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- Publicada em 18 de Abril de 2017 às 18:26

A mais famosa história de horror

Certamente ninguém duvida de que Frankenstein, romance clássico da inglesa Mary Shelley, é a mais famosa história de horror de todos os tempos. Dois séculos depois de sua publicação, a obra segue arrepiando os leitores mundo afora, pelas virtudes de sua forma e de seu conteúdo. A permanência da obra é tanta que Frankenstein, até hoje, é palavra usada como sinônimo de monstro, pessoa terrível ou ser composto de partes que não constituem um todo harmonioso e único.
Certamente ninguém duvida de que Frankenstein, romance clássico da inglesa Mary Shelley, é a mais famosa história de horror de todos os tempos. Dois séculos depois de sua publicação, a obra segue arrepiando os leitores mundo afora, pelas virtudes de sua forma e de seu conteúdo. A permanência da obra é tanta que Frankenstein, até hoje, é palavra usada como sinônimo de monstro, pessoa terrível ou ser composto de partes que não constituem um todo harmonioso e único.
A primeira adaptação da obra para o cinema foi em 1910, um curta-metragem de J. Searle Dawley e, em 1931, foi lançada a famosa adaptação cinematográfica com Boris Karloff no papel da criatura, com direção de James Whale.
Mary Shelley (1797-1851), é uma das mais celebres escritoras britânicas. Sua vida foi marcada pela tragédia, por viagens e pela literatura. Criou sua obra-prima aos 19 anos e seguiu escrevendo romances, relatos de viagens, contos, biografia, poemas, artigos e ensaios. Perdeu a mãe quando tinha dez dias de vida. Sua mãe tentara várias vezes o suicídio. Uma irmã de Mary cometeu suicídio, bem como a esposa de seu namorado, Percy Shelley. A primeira filha de Mary, prematura, morreu com poucos dias de vida. Antes de falecer aos 53 anos em Londres, onde nasceu, em virtude de um tumor cerebral, Mary enfrentou outras mortes e tragédias, em meio a viagens e trabalhos literários. O pai dela morreu aos 80 anos, em 1836, ano em que Mary completou 39 anos. Ele era influente filósofo, jornalista e escritor anarquista. A mãe foi feminista e escritora.
Frankenstein: edição Comentada (Zahar, 248 páginas, impresso R$ 49,90 e e-book 29,90) apresentada em capa dura, faz parte da bem-sucedida Coleção Clássicos Zahar. Com apresentação, tradução e notas do escritor Santiago Nazarian, o livro tomou por base a edição revista pela autora em 1831, consagrada como a definitiva. O volume traz, ainda, cronologia da vida e obra da autora e introdução que Mary fez para a edição de 1831, bem como o prefácio do poeta Percy Bysshe Shelley para a primeira edição, publicada anonimamente em 1818.
Flertando com o suspense e o terror psicológico, a história vai além de um ensaio sobre a prepotência humana e a solidão em sociedade. O cientista Victor Frankenstein, tomado pelo desejo de dar vida à matéria inanimada, constrói um monstruoso ser a partir de restos humanos. Mas quando enfim alcança seu objetivo, foge de sua própria criação. A criatura monstruosa, abandonada e fadada ao desterro e à rejeição, passa a perseguir o cientista e a buscar vingança.
Alguns chamam, sem exagero, Frankenstein de O Prometeu moderno. Duzentos anos depois, Frank vive.

lançamentos

  • Origens do pensamento acadêmico em jornalismo (Insular, 238 páginas), do professor doutor Francisco Rüdiger, da Pucrs e da Ufrgs, com rigor e profundidade, trata do desenvolvimento e da destruição da ciência dos jornais alemães, e traz informações inéditas em português sobre os primórdios da disciplina na Rússia, no Japão e em outros países.
  • Drops - Poesia em conta-gotas (Farol Editora, 148 páginas), do poeta, jornalista e escritor Auber Lopes de Almeida, traz poemas em quadras, tendo como tema principal o sentimento amoroso. Sem muita preocupação com métrica e rimas, mas com humor e sensibilidade, Almeida fala de vida, de amor e da busca de caminhos para uma existência plena.
  • Além do perdão - reflexões sobre Atonement (Barany Editora, 272 páginas), organizado pelo escritor, fotógrafo e cineasta Phil Cousineau, traz belos textos sobre se tornar inteiro novamente, curando o passado, fazendo restaurações e recuperando o equilíbrio nas nossas vidas e no mundo. Ele ensina a tratar o passado de modo criativo e positivo.

