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Eleições 2018

- Publicada em 09 de Abril de 2017 às 16:11

Tática faz base legislativa se 'descolar' do governo

Senador Cristovam Buarque

Senador Cristovam Buarque


GERALDO MAGELA/AG/JC
A impopularidade do presidente Michel Temer, o avanço da Lava Jato e a crise econômica têm levado integrantes da base no Congresso a um "descolamento" do governo, que se reflete não apenas nas votações no plenário, mas nos acordos para as disputas de 2018. A um ano e meio das eleições, o PMDB de Temer não sabe se terá condições de disputar a sucessão presidencial com candidato próprio e o PSDB escancara suas divergências em praça pública.
A impopularidade do presidente Michel Temer, o avanço da Lava Jato e a crise econômica têm levado integrantes da base no Congresso a um "descolamento" do governo, que se reflete não apenas nas votações no plenário, mas nos acordos para as disputas de 2018. A um ano e meio das eleições, o PMDB de Temer não sabe se terá condições de disputar a sucessão presidencial com candidato próprio e o PSDB escancara suas divergências em praça pública.
"O Temer foi o resultado dos erros da Dilma e agora o Lula poderá ser o resultado dos erros do Temer", afirmou o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), numa referência ao crescimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), réu da Lava Jato, nas pesquisas.
Ex-petista, Cristovam votou pelo impeachment de Dilma
Rousseff. Disse não ter se arrependido, mas, ao adotar um discurso mais duro contra o governo, indicou que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), não está sozinho nas críticas. Na sua avaliação, Temer precisa de uma espécie de "comunicólogo" para explicar as ações da equipe, se não quiser enfrentar mais problemas.
"O presidente virou prisioneiro da psicologia parlamentar, de não ser um líder de massas. Ele acha que, convencendo o Parlamento basta, mas não é assim. Até agora não conseguiu convencer o povo de que a reforma da Previdência vai trazer justiça e acabar com os privilégios", insistiu Cristovam.
Em recente reunião com a bancada do PPS, o senador não se conteve. Afirmou estar convencido de que quem votar pela aprovação de mudanças na aposentadoria não será reeleito. O PPS tem dois ministérios, mas, mesmo assim, mostrou infidelidade na votação do projeto de terceirização na Câmara, ao lado do próprio PMDB, do PSDB e de outros aliados.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já chegou a ser citado como a alternativa do PMDB para a campanha de 2018. A falta de reação da economia, no entanto, inibiu os defensores desse plano B.
À pergunta sobre quem será o candidato do PSDB à sucessão de Temer, os palpites são os mais variados na seara tucana. Do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao senador Aécio Neves (MG), passando por seu colega José Serra (SP), tudo depende dos desdobramentos da Operação Lava Jato e de quem sairá mais ou menos chamuscado das delações da Odebrecht.
No Planalto, a avaliação é de que Temer sobreviverá ao julgamento do processo no Tribunal Superior Eleitoral e manterá o cargo, mas não será candidato. A negativa também foi dada por ele a empresários com quem conversou, nos últimos dias. 

PT busca palanques com 'dissidentes' peemedebistas

A cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) tentará fechar aliança com os "dissidentes" do PMDB, montando palanques estaduais com rebeldes para a eleição presidencial de 2018. O primeiro da lista é o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), que não se cansa de atacar o governo de Michel Temer e já admitiu afinidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Até agora, os petistas não têm qualquer plano B para o caso de Lula não poder disputar o Palácio do Planalto. Réu na Lava Jato, o ex-presidente corre esse risco se for condenado em segunda instância e virar "ficha suja". "Seria escandaloso tentar impedir uma candidatura do campo popular sem prova concreta", reagiu Lindbergh Farias (PT-RJ), um dos petistas mais combativos no Congresso Nacional.