O Banco Mundial divulgou ontem que a economia brasileira deverá crescer 0,7% neste ano. O número considera uma média de analistas de mercado. O resultado é mais otimista que a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que estimou um avanço de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB). O banco melhorou a previsão para o Brasil, pois estimou, no começo de janeiro, que a economia do País cresceria 0,5% neste ano. Com as recuperações brasileira e argentina, a América Latina deve crescer 1,5% neste ano e 2,5% em 2018.
Carlos Végh, economista-chefe da América Latina, afirmou que a previsão do FMI de 0,2% é crível, mas que o importante é que o País saiu da recessão. "Há uma excelente notícia que mostra que a economia brasileira está finalmente estabilizada", disse. Ele afirmou ainda que a crise política do Brasil deve melhorar a governança do País a logo prazo. Sobre a reforma da Previdência, o economista acredita que será uma "batalha política", mas evitou fazer prognósticos.
Végh afirmou que os cortes de juros que o Banco Central brasileiro tem feito desde outubro vão ajudar ainda mais esta retomada econômica do Brasil. Mas ele lembra que o País ainda tem muitos desafios fiscais, com déficit de 8,8% do PIB e déficit primário de 2% do PIB, o que mostra um custo muito elevado com os serviços da dívida pública.