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Política

- Publicada em 14 de Abril de 2017 às 17:07

Delator BJ entregou planilha com doações de R$ 246,6 milhões a ministros e governadores

Moreira Franco (esq.), Alckmin e Padilha (dir.) são citados por delator com beneficiário de propinas

Moreira Franco (esq.), Alckmin e Padilha (dir.) são citados por delator com beneficiário de propinas


ORLANDO BRITO/JC
Estadão Conteúdo
O executivo Benedicto Júnior, o BJ, delator da Odebrecht, entregou à Operação Lava Jato uma planilha com doações de R$ 246.612.801,00 de caixa 2 a 187 políticos do alto escalão e também do baixo clero. A farta distribuição de dinheiro ilícito atingiu os mais importantes partidos entre 2008 e 2014 e seus caciques.
O executivo Benedicto Júnior, o BJ, delator da Odebrecht, entregou à Operação Lava Jato uma planilha com doações de R$ 246.612.801,00 de caixa 2 a 187 políticos do alto escalão e também do baixo clero. A farta distribuição de dinheiro ilícito atingiu os mais importantes partidos entre 2008 e 2014 e seus caciques.
Os investigadores suspeitam que parte dos valores repassados a título de doação de caixa 2, na verdade, era propina. Muitos políticos receberam em períodos que não disputaram eleição. O documento reúne apenas os repasses tratados por BJ. Nele não há referência a campanhas presidenciais, missão exclusiva de Marcelo Odebrecht, ex-presidente do Grupo.
Na Lista de BJ estão o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha (PMDB), o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o governador e São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD-SP) e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
A planilha de BJ é dividida em 11 colunas: Index - com o número de políticos que teriam recebido repasse -, Ano, Cargo, Estado/Município, Codinome, Nome, Intermediário do Político, Doação Caixa 2, Propósito, Pessoa de Contato e Observação.
Confira o que cada um recebeu, segundo a planilha de BJ:
Eliseu Padilha (Chefe da Casa Civil de Temer): teve oito repasses que totalizaram R$ 7,2 milhões, destinados à sua campanha para deputado federal em 2014. Codinome Angorá.
Moreira Franco (Secretaria da Presidência de Temer): recebeu R$ 4 milhões em três vezes em 2014. O intermediário dos repasses a Moreira foi Padilha.
Aécio Neves (senador PSDB-MG): chamado de Mineirinho, recebeu R$ 5,25 milhões de doação em caixa 2 para sua campanha ao Senado em 2010, em cinco transferências. Sem intermediários.
Antonio Anastasia (senador PSDB-MG): codinome Dengo, foi atribuído o valor total de R$ 5,475 milhões para campanha de 2010 ao Governo de Minas. Foram oito repasses ao tucano.
Anthony Garotinho (ex-governador do Rio-PR): foram 35 repasses no total de R$ 13,012 milhões, sob os codinomes Bolinha e Pescador, para as eleições de 2008, 2010, 2012 e 2014.
Beto Richa (governador do Paraná-PSDB): recebeu cinco transferência no total de R$ 900 mil. Fernando Ghignone foi apontado como intermediário. Valores para campanha ao governo em 2010.
Eduardo Paes (ex-prefeito do Rio de Janeiro-PMDB): foi contemplado com 23 pagamentos que somaram R$ 16,120 milhões em doação por caixa 2, segundo BJ. Os repasses ocorreram em 2008, 2010, 2012 e 2014. Codinome Nervosinho. 
Geraldo Alckmin (governador de São Paulo-PSDB): foi beneficiado em duas eleições, de acordo - 2010 e 2014, quando se candidatou a governador. Foram 20 repasses, sob os codinomes Belém e M&M, no total de R$ 9,6 milhões. Os intermediários de Alckmin foram Adhemar Ribeiro, seu cunhado, e Marco Monteiro, tesoureiro da campanha de 2014. O vice de Alckmin, Márcio França, em 2010, sob codinome Paris, R$ 70 mil.
Gilberto Kassab (ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações-PSD-SP): foram 26 transferências em 2008 e 2014 sob os codinomes Kibe, Chefe Turco e Projeto. O total: R$ 21.251.676,00.
Sérgio Cabral (ex-governador do Rio-PMDB): recebeu 41 transferência de doação a caixa 2 sob o codinome Proximus. Total: R$ 61.996.800,00.
Luiz Fernando Pezão (governador do Rio de Janeiro-PMDB): também Proximus, levou R$ 20,3 milhões em 2014. 
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