Riscos geopolíticos no cenário internacional, com novos desdobramentos na Síria e na Coreia do Norte, e receios em relação ao andamento da reforma da Previdência, acrescidos de temores políticos, ajudaram o dólar a fechar em alta ante o real nesta terça-feira,11, após uma sessão volátil.
O dólar à vista no balcão terminou com alta de 0,18%, a R$ 3,1421, após oscilar entre a mínima de R$ 3,1252 (-0,36%) e a máxima de R$ 3,1549 (+0,58%). O giro registrado na clearing de câmbio da B3 foi de US$ 1,932 bilhão. No mercado futuro, o dólar para maio avançava 0,33% por volta das 17h15, a R$ 3,1555. O volume financeiro somava US$ 17,559 bilhões. No exterior, o dólar subia ante a maior parte das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, com destaque para os ganhos frente ao peso mexicano (+0,51%), a rupia indiana (+0,18%) e o dólar australiano (+0,13%).
Os riscos geopolíticos, que vinham se desenhando nos últimos dias, ganharam força nesta terça-feira. A Coreia do Norte alertou hoje para um ataque nuclear contra os EUA diante de qualquer sinal ou provocação de um ataque norte-americano. Além disso, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ter informações de que os EUA estão preparados para novos ataques na Síria, que teriam por objetivo incriminar o presidente sírio Bashar al-Assad.
Internamente, os investidores seguem preocupados com o andamento da reforma da Previdência. Após uma reunião com o presidente Michel Temer nesta manhã, os protagonistas da reforma na Câmara ainda correm para fechar os últimos ajustes. O presidente da comissão especial da reforma da Previdência, Carlos Marun (PMDB-MS), estimou que o relatório de Maia será aprovado entre os dias 25 e 28 de abril na comissão. O deputado disse acreditar em uma vitória "robusta" do governo - com um placar estimado de mais de 350 votos. O Placar da Previdência, apurado pelo Grupo Estado, ainda mostra 101 votos favoráveis e 273 contrários.
Mais para o fim da sessão, o Grupo Estado divulgou que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito contra nove ministros do governo Michel Temer, 29 senadores e 42 deputados federais, entre eles os presidentes das duas Casas.