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Porto Alegre, domingo, 21 de maio de 2017. Atualizado �s 22h47.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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EXPOSI��O

Not�cia da edi��o impressa de 22/05/2017. Alterada em 19/05 �s 17h30min

Vis�es do Brasil: exposi��o em S�o Paulo re�ne cerca de 750 pe�as do Ita�-Unibanco

 Povoado numa plan�cie arborizada, do holand�s Frans Post, � obra mais antiga da cole��o

Povoado numa plan�cie arborizada, do holand�s Frans Post, � obra mais antiga da cole��o


EDOAUD FRAIPONT/DIVULGA��O/JC
Cristiano Vieira, de S�o Paulo
Três décadas de atividades celebradas em uma exposição que atravessa quase 400 anos de história brasileira. A exposição Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos reúne, a partir do próximo dia 24, na capital paulista, cerca de 750 peças do acervo do Itaú-Unibanco - uma pequena parte da maior coleção de arte corporativa da América Latina, com 15 mil obras.
Criado pelo fundador da instituição financeira, Olavo Setubal, em 1987, o Itaú Cultural preparou uma mostra que ocupa os 10 mil metros quadrados de área construída da Oca, icônica construção no Parque do Ibirapuera. É lá que o curador Paulo Herkenhoff, auxiliado pelos curadores assistentes Thais Rivitti e Leno Veras, finalizava, nos últimos dias, a montagem.
Em 1969, Setubal adquiriu o primeiro item da coleção: a pintura Povoado numa planície arborizada, do pintor holandês Frans Post (produzida entre 1670 e 1680). Desde então, o acervo não parou de crescer, sempre com recursos próprios. Nomes como Cândido Portinari, Djanira, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Hélio Oiticica, Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Abraham Palatnik, para citar apenas alguns, estão representados. Do Rio Grande do Sul, há trabalhos de Iberê Camargo, Karin Lambrecht e Vera Chaves Barcellos na mostra da Oca.
"O nome já diz: há diversos modos de ver o Brasil. Uma única explicação não serve. Aqui, o colecionismo tem esse mote: além de reunir arte, atua como representação do País", afirma Herkenhoff. Para moldar a exposição à estrutura circular da Oca, o curador contou com auxílio do arquiteto Álvaro Razuk. São quatro andares brancos, levemente iluminados. A espiral do prédio sugere ao visitante uma trajetória sem ponto de chegada, mas sim uma relação de continuidade com os temas apresentados.
Reunir essa história, que se mescla à da construção do Brasil, não é tarefa fácil - os curadores optaram por apresentar uma constelação de 20 núcleos a serem percorridos pelos visitantes, fazendo articulações e linhas de continuidade e ruptura entre eles. De uma colorida parede de azulejos azuis de Adriana Varejão, o visitante, conforme se movimentar pelo espaço, dá de cara com as mulatas de Portinari, por exemplo. Mais embaixo, encontra a icônica escultura aranha (Spider), de Louise Bourgeois - pertencente ao acervo Itaú Cultural, mas instalada, desde que foi adquirida, em 1997, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e temporariamente removida para a exposição.
O diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, destaca que, desde sua criação, a instituição tem se preocupado com a perenidade da cultura brasileira. Foi a partir desta premissa que Setubal solicitou a um grupo de funcionários do Itaú uma proposta para gerenciar a política cultural da instituição financeira. De duas opções - uma divisão dentro do departamento de marketing do Itaú ou um novíssimo instituto, com autonomia para gerir a parte cultural do banco -, o empresário optou pela segunda.
"Esta é a maior exposição da nossa história. Ela é a parte principal de uma programação que se estende durante 2017 e que celebra os 30 anos", avisa Saron. Embora sediado na avenida Paulista, o Itaú Cultural realiza atividades que se espalham por outros estados. É o caso do Rumos, um dos maiores programas de patrocínio do Brasil. Realizado desde 1997, já apoiou 1,4 mil atividades de artes visuais, arte, literatura, tecnologia e teatro, entre tantas áreas artísticas. Caliban, mais recente espetáculo do grupo gaúcho Ói Nois Aqui Traveiz, recebeu incentivo do projeto. 
Mesmo parte do imenso acervo pode, eventualmente, transitar por outros estados em exposições específicas. Foi o caso da mostra Sérgio Camargo: luz e matéria, exibida em Porto Alegre na Fundação Iberê Camargo, em março de 2016.
Questionado, objetivamente, sobre o propósito da exposição - imensa, com tantos artistas e ocupando um espaço tão grande -, o curador Herkenhoff não tem dúvida: "Com a descrença na política e na economia dos dias de hoje, o que salva o Brasil é a arte", profetizava ele na quinta-feira, logo após o terremoto que abalou os alicerces da República. Gratuita, a exposição Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos pode ser visitada de 25 de maio a 31 de agosto, na Oca, localizada no Parque do Ibirapuera. Mais informações em www.itaucultural.org.br.
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