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Contas Externas

- Publicada em 25 de Abril de 2017 às 19:08

Setor externo tem superávit de US$ 1,397 bilhões

Banco Central ainda projeta um rombo de US$ 30 bilhões para 2017

Banco Central ainda projeta um rombo de US$ 30 bilhões para 2017


/MOHD RASFAN/AFP/JC
Após o déficit de US$ 935 milhões em fevereiro, o resultado das transações correntes ficou positivo em US$ 1,397 bilhão em março, conforme divulgação feita ontem pelo Banco Central (BC). Este total representa o primeiro superávit para o mês desde março de 2007, quando somou US$ 185,5 milhões. Também foi o melhor resultado para meses de março desde 2005 (US$ 1,716 bilhão),
Após o déficit de US$ 935 milhões em fevereiro, o resultado das transações correntes ficou positivo em US$ 1,397 bilhão em março, conforme divulgação feita ontem pelo Banco Central (BC). Este total representa o primeiro superávit para o mês desde março de 2007, quando somou US$ 185,5 milhões. Também foi o melhor resultado para meses de março desde 2005 (US$ 1,716 bilhão),
O BC projetava para março um déficit em conta de US$ 1,5 bilhão. A estimativa da instituição é que o rombo externo de 2017 seja de US$ 30 bilhões.
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 6,935 bilhões em março, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,523 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 3,194 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no azul em US$ 1,795 bilhão.
No acumulado do ano até março, o rombo nas contas externas soma US$ 4,624 bilhões. Já nos últimos 12 meses até março deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 20,557 bilhões, o que representa 1,10% do Produto Interno Bruto (PIB).
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,874 bilhão em março, informou o BC. A saída líquida representa um volume maior do que os US$ 1,412 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado de janeiro a março deste ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 5,199 bilhões. O total é superior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 4,191 bilhões. A expectativa do BC é que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 26,5 bilhões.
O Banco Central informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,335 bilhão em março, ante US$ 1,047 bilhão em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 6,463 bilhões, valor maior que os US$ 5,773 bilhões de igual período do ano passado. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 21,4 bilhões.
A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em março, informou o Banco Central. No mês passado, quando o dólar subiu pouco mais de 2% ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 880 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 694 milhões.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,530 bilhão em março. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 650 milhões no mês passado.
No acumulado do ano até março, o saldo líquido dessa conta está negativo em US$ 2,623 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 1,126 bilhão. Para 2017, o BC estima um déficit de US$ 12,5 bilhões para esta rubrica, mais que os US$ 8,473 bilhões de déficit registrados em 2016.

Desempenho da balança comercial justifica números

Turismo no exterior está sendo incentivado, afirmou Tulio Maciel

Turismo no exterior está sendo incentivado, afirmou Tulio Maciel


/Marcelo Camargo/ABR/JC
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou ontem que o superávit em conta corrente de março, de US$ 1,397 bilhão, foi "muito bom diante das expectativas". Ele lembrou que o BC projetava, há cerca de 30 dias, déficit em conta de US$ 1,5 bilhão em março.
"O desempenho da balança comercial justifica o superávit em conta em março", afirmou Maciel, durante entrevista coletiva. Segundo ele, as exportações de soja foram destaque na balança comercial, com 16% de crescimento em relação a março do ano passado. "O minério de ferro é destaque também das exportações, já que os termos de troca estão favoráveis", citou.
Ele informou que a instituição projeta superávit de US$ 1,4 bilhão para abril nas transações correntes brasileiras. "A balança comercial, até a terceira semana de abril, aponta superávit de US$ 5,2 bilhões", citou Maciel, ao justificar a perspectiva de que a conta corrente também seja superavitária neste mês.
O chefe do Departamento Econômico comentou que, com os resultados da balança comercial neste início de 2017, a projeção do BC, de superávit de US$ 51 bilhões para o ano, está ficando conservadora. Ao mesmo tempo, Maciel afirmou que ainda é cedo para falar algo com maior precisão a respeito de possíveis mudanças na projeção. "Tivemos US$ 6 milhões de incremento da balança comercial no primeiro trimestre", citou Maciel. "As exportações cresceram 25%, e as importações avançaram 12% no período", destacou.
A melhora da perspectiva da atividade econômica e o câmbio mais favorável têm incentivado o turismo de brasileiros no exterior. Maciel nota que a tendência continua em abril. No mês até o dia 20, a conta de viagens internacionais registra rombo de US$ 710 milhões. Mantida a tendência, o déficit de abril terá crescido 63% na comparação com o igual mês do ano passado.
Dados preliminares do BC indicam que o gasto de brasileiros no exterior somou US$ 1,023 bilhão no mês até o último dia 20. Ao mesmo tempo, estrangeiros em viagem ao Brasil deixaram no País o equivalente a US$ 313 milhões.
Segundo Túlio Maciel, o aumento do déficit em viagens internacionais era esperado diante da melhora da perspectiva da atividade econômica e com o câmbio mais favorável para o brasileiro - com valorização e estabilização do real na comparação com o dólar. Maciel chamou atenção que esse cenário fez com que a conta de viagens acumulasse déficit de US$ 2,623 bilhões nos três primeiros meses de 2017, valor 132% maior que o observado em igual período do ano passado.
 

Banco Central projeta que Investimento Direto no País chegue a US$ 4,8 bilhões em abril

O BC projeta ingresso de Investimento Direto no País (IDP) de US$ 4,8 bilhões no mês de abril. O dado foi apresentado ontem pelo chefe do departamento econômico do BC, Tulio Maciel. No mês até o dia 20, o dado preliminar indica entrada de US$ 3,7 bilhões.
Ao apresentar os números, o técnico do BC ressaltou o forte ingresso de recursos e notou que nunca foi tão grande a folga gerada pelo ingresso de IDP em relação à necessidade de financiamento gerado pelo déficit em transações correntes. "Seguimos com valores elevados e, nos últimos 12 meses, tivemos ingresso de US$ 85,939 bilhões. Esse valor é quatro vezes maior que o déficit em transações correntes de US$ 20,557 bilhões", disse Maciel. "Nunca tivemos uma diferença positiva tão grande entre o IDP e o déficit em transações correntes", completou.
Maciel ressaltou que o IDP é a fonte de financiamento externo de melhor qualidade, já que indica perspectiva de permanência mais longa dos recursos externos. "Isso gera renda, emprego, impostos e, claro, lucros e dividendos", disse, ao comentar que o quadro é explicado pela melhora da perspectiva econômica no Brasil.
Em março, o IDP somou US$ 7,109 bilhões. No primeiro trimestre do ano, o investimento direto foi de US$ 23,943 bilhões, o que representa um incremento de cerca de 40% em relação ao ano passado.
Considerando apenas os investimentos voltados para participação no capital - ou seja, compra de fatias de empresas no País - a entrada de IDP no setor de eletricidade, gás e outras utilidades foi de US$ 5,524 bilhões no primeiro trimestre. Maciel citou a saída mais significativa de recursos do País por meio da venda de ações por estrangeiros. Conforme o BC, o investimento em ações no Brasil foi negativo em US$ 2,271 bilhões em março. Ele minimizou, no entanto, o movimento, "tendo em vista os volumes". Chamou atenção para o fato de, no acumulado de janeiro a março, o investimento em ações ser negativo em apenas US$ 657 milhões.