Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Mineração

- Publicada em 09 de Abril de 2017 às 17:06

Audiência discutirá projeto Caçapava do Sul

Empreendimento da Votorantim sofreu críticas durante encontro

Empreendimento da Votorantim sofreu críticas durante encontro


CACO ARGEMI/CACO ARGEMI/DIVULGAÇÃO/JC
O palco da próxima discussão sobre o Projeto Caçapava do Sul, que prevê a exploração de chumbo, zinco e cobre nesse município, será a Assembleia Legislativa. Uma audiência, solicitada pelo deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), será realizada no dia 19 de abril, na capital gaúcha, para abordar os impactos da mineração na bacia hidrográfica do rio Camaquã devido ao empreendimento conduzido pela joint venture formada entre a Mineração Iamgold Brasil e a Votorantim Metais (majoritária no processo).
O palco da próxima discussão sobre o Projeto Caçapava do Sul, que prevê a exploração de chumbo, zinco e cobre nesse município, será a Assembleia Legislativa. Uma audiência, solicitada pelo deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), será realizada no dia 19 de abril, na capital gaúcha, para abordar os impactos da mineração na bacia hidrográfica do rio Camaquã devido ao empreendimento conduzido pela joint venture formada entre a Mineração Iamgold Brasil e a Votorantim Metais (majoritária no processo).
O encontro em Porto Alegre será um dos desdobramentos da "Jornada em defesa do rio Camaquã", promovida na sexta-feira pela União Pela Preservação do Rio Camaquã (UPP Camaquã) e por Mainardi. A integrante da UPP Camaquã Vera Colares classificou como excelente a reunião. Ela estima que de 650 a 800 pessoas compareceram ao evento entre deputados, prefeitos, ambientalistas, vereadores e moradores da região. Vera destaca a importância do debate perdurar dentro da Assembleia Legislativa. O deputado Edegar Pretto (PT), também presente no acontecimento de sexta-feira, comentou que, como presidente do parlamento, tem que manter, na representação do cargo, imparcialidade, o que não o impede de se posicionar politicamente contra ações que venham poluir o meio ambiente.
Mainardi adianta que o objetivo é manter constantes agendas para alertar sobre os impactos ambientais e socioeconômicos que podem ser causados pelo projeto. "Reafirmamos a disposição de lutarmos até o final para impedir a realização da mineração", enfatiza o parlamentar. Se o deputado e Vera são contrários à iniciativa, o projeto encontra um aliado no prefeito de Caçapava do Sul, Giovani Amestoy da Silva (PDT). O dirigente frisa que a prefeitura apoia a ação devido à perspectiva do retorno em postos de trabalho e impostos para o município. A expectativa é de que 450 empregos diretos sejam gerados na fase de operação do complexo, em 2020, e o investimento previsto no empreendimento é de R$ 371 milhões. A cidade também espera aumentar em cerca de 20% a sua receita anual, que é de aproximadamente R$ 100 milhões.
Silva afirma que compreende a preocupação quanto ao impacto ambiental que a mineração causará, contudo reforça que cabe à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) a decisão sobre se o projeto é viável ou não. "Claro que se a Fepam apontar que o empreendimento não deva prosseguir, vamos acatar", frisa. O prefeito sustenta que a região deveria se unir em prol do desenvolvimento, pois isso vai gerar empregos para mais de uma cidade. "Amanhã, o investimento poderá ser em Pelotas, Caxias do Sul ou outro local", argumenta.
Quanto à hipótese da atividade de mineração comprometer a qualidade da criação de animais na região, Silva, que também é médico veterinário, diz que não vê riscos de contaminação. Ele comenta que essa possibilidade seria plausível se os resíduos da exploração fossem depositados no rio Camaquã, mas esse não será o caso.
 

Prefeitura municipal divulga carta em favor da iniciativa mineradora

Prefeito Giovani Amestoy da Silva está apoiando o investimento

Prefeito Giovani Amestoy da Silva está apoiando o investimento


MAIRA CASSEL/MAIRA CASSEL/DIVULGAÇÃO/JC
Para tornar público seu apoio ao projeto da Votorantim, a prefeitura de Caçapava do Sul liberou uma carta aberta intitulada "Sim ao desenvolvimento e a geração de empregos". No documento, o prefeito Giovani Amestoy da Silva afirma que tem acompanhado nos últimos dias movimentações políticas contrárias à iniciativa. Segundo ele, mobilizações que "são oriundas de pessoas residentes em outros municípios, manifestações que transcendem a esfera técnica, e são baseadas em atos políticos e eleitoreiros, vislumbrando o pleito eleitoral de 2018".
Sobre essas declarações, o deputado Luiz Fernando Mainardi rebate dizendo que "quando faltam argumentos para defender um projeto que compromete uma região enorme e agride em cheio o Bioma Pampa, sobram acusações vazias". Para a integrante da UPP Camaquã, Vera Colares, a população de Caçapava do Sul foi pega desprevenida pela campanha maciça da empresa em favor da mina. "Mas, agora que está tomando conhecimento dos fatos, está mudando de opinião como não podia deixar de ser", salienta.
A área em que se pretende realizar a mineração fica localizada a cerca de 800 metros do rio Camaquã, que marca a divisa de Caçapava do Sul e Bagé. A eventual contaminação do rio é uma das principais preocupações de quem é opositor ao projeto. Em nota, a Votorantim afirma que o rio Camaquã sempre inspirou cuidados por parte da companhia que, por isso mesmo, desenvolveu um projeto em que não haverá descarte de efluentes. A empresa acrescenta que "mantém sua disposição para o diálogo aberto e construtivo em torno do projeto Caçapava do Sul, que irá gerar empregos, capacitação profissional, promover o desenvolvimento da região, além de trazer divisas para o estado do Rio Grande do Sul e para o Brasil".