre de 2016 para o primeiro trimestre de 2017. "Como a alta de dezembro foi muito forte, há uma mudança no patamar de produção e também um carregamento estatístico que ajuda o resultado do primeiro trimestre a ficar positivo", afirmou Macedo.
A produção de bens intermediários cresceu 1,3% no primeiro trimestre de 2017 ante o quarto trimestre do ano passado. No mesmo período, a fabricação de bens de consumo duráveis cresceu 1,0%, enquanto a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis aumentou 3,4%.
Único resultado negativo, a produção de bens de capital recuou 2,8% no primeiro trimestre de 2017 ante o quarto trimestre de 2016.
O avanço de 0,6% na produção industrial brasileira no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior interrompeu uma sequência de 11 trimestres consecutivos de quedas. Apesar da sinalização positiva, o movimento não altera o comportamento negativo da indústria neste início de 2017.
O pesquisador lembrou que a indústria recuou 11,5% no primeiro trimestre de 2016 ante o mesmo trimestre de 2015. "Claro que é uma sinalização positiva, mas não se pode olhar esse número isoladamente, tem que olhar outras comparações. E as demais comparações dizem que a característica presente no setor industrial não é de trajetória crescente na produção, na medida em que vem mostrando nesse início de 2017 um comportamento predominantemente negativo", apontou o coordenador do IBGE.
O avanço de 1,1% em março ante o mesmo mês do ano anterior também foi impulsionado por um dia útil a mais e uma base de comparação fraca. Em março de 2016, a produção tinha registrado uma queda de 11,4% ante março de 2015.
Eliminando o efeito sazonal e o impacto de um dia útil a mais em março deste ano, a produção sairia de um avanço de 1,1% para uma queda de 1,2.

Faturamento cresce 2,4% em março; emprego cai, mostra pesquisa da CNI

O faturamento real da indústria teve alta de 2,4% em março em relação a fevereiro. Segundo o estudo Indicadores Industriais, divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), este foi o terceiro crescimento do indicador nos últimos cinco meses, que acumula alta de 5,5% no período.
A utilização da capacidade instalada subiu 0,4 ponto percentual, atingindo 77,1%, um pouco superior aos 76,7% registrados no mês anterior, na série dessazonalizada.
O emprego caiu 0,2% em março na comparação com fevereiro e as horas trabalhadas, 0,7%. Foi o terceiro mês de queda consecutiva dos dois indicadores. Os indicadores ainda mostram que a massa salarial e o rendimento na indústria cresceram pela primeira vez em cinco meses - a massa salarial aumentou 0,4% em março frente a fevereiro e rendimento teve alta de 1,2% no período, na série dessazonalizada.
Em março, "manteve-se a dinâmica observada nos últimos meses: os dados da indústria alternam variações positivas e negativas, sem caracterizar ainda uma tendência de retomada da atividade".

GM dará folgas coletivas na fábrica de São José dos Campos

A General Motors (GM) dará na próxima semana folgas coletivas de quatro dias para trabalhadores da fábrica de São José dos Campos (SP) para equilibrar a produção. Divididos em duas equipes, ficarão em casa funcionários da produção da picape S10, das áreas de estamparia e injetoras, que compreendem a maior parte dos 5 mil trabalhadores.
A montadora alega ter 1,6 mil funcionários excedentes e tenta negociar o lay-off (suspensão de até cinco meses) com o Sindicato dos Metalúrgicos, que só aceita se a contrapartida for a garantia de empregos. Parte dos operários defende o lay-off e quer que proposta seja votada em assembleia.
Como não houve acordo na terça-feira em audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas, a GM optou pelas folgas. Uma nova audiência ocorrerá no dia 9. A empresa não comentou.