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Internacional

- Publicada em 06 de Abril de 2017 às 15:39

Governo Macri enfrenta greve geral

Sem transporte público, ruas do Centro de Buenos Aires ficaram vazias

Sem transporte público, ruas do Centro de Buenos Aires ficaram vazias


JUAN MABROMATA/JUAN MABROMATA/AFP/JC
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, enfrentou, nesta quinta-feira, a primeira greve geral em 16 meses de governo. As duas principais centrais sindicais do país exigem aumentos salariais para acompanhar a inflação, que em 2016 foi de 40%, além de reclamar medidas para compensar a perda de empregos, causada pela política de abertura econômica.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, enfrentou, nesta quinta-feira, a primeira greve geral em 16 meses de governo. As duas principais centrais sindicais do país exigem aumentos salariais para acompanhar a inflação, que em 2016 foi de 40%, além de reclamar medidas para compensar a perda de empregos, causada pela política de abertura econômica.
O governo argumenta que não pode dar aumentos muito superiores à meta inflacionária deste ano, de 17%, e assegura que as medidas adotadas (entre elas, o reajuste dos preços dos serviços públicos, congelados desde a crise de 2001) atrairão investimentos, tirando o país da recessão. Como não houve acordo, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e a Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) decidiram paralisar o transporte público e o país, enquanto as organizações sociais de esquerda se mobilizaram para bloquear as principais vias de acesso aos centros urbanos. Cerca de 800 voos foram cancelados, inclusive os que fazem o trecho entre Buenos Aires e Porto Alegre. Os trens, o metrô e os ônibus não circularam até a meia-noite.
O líder sindical dos motoristas de táxi, Omar Viviani, chegou a ameaçar os que furassem a greve, prometendo "virar os carros". Ele acabou sendo convocado para depor, perante a Justiça, acusado de atentar contra a liberdade do trabalho. "Mas o medo já está instalado", disse o motorista Fernando Bianci. "Eu sempre trabalhava em dia de greve, porque preciso, mas não posso correr o risco de ficar sem meu táxi, porque alguém resolveu arrebentá-lo."
Nos primeiros três meses deste ano, Macri enfrentou uma manifestação sindical, uma greve de professores e centenas de protestos isolados, além de bloqueios de estradas. Em compensação, milhares de argentinos saíram às ruas no sábado em apoio ao governo. Aos gritos de "Argentina sem Cristina (Kirchner)" e "sim, se pode", a multidão convocada pelas redes sociais encheu as praças da capital.
Na segunda-feira, dois dias após a marcha a seu favor, Macri prometeu combater as "máfias" no poder. "Não podemos aceitar mais comportamentos mafiosos na Argentina, que estão nos sindicatos, nas empresas, na política e na Justiça", afirmou. Segundo o governo, a greve custará ao país US$ 1 bilhão.
A queda de braço entre o governo e os sindicatos ocorre em ano eleitoral: no mês de outubro, os argentinos irão às urnas para renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado. Macri espera conquistar votos suficientes para converter seus aliados políticos na "primeira minoria" do Legislativo.
 
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