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Economia

- Publicada em 23 de Abril de 2017 às 19:54

'Braskem não teve uma corrupção endêmica', afirma Fernando Musa

Fernando Musa garante que não há intenção de negociar a empresa

Fernando Musa garante que não há intenção de negociar a empresa


/BRASKEM/DIVULGAÇÃO/JC
Em dezembro de 2016, após fechar acordo de R$ 3,1 bilhões com a Justiça dos Estados Unidos, da Suíça e do Brasil, a petroquímica Braskem considerava ter encerrado o "capítulo Lava Jato" em sua história. Porém, a divulgação dos vídeos das delações recolocou seu nome nas manchetes. Nesta entrevista, o executivo Fernando Musa, que assumiu o comando da petroquímica há um ano, afirma que a corrupção na Braskem era concentrada - diferentemente do que ocorria em sua principal acionista, a Odebrecht.
Em dezembro de 2016, após fechar acordo de R$ 3,1 bilhões com a Justiça dos Estados Unidos, da Suíça e do Brasil, a petroquímica Braskem considerava ter encerrado o "capítulo Lava Jato" em sua história. Porém, a divulgação dos vídeos das delações recolocou seu nome nas manchetes. Nesta entrevista, o executivo Fernando Musa, que assumiu o comando da petroquímica há um ano, afirma que a corrupção na Braskem era concentrada - diferentemente do que ocorria em sua principal acionista, a Odebrecht.
Qual é o risco de novos fatos sobre a Braskem aparecerem nas investigações da Lava Jato?
Fernando Musa - Tudo o que está vindo à tona agora é um substrato do que levou ao nosso acordo (com a Justiça dos EUA, da Suíça e do Brasil). A expectativa é que não tenha nenhum fato novo ou relevante. Agora aparecem coisas como o Emílio Odebrecht falando em mudar a sede da Braskem do México para os Estados Unidos - o que tivemos de desmentir porque sequer foi discutido. Com relação à Lava Jato, o acordo já cobre tudo (os ilícitos cometidos pela Braskem).
O fato de a Justiça brasileira ainda não ter homologado o acordo feito com o DoJ (Departamento de Justiça dos EUA, na sigla em inglês) e o MP atrapalha a Braskem?
Musa - Do ponto de vista prático, não. A multa está determinada, assim como as obrigações da empresa. Na prática, a homologação pelo juiz Sérgio Moro poderá apenas fazer com que a Braskem possa ser chamada a prestar esclarecimentos em outros processos.
A Braskem terá monitores em sua operação, dentro do acordo que já firmou com o DoJ. Como está este trabalho?
Musa - O acordo com o DoJ prevê uma permanência de três anos, mas o trabalho pode ser interrompido com antecedência. Os monitores já foram designados e, cerca de 15 dias atrás, participaram de uma série de reuniões na Braskem. Trata-se de um processo rígido, com prazos claros. Agora, eles precisam conhecer o acordo de leniência, para criar um plano de trabalho, que será aprovado por DoJ e MP - o que deverá ocorrer em maio. Depois disso, virão as reuniões de monitoramento, voltadas para o futuro, a melhoria dos processos e da governança.
Mudar a presidência basta para dizer que a Braskem é uma empresa livre de corrupção?
Musa - As situações da Braskem e da Odebrecht são muito diferentes. Na Braskem, a corrupção era concentrada na liderança. No caso da Odebrecht, fala-se de um processo sistêmico e endêmico; na Braskem, não tem essas frases na avaliação do DoJ. É algo mais concentrado, pontual, embora relevante e grave. São 77 delatores (da Odebrecht), enquanto sete mencionam a Braskem, sendo que alguns nem trabalhavam diretamente na companhia. Diretamente, são três: os ex-presidentes Alexandrino de Alencar e Carlos Fadigas, além do ex-diretor financeiro Paul Altit.
Diante das dificuldades da Odebrecht, que cogita até pedir recuperação judicial, qual é a lógica de não vender a Braskem?
Musa - É um negócio que vai muito bem, mas está subvalorizado. As ações subiram muito, mas ainda estão muito longe do patamar de empresas com portfólio semelhante. Acabamos de iniciar um projeto de R$ 5,2 bilhões no México e agora é que vamos começar a ganhar com ele. Tem muito valor a ser capturado no futuro e uma venda agora poderia significar perder dinheiro.
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