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Economia

- Publicada em 11 de Abril de 2017 às 23:24

Opinião econômica: Davos brasileira

Nizan Guanaes é publicitário e presidente do Grupo ABC

Nizan Guanaes é publicitário e presidente do Grupo ABC


/JONATHAN HECKLER/Arquivo/JC
A Brazil Conference se estabelece como a Davos brasileira. A ideia é inspiradora: uma vez por ano, alunos brasileiros de Harvard e do MIT criam um espaço para que, à luz desses dois templos do conhecimento, o Brasil faça uma reflexão sobre si e sobre o mundo.
A Brazil Conference se estabelece como a Davos brasileira. A ideia é inspiradora: uma vez por ano, alunos brasileiros de Harvard e do MIT criam um espaço para que, à luz desses dois templos do conhecimento, o Brasil faça uma reflexão sobre si e sobre o mundo.
Harvard e MIT estabelecem uma régua acima do que o Brasil é hoje para ajudar o Brasil a adotar o tamanho que ele tem que tomar.
Esses garotos estudiosos estabeleceram também um tom para a conversa - o tom do respeito. Você não precisa concordar com os outros, mas você precisa respeitar os outros.
Foi o que vimos, no fim de semana passado, nas conversas de Gilmar Mendes com José Eduardo Cardozo e de Olavo de Carvalho com Eduardo Suplicy. E na mistura de cabeças como Gilberto Gil, Wagner Moura, ACM Neto, Luciano Huck, Armínio Fraga e tantas outras.
A ex-presidente Dilma Rousseff foi tratada com respeito. Foi bacana ver o juiz Sérgio Moro respondendo com simpatia sobre outras pautas e o procurador Deltan Dallagnol sentado no meio dos estudantes para ouvir Gilberto Gil. Moro e Dallagnol, por sinal, foram os reis das selfies.
Foi, em suma, um evento que promoveu o que precisa ser promovido: a inteligência e a razoabilidade.
O Brasil tem três reformas fundamentais urgentes: a reforma da Previdência, sem a qual a conta não fecha; a reforma político-eleitoral, sem a qual não haverá combate efetivo à corrupção; e a reforma psíquica. O Brasil está extenuado, à beira de um ataque de nervos. Se não tivermos uma trégua psíquica, se os pingos não voltarem aos is, se o Tico não voltar a falar com o Teco, não será possível tocar o país à frente.
Foi um debate luminoso. Foi também uma canja de galinha para a alma, um remanso, ver o Brasil discutindo de maneira pacifica o Brasil.
Foi o que fez Gilberto Gil, autor de tantos hinos à paz, colocando a plateia sentada no chão de uma maneira hippie, transformando Harvard em Arembepe. Havia muito tempo não ia a um evento que tivesse me emocionado tanto, que tivesse levado tanta água aos meus olhos.
E sai dele um movimento interessante de estudantes brasileiros no exterior que querem se envolver com a política. Chama-se Acredito. Num país onde o cinismo corrói a fé e a esperança, eles merecem ao menos o crédito da dúvida. São jovens que querem fazer política no meio desse rebaixamento da política, para elevá-la. É um sonho bom e grande.
O tema da conferencia foi "Diálogos que Conectam". E 2018 deve ser a hora do diálogo, não a hora da batalha campal. As pessoas vão discutir, elas têm visão diferentes de quem deve ser presidente. Mas vamos debater em alto nível, com compaixão e respeito. Depois que o último voto entrar na urna e o presidente for eleito, que ele seja o presidente de todos nós. Essa é a solução democrática. É o que fez Hilary e Bill Clinton irem à posse de Trump. Eles não concordam com Trump, mas concordam com a democracia.
Esse foi o caminho que Harvard e MIT apontaram para nós num encontro inacreditável, encerrado com a presença de Warren Buffett e Jorge Paulo Lemann, mostrando, juntos, a força do capitalismo inovador.
Os estudantes brasileiros vindos da França inspiraram a Inconfidência Mineira. Séculos depois, os estudantes brasileiros de Harvard e MIT chamam a atenção do Brasil criando uma Davos brasileira.
Vamos botar fé nessa rapaziada, "powered by" Jorge Paulo. Porque a fé e Jorge Paulo não costumam falhar.
Não perca a conferência do ano que vem. E faça como eu: leve o seu filho.
Publicitário e fundador do Grupo ABC
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