Um balão dourado

Saí para a caminhada diária, para deixar algum peso e algumas tensões para trás e para ganhar certo gás para enfrentar a semana. Mesmo onze e meia da manhã, dia ensolarado, claro que fiquei me cuidando para não ser assaltado. Já fui roubado três vezes no meu bairro. Os muitos bandidos que andam por aí não sabiam que, naquele momento, eu, desavisado, estava só com uns quinze ou vinte pilas no bolso. Ainda bem que não me pegaram, senão os ladrões poderiam ter se estressado com a pouca grana e batido o meu brim.
Fui caminhando e tentando esquecer, ao menos um pouco, essas crises morais, éticas, financeiras, econômicas e políticas que andam por aí, neste Brasil que parece à beira do Juízo Final. Tentando curtir o sol, as árvores e os efeitos do exercício na minha moringa, segui andando e aí, no meio da calçada, estava ele.
Ele, um balão médio, de cor dourada, cheio. Estava parado, não havia vento. Resolvi pegá-lo, como se estivesse dando de mão no resto de alguma festa ou comemoração. Saí caminhando com o balão, pensando que o simples objeto me dava felicidade e inspiração para pensar e escrever. Nada muito original, mas, sabe como é, balão é símbolo de infância, alegria, festa e memórias variadas de coisas e pessoas boas.
Fiquei pensando que aquele balão dourado, sozinho no meio da calçada, de certa forma, era uma esperança brasileira em meio a tanta desilusão. Quem sabe o balão faça os políticos desistirem do voto em lista, que limita a liberdade do eleitor. Quem sabe o balão simbolize novos e bons ventos para a economia, com mais empregos, principalmente. Quem sabe o balão dê uma mão no déficit público, na inflação e na ética.
O balão deve ter pensando que era muita responsa para ele, um balão brasileiro, e que eu estava viajando na maionese, pensando aquelas coisas. Pode ser, pode ser, de repente o balão tinha razão. Ele era apenas e tão somente um simples resto de festa, quem sabe resto da festa e do sonho brasileiros mais recentes, que, mais uma vez, duraram pouco e nos jogaram num período brabo.
Segui caminhando com o balão nas mãos, como quem não quer deixar de sonhar e de acreditar neste chão de nós todos. Ou será que temos que lembrar o que disse o outro: é possível um fim de mundo melhor. Os italianos diriam numa hora dessas: estávamos melhor quando estávamos péssimos.
Não podemos abrir mão do balão dourado. Ele pode não ser a bala de prata aquela ou o salvador da pátria. Salvador da pátria já tivemos muitos. Eles se salvaram bem, nós...
Não levei o balão para casa, talvez pensando que seria egoísmo de minha parte. Deixei o balão num armazém, num local à vista de todos, para, quem sabe, alegrar, ao menos um pouco, o dia de algumas pessoas. Quem sabe elas teriam alguns pensamentos como os meus. Quem sabe elas não deixarão o balão esvaziar, cair, estourar. Quem sabe eles, os brasileiros, estourem a boca do balão, no bom sentido, como gostam de dizer os bem-humorados cariocas.

a propósito...

Pois é, somos brasileiros, ainda temos um balão dourado, cheio de ar, pelo menos. Melhor não achar que a saída é o aeroporto. Estamos no mesmo barco, na mesma arca de Noé. A Lava Jato já fez muita coisa, já trouxe muito dinheiro da corrupção de volta para os cofres públicos, que esperamos que seja utilizado para escolas, hospitais e segurança. O parto do Brasil é demorado, como disse o João Cabral de Melo Neto. Além da tradicional esperança profissional brasileira, vamos precisar de tempo, paciência, mudanças, novas ideias e lideranças. Os homens do poder ainda têm um resto de tempo para se darem conta de que já perderam os anéis e que, daqui a pouco, podem perder os dedos, ou - que horror! - o corpo todo. Deus ajude!