A Associação dos Oficiais da Brigada Militar (ASOFBM) criticou, em nota, o chamamento de cerca de 500 policiais da reserva, anunciado pelo governador José Ivo Sartori no começo da semana. O governo gaúcho, de acordo com o texto, "segue a linha do engodo" com a medida, e prevê como único efeito prático o inchaço na administração pública.
Segundo a ASOFBM, a maioria dos policiais que atuam nesses departamentos já está em idade avançada, além de terem acumulado experiência em suas funções com o passar dos anos.
"Não é possível fazer segurança pública sem orçamento, sem que os homens e mulheres estejam devidamente motivados, com seus vencimentos em dia e com o 13º quitado. Não é possível fazer segurança pública sem efetivo. Não há mágica possível", diz o texto, assinado pelo presidente da associação, coronel Marcelo Gomes Frota.
O texto também critica a "chantagem" que estaria sendo feita pelo governo com o Legislativo, condicionando o chamamento de novos concursados à aprovação integral do pacote de reestruturação do Estado que tramita na casa. A proposta de Sartori é convocar 683 concursados em caráter imediato, sendo 421 policiais militares e 101 integrantes do Corpo de Bombeiros. "O último concurso que aconteceu foi em 2014. Esses policiais deveriam ter sido chamados no início de 2015. Se o governo tivesse feito isso, a Brigada Militar não estaria com perda de efetivo e tão defasada no quadro."