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Geral

- Publicada em 03 de Abril de 2017 às 20:15

Em apenas dois anos, Rio Grande do Sul perdeu quase 10 mil professores, aponta Cpers

Não se faz educação sem professores. A máxima evidencia a luta da categoria por melhores condições de trabalho e de remuneração dos servidores gaúchos. Atualmente, o Cpers estima que exista um déficit de cerca de 8 mil professores na rede pública do Rio Grande do Sul.
Não se faz educação sem professores. A máxima evidencia a luta da categoria por melhores condições de trabalho e de remuneração dos servidores gaúchos. Atualmente, o Cpers estima que exista um déficit de cerca de 8 mil professores na rede pública do Rio Grande do Sul.
Em 2014, o sindicato possuía 99.564 matrículas. Em 2015, diminuiu para 94.685, e em 2016, para 89.577. "Essas pessoas saíram, se aposentaram, foram exoneradas ou desistiram da educação. Tem acontecido muito de as pessoas pedirem para sair", lamenta a vice-presidente do sindicato, Solange Carvalho. Além disso, o Cpers argumenta que, no governo Tarso Genro, a perda em relação ao piso chegava a 39%, e que hoje, no governo Sartori, saltou para 80%. "Tu já estás com o salário parcelado, com péssimas condições de trabalho... Não fazem obras nas escolas, elas não são atrativas para os alunos. Tudo isso reflete na educação", pondera Solange. "A maioria busca se atualizar. É por isso que nos sentimos entristecidos. Como gostamos da profissão, procuramos alternativas, mas nem sempre as escolas têm estrutura necessária para que a gente coloque em prática aquele conhecimento", explica.
A Secretaria Estadual da Educação, no entanto, afirma que, neste ano, foram nomeados 223 professores aprovados no último concurso do magistério. Esses profissionais vão substituir professores que tenham se afastado definitivamente, pedido exoneração ou falecido. Além disso, a pasta está em processo de recrutamento de 500 professores por meio de contratos emergenciais.
Ademais, o secretário Luís Antônio Alcoba defende a atualização do currículo. "Tem muito conteúdo e os alunos aprendem pouco. Isso não passa só pela formação dos professores nas universidades, mas também pela formação que a Seduc proporciona, que precisa estar relacionada com a prática, com a realidade em sala de aula."
Tanto Alcoba como Solange concordam que, nesses 10 anos, o perfil do estudante mudou. "Os professores foram analisando a postura e acompanhando as mudanças. Nossos alunos têm acesso à informação, são questionadores, e gostamos disso, queremos estimular o conhecimento deles", argumenta a dirigente do Cpers. Para o secretário, a influência de uma sociedade "sem valores e sem limites" também impacta no ambiente escolar.
Considerando que o perfil do estudante não é mais o mesmo, é natural que ocorram atualizações naquilo que é ensinado. No entanto, como a Base Nacional Comum Curricular ainda não foi divulgada pelo governo federal, não se pode discutir a reforma do Ensino Médio com precisão. "Se ainda não sabemos o que vai compor os 60% previstos pela Base, como vamos discutir a outra parte do currículo?", argumenta Alcoba, que considera que o Ministério da Educação se precipitou. Mesmo assim, a Seduc prepara seminários para discutir a questão.
Leia amanhã: Priscila Cruz, do Todos pela Educação, indica soluções para melhorar a qualidade do ensino
 
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