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Economia

- Publicada em 28 de Abril de 2017 às 13:51

Dados da Pnad não mostram sinal de recuperação do mercado de trabalho, diz IBGE

Agência Estado
Os dados do mercado de trabalho não refletem ainda qualquer sinal de recuperação da atividade econômica, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego no País alcançou o patamar recorde de 13,7% no trimestre encerrado em março, com a população desempregada no pico histórico e o total de vagas com carteira assinada no nível mais baixo já registrado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.
Os dados do mercado de trabalho não refletem ainda qualquer sinal de recuperação da atividade econômica, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego no País alcançou o patamar recorde de 13,7% no trimestre encerrado em março, com a população desempregada no pico histórico e o total de vagas com carteira assinada no nível mais baixo já registrado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.
"Os dados não são absolutamente nada favoráveis, não mostram nenhum sentido de recuperação do mercado de trabalho brasileiro", declarou o pesquisador.
Segundo ele, o resultado mais preocupante da divulgação é a extinção contínua de vagas formais."Sem dúvida a notícia mais impactante é termos chegado ao nível mais baixo da carteira de trabalho desde 2012, quando a pesquisa começou. Não é para se comemorar de forma alguma", disse.
"A pessoa que tem acesso à seguridade deixa de ter. A pessoa que tem acesso a plano de saúde deixa de ter. Quem tem acesso a seguro-desemprego vai trabalhar na informalidade e deixa de ter", enumerou Azeredo.
Outro efeito colateral desfavorável da redução na formalidade é que outros integrantes da família saem em busca de uma vaga para tentar recompor a renda e a estabilidade perdidas no domicílio.
"Quando você perde um posto de trabalho formal, você coloca três ou quatro pessoas da família na desocupação. É o medo da instabilidade", explicou Azeredo.
A deterioração em curso do mercado de trabalho brasileiro reflete o cenário econômico, como acontece em outros lugares do mundo, defendeu Azeredo. O problema é que, passada a crise, a recuperação do emprego é lenta.
"Tudo o que acontece no mercado de trabalho, seja aqui no Brasil ou no mundo, é reflexo do cenário econômico. Um cenário econômico conturbado e um cenário político instável são coisas que trazem instabilidade para o mercado de trabalho. Essas respostas negativas no mercado de trabalho são rápidas, mas a recuperação dessas consequências é demorada. Restabelecer o que se perde, reestruturar postos de trabalho, recompor carteira assinada demora um tempo", alertou Azeredo.
Desde o primeiro trimestre de 2014, o Brasil já perdeu 3 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados da Pnad Contínua. Como consequência, o total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado encolheu a 33,406 milhões de pessoas, o patamar mais baixo de toda a série histórica.
Apenas no primeiro trimestre do ano, 599 mil vagas formais foram extintas, em relação ao último trimestre de 2016. Na comparação com um ano antes, 1,225 milhão de empregos formais foram eliminados, o equivalente a 70% de todos os postos de trabalho fechados em todo o País no período.
"O mercado de trabalho continua a apresentar destruição de postos. Em um ano, 70% dessa perda de vagas foi na carteira assinada. A perda dessa carteira significa perda de contribuição da previdência, perda da estabilidade, perda de plano de saúde muitas vezes. A perda da carteira mexe com proteção social, mexe com o bem estar da família brasileira", definiu Cimar Azeredo.
Outro efeito colateral da perda da carteira de trabalho é o aumento na dificuldade de ter acesso ao crédito, alertou Azeredo. "As pessoas muitas vezes usam a carteira como passaporte para o crédito. Ela vai à loja para financiamento de um eletrodoméstico, muitas vezes a compra é parcelada devido ao contracheque. Isso acaba se desfazendo", citou ele.
Nos últimos dois anos, a indústria demitiu 1,9 milhão de trabalhadores, enquanto a construção dispensou outros 809 mil. "Muitos dos que não perderam o emprego estão aí trabalhando na informalidade", ressaltou Azeredo.
Segundo Azeredo, a desaceleração da inflação ajudou a manter estável a renda do trabalhador ocupado no País.
O salário nominal médio dos ocupados cresceu em um ano, mas ficou estatisticamente estável após ser corrigido pela inflação do período. A renda média saiu de R$ 2.059,00 no trimestre encerrado em março de 2016 para R$ 2.110,00 no trimestre encerrado em março de 2017.
A variação de 2,5% no período foi considerada como estabilidade por conta do intervalo de confiança da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012, explicou Azeredo. Segundo ele, a inflação poderia ter prejudicado mais o poder de compra dos trabalhadores se tivesse sido mais aguda, como ocorreu em períodos anteriores.
"O rendimento nominal cresce significativamente em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Quando corrige a inflação, esse rendimento fica estável", disse o coordenador do IBGE.
Apesar da dispensa de trabalhadores, a massa de salários em circulação na economia também registrou estabilidade estatística, passando de R$ 181,694 bilhões no trimestre encerrado em março do ano passado para R$ 182,935 bilhões no trimestre encerrado em março deste ano, uma variação positiva de 0,7%.
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