Bloqueios de rodovias na Região Metropolitana e vias em Porto Alegre marcam o começo da greve geral nesta sexta-feira (28) em Porto Alegre, Região Metropolitana e interior gaúcho. O movimento se estende pelo País, puxado por centrais sindicais em reação às reformas trabalhista e da previdência do governo Temer.
Piquetes com queima de pneus fecharam trechos como nas proximidades da BR-290, avenida Legalidade, nas proximidades da rodoviária, Ponte do Guaíba e na avenida Bento Gonçalves, na Capital. O Batalhão de Choque da Brigada Militar chegou a agir com uso de bombas de gás para desfazer protestos em alguns pontos.
Também há protestos em frente a garagens de ônibus urbanos, que impedem a oferta do transporte na Capital.
Ônibus não circulam na Capital e corredores ficaram vazios. Bruna Oliveira/Especial/JC
A Trensurb não está funcionando. Com isso, a decisão da Justiça não é cumprida devido a protestos. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT4) determinou que 50% dos horários de maior movimento fossem ofertados. A estatal informa que não foi possível colocar os carros em operação, pois teria ocorrido obstrução de trilhos. Também há decisão do TRT4 para garantir 50% dos horários de ônibus nos períodos de maior movimento.
A prefeitura da Capital divulgou nota de que conseguiu tutela de urgência para assegurar 100% dos serviços de urgência na prefeitura, com multa de R$ 50 mil por descumprimento. Segundo o município, medida não é cumprida. O Sindicato dos Municipários (Simpa) está na greve geral e participa de protestos.
Segundo a Concepa e Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve bloqueios no km 98 na BR-290 no sentido capital-interior. O sentido interior-Capital está liberado. Nas imediações do campus do Vale, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), ocorrem também interrupções e manifestantes ateiam fogo em pneus. Os grupos fecham a avenida e reabrem, o que gera trânsito lento e muita fila.
Também houveram bloqueios em
BRs como
116 e
386, causando longo congestionamento. Alguns trechos já foram liberados, e outros seguem com protestos de manifestantes fechando a pista. Em Nova Santa Rita, no
km 433 da
BR-386, no trecho capital-interior, o trânsito foi liberado no fim da manhã. As manifestações começaram por voltas das 5h. Na
BR-290, em Porto Alegre, o trânsito foi liberado após os manifestantes iniciarem uma
caminhada sobre a ponte do Guaíba em direção ao Centro da Capital. Na
BR-116, em Esteio, um protesto bloqueou o acesso à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Em Bagé, no km 137 da
BR-293, a pista foi bloqueada nos dois sentidos do trecho. Em Três Cachoeiras, no km 125 da
BR-101, também foram registrados bloqueios nos dois sentidos da via.
Protesto na BR 116 bloqueou o acesso à Refinaria Alberto Pasqualini. PRF/Divulgação/JC
Em Rio Grande, não há ônibus e nem serviço de lancha entre São José do Norte e Rio Grande. Em Pelotas, também ocorre a paralisação de ônibus.
Grupos protestam também por moradia
Desde as 4h30min, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), o Movimento de Mulheres Olga Benário e o Movimento Correnteza na Universidade também protesta em Porto Alegre. A manifestação começou em frente à Estação Rodoviária e seguiu até o Centro Administrativo Fernando Ferrari, na avenida Borges de Medeiros, onde faz ato ocorre na entrada das dependências do prédio. Houve queima de pneus e início de confronto com a Brigada Militar, que impediu o acesso ao Palácio Piratini. O grupo protesta por moradia popular e contra a reforma na previdência.