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Empresas & Negócios

- Publicada em 30 de Maio de 2017 às 15:54

Endeavor leva lições de sucesso ao mundo corporativo

Tatiana Prunes
Presidente do Conselho de Administração da Endeavor Brasil desde 2016, Fabio Barbosa tem um extenso currículo como líder. Em 1996, assumiu a direção do ABN-Amro Bank no Brasil; em 1998, liderou a aquisição do Real pelo banco holandês; e, em 2007, quando a instituição foi vendida ao Santander, tornou-se presidente deste banco no Brasil até setembro de 2011. Naquele ano, decidiu dar uma "repaginada" em sua vida profissional e trocou o mercado financeiro pelo mundo das comunicações. Foi quando assumiu a presidência do Grupo Abril, do qual já havia integrado o Conselho de Administração, entre 2004 e 2007. Além de administrar o dia a dia da Abril, Barbosa mantém presença constante em eventos de sustentabilidade e empreendedorismo. Quando questionado sobre o que é preciso fazer para tocar um negócio bem-sucedido, ele recorre ao seu histórico no mundo financeiro. "Vi muitas empresas com boas propostas não crescerem, por ceder demais em aspectos sociais e trabalhistas. Não importa tanto o que se faz, mas como se faz", afirma o dirigente da Endeavor. Na entidade, ele atua há 10 anos com o foco no empreendedorismo como gerador de empregos e riquezas.
Presidente do Conselho de Administração da Endeavor Brasil desde 2016, Fabio Barbosa tem um extenso currículo como líder. Em 1996, assumiu a direção do ABN-Amro Bank no Brasil; em 1998, liderou a aquisição do Real pelo banco holandês; e, em 2007, quando a instituição foi vendida ao Santander, tornou-se presidente deste banco no Brasil até setembro de 2011. Naquele ano, decidiu dar uma "repaginada" em sua vida profissional e trocou o mercado financeiro pelo mundo das comunicações. Foi quando assumiu a presidência do Grupo Abril, do qual já havia integrado o Conselho de Administração, entre 2004 e 2007. Além de administrar o dia a dia da Abril, Barbosa mantém presença constante em eventos de sustentabilidade e empreendedorismo. Quando questionado sobre o que é preciso fazer para tocar um negócio bem-sucedido, ele recorre ao seu histórico no mundo financeiro. "Vi muitas empresas com boas propostas não crescerem, por ceder demais em aspectos sociais e trabalhistas. Não importa tanto o que se faz, mas como se faz", afirma o dirigente da Endeavor. Na entidade, ele atua há 10 anos com o foco no empreendedorismo como gerador de empregos e riquezas.
JC Empresas & Negócios - O que o senhor encontrou de mais curioso durante esse tempo na Endeavor?
Fabio Barbosa - O que mais me impressiona é que existe, neste País, uma disposição muito grande por parte dos jovens de começar seus próprios negócios. Então nossa função na Endeavor tem duas vertentes: contribuir para que o jovem entenda quais são as armadilhas, as oportunidades e as dicas que poderão fazer com que esta jornada seja mais bem-sucedida, mas também pavimentar o caminho para que o empreendedor possa focar o seu projeto, e não ficar preso em questões burocráticas. A experiência mais bem-sucedida é justamente em Porto Alegre, onde reduzimos o número de dias necessários para abrir uma empresa, que passou de 480 para menos de 20 dias, em coordenação com o governo do Estado, a Assembleia Legislativa, a prefeitura e, obviamente, alguns órgãos ligados a empresas - como é o caso do Sebrae e da própria Endeavor -, com o objetivo de simplificar de maneira que o empreendedor não fique desanimando diante das dificuldades burocráticas que ele encontra.
Empresas & Negócios - Empreender no Brasil ainda é motivador?
