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Opinião

- Publicada em 24 de Abril de 2017 às 18:27

França decidirá entre o centro e a extrema direita

O segundo turno da eleição presidencial francesa, dia 7 de maio, será disputado por Emmanuel Macron, de centro, e Marine Le Pen, da extrema-direita. Vítima de atentados terroristas nos últimos anos, a França foi às urnas no domingo, eleições nas quais o tema imigração predominou.
O segundo turno da eleição presidencial francesa, dia 7 de maio, será disputado por Emmanuel Macron, de centro, e Marine Le Pen, da extrema-direita. Vítima de atentados terroristas nos últimos anos, a França foi às urnas no domingo, eleições nas quais o tema imigração predominou.
Justamente na França do lema que conquistou o mundo, liberdade, igualdade e fraternidade, agora se debate entre permitir ou expulsar os imigrantes. Evidentemente que a população quer proteção, tem medo pelo que tem ocorrido, ainda mais com o último atentado praticado na famosíssima avenida Champs-Elysées, em Paris.
"Enquanto nosso país está passando por um momento único em sua história, marcado pelo terrorismo, os desafios econômicos e ambientais, sofrimento social, ele respondeu da forma mais bonita, votando maciçamente", disse Emmanuel Macron, o favorito, segundo pesquisas.
Marine Le Pen afirmou que "esta eleição é histórica e que a França não terá mudança com o herdeiro de Hollande", referindo-se a Macron. Ela criticou a globalização e afirmou que é hora de os franceses se tornarem livres da elite arrogante.
Somados aos partidos "nanicos", de esquerda e de direita, candidatos de perfil radical somavam 50% das preferências do eleitor francês, indicavam sondagens. Até mesmo os dois candidatos das agremiações tradicionais que dominam a vida política francesa há décadas - Benoît Hamon, do Partido Socialista, o PS, de centro-esquerda, e François Fillon, do conservador Republicanos, de centro-direita - eram das alas mais radicais de seus respectivos campos políticos.
A França da Queda da Bastilha legou ao mundo tantos ideais libertários, mas também foi colonialista no Oriente Médio e na África, chegando até as Américas Central e do Sul, na Guiana Francesa; no Marrocos e na Argélia, este último país que serviu de refúgio ao general-presidente Charles De Gaulle em 1968, quando os estudantes incendiaram as ruas de Paris; no Líbano, dividido pelos franceses entre a parte cristã e muçulmana, e que acabou em guerra civil há poucas décadas.
Esta é a França que agora tem ojeriza pelos imigrantes, que foram ensinados a não apenas falar francês como a professar a religião predominante na metrópole. Por isso esta França tem que praticar a condescendência com seus antigos súditos, que, ao fugir das guerras civis em seus países, trazem na imaginação uma França de igualdade e de muitas oportunidades.
O que os franceses comuns desejam ardentemente, como no Brasil, são resultados, fim da crise econômica, empregos, trabalho, renda e, principalmente, segurança no seu dia a dia.
Como os de fé muçulmana foram estigmatizados como terroristas, é contra eles que muitos se viram, querendo o seu banimento. Não é justo, é claro, mas caberá ao novo presidente separar os dois polos distintos, acolher os que querem apenas uma nova chance de vida e expurgar os radicais extremistas.
Enfim, os 47 milhões de eleitores franceses decidirão sobre o futuro da França e, provavelmente, sobre o futuro da União Europeia (UE). Dos 11 candidatos, alguns falavam abertamente pedindo a saída da França do bloco, com o "Frexit".
O tema teve destaque na campanha em meio à discussão sobre o "Brexit", a saída do Reino Unido da UE. A França, juntamente com a Alemanha, é um dos países fundadores da UE e chamada de "locomotiva" da construção do bloco. O mundo, então, a observa.
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