Barbosa - É muito animador, e esse exemplo de Porto Alegre despertou em outras cidades e está acontecendo Brasil afora. Na verdade, queremos que o empreendedor sinta que tem vocação para isso. O Brasil, durante muito tempo, contou com empreendedores mais por falta de alternativas, que abriam o próprio negócio, porque não conseguiam emprego; mas que também acabavam dando certo, porque descobriam um talento que nem conheciam. Mas existe outro empreendedor que surge porque vê uma oportunidade, decide correr o risco e se junta com mais um colega aqui e outro acolá, e "vamos fazer o negócio". Cada um tem uma participação, cada um faz uma coisa. A ideia da Endeavor de multiplicar o número de empreendedores está se concretizando, e estamos usando muita tecnologia, além de uma rede de mentores que nos apoia e que orienta os empreendedores. Nesse sentido, o portal da Endeavor compartilha muitas experiências e divulga diversos estudos de maneira a ampliar o impacto que se tem. No portal da entidade, é possível obter informações de como abrir uma empresa, lidar com a questão do crescimento, da gestão, da estrutura, da parte fiscal, trabalhista, de financiamento.
Empresas & Negócios - Como estão os trabalhos no Rio Grande do Sul?
Barbosa - A Endeavor já apoiou 50 empresas no "Scale-Ups", um programa de aceleração no Estado. No Brasil, foram 500 empresas em dois anos, também com esse modelo de apoio direto.
Empresas & Negócios - A crise pela qual o País passou nos últimos dois anos afetou o empreendedorismo?
Barbosa - Não. As empresas que nós apoiamos diretamente, que hoje são 100 empresas, têm crescido em um ritmo de 25% ao ano, nos últimos três anos. Ou seja, a empresa pequena consegue crescer independentemente de como vai a economia. É lógico que uma economia mais forte facilita. Mas é diferente de uma empresa muito grande, que vive ao sabor das ondas da economia. Então o que vemos quando começa a recuperação da economia é que há menos pessoas empreendendo por necessidade e mais aquelas que buscam isso por vocação. Nosso objetivo, seja lá qual for a motivação que levou a pessoa a empreender, é orientá-la e dar dicas e informações que facilitem esta jornada de crescimento que o empreendedor, certamente, quer ter.
Empresas & Negócios - Como obter sucesso com tantos obstáculos que o pequeno empresário enfrenta, desde pagar tributos ao governo até atender bem seu público-alvo?
Barbosa - Observamos, até porque acompanhamos as empresas há muitos anos, que existe mais um mito do que efetivamente um problema. Vamos chamar de falso dilema: tínhamos, no começo, muitas empresas que afirmavam não ser possível atender aos quesitos fiscais e trabalhistas e que, portanto, buscavam atalhos. Mas não apoiamos isso. Todas empresas que apoiamos são bem-sucedidas, e todas trabalham dentro da transparência e da boa governança, o que é extremamente importante. Também é verdade que o Brasil avançou no quesito estrutura, a exemplo do Simples, que facilitou muito a vida das pequenas empresas.
Empresas & Negócios - Em qual faixa etária mais surgem empreendedores? A geração Y, por exemplo, está acomodada ou se arriscando?
Barbosa - Acho que, pela primeira vez, temos uma geração na qual a oportunidade de empreender se tornou uma opção concreta de carreira. Existe um contingente grande de jovens entre 20 a 35 anos que está empreendendo. Mas, à medida que o empreendedorismo se torna uma alternativa para todos, percebe-se um incremento em todas as faixas etárias de pessoas querendo empreender ou considerando a ideia. Agora, do ponto de vista geracional, tem um pessoal que trabalha naturalmente com tecnologia, que é a ferramenta que diminui o custo para se montar um negócio. Enfim, as barreiras de entradas estão muito menores, e isso faz com que mais jovens considerem empreender.
Empresas & Negócios - Atualmente, qual é o percentual de empreendedores operando no País e qual é o índice de mortalidade destes negócios?
Barbosa - Pesquisas recentes apontam que atualmente 30% da população adulta brasileira está envolvida com a montagem de uma operação de negócios, sendo que apenas 5% tem um negócio que empregue alguém. Quanto ao índice de mortalidade de empresas após quatro anos de operação, no Brasil é na casa de 60% a 70%. No caso dos negócios que a Endeavor apoia, este índice fica abaixo de 5%.
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