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- Publicada em 17 de Abril de 2017 às 16:39

Ficha delinquencial da política (1)

A avassaladora "lista do Fachin" expõe delações de crimes cometidos por quantitativo contingente dos donos da política nacional. Levando-se em conta o "universo" total de cada grupo, e usando-se percentuais, chega-se às taxas setoriais de delinquentes políticos.
A avassaladora "lista do Fachin" expõe delações de crimes cometidos por quantitativo contingente dos donos da política nacional. Levando-se em conta o "universo" total de cada grupo, e usando-se percentuais, chega-se às taxas setoriais de delinquentes políticos.
Elas correspondem a 29,6% de senadores (24 nomes), 44% de governadores (12 nomes), 28,5% de ministros (8 nomes), 7,6% de deputados federais (39 nomes), 100% dos ex-presidentes vivos (5 nomes) e 100% do presidente em exercício (1 nome).

Ficha delinquencial da política (2)

Está confirmado, segundo a mesma lista, que, na gestão do propinoduto, a Odebrecht não levava em consideração as ideologias conflitantes. A essência era direcionar a dinheirama conforme a avaliação da capacidade de os políticos a serem favorecidos ajudarem nos negócios.
Somente nos 76 inquéritos que ficaram no STF, há o envolvimento de 98 pessoas: 21 vinculadas ao PT; 17 ao PMDB; e 14 ao PSDB. Para esse grupo coeso no argentarismo foram destinados R$ 451.049.000,00. Embora se saiba que "caciques" recebem mais do que "índios", a matemática é exata ao apontar que a média individual das "ajudas" foi de
R$ 4.602.540,81. É grana para corrupto nenhum botar defeito.

Nem no Paraguai...

Romero Jucá (PMDB), notório líder do governo no Senado, saiu-se com uma pérola, em entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, de O Globo, ao tentar defender-se da especulação de que recebera propina da Odebrecht para enxertar emendas.
Do alto da sua honestidade, Jucá disse "não ter sentido algum pensar que se vende emendas legislativas por
R$ 150 mil. É uma piada! Com esse valor não se vende emenda nem na feira do Paraguai".

Feliz happy hour

Dinheiro mal havido compra quase tudo. Com a grana do propinoduto, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco comprou (e pagou!): US$ 240 mil por 10 garrafas de grandiosos vinhos tintos franceses da Borgonha. Quando a coisa apertou, ele conseguiu esconder os vinhos na casa de Rogério Araújo, ex-diretor da Odebrecht.
Mais tarde, com a delação assinada, Barusco fez sua esposa buscar os vinhos no esconderijo amigo. Ele pode estar aproveitando a bebida agora, ao longo de sua prisão diferenciada: condenado a 18 anos e 4 meses em regime aberto, deve usar tornozeleira por dois anos, não podendo sair de casa entre 20h e 6h.

Você já sabe...

...mas não custa lembrar: a Braskem, constituída em 2002 já como a maior petroquímica da América Latina, controlada pelo grupo Odebrecht, juntou-se à Petrobras e à Ultrapar em 2007, no que foi a maior incorporação da história do Brasil: a aquisição do Grupo Ipiranga por US$ 4 bilhões. Enquanto a Petrobras e a Ultrapar compartilharam as operações de distribuição de combustível, a Braskem assumiu a Ipiranga Petroquímica, e também incorporou em 2009 os ativos da Petroquímica Triunfo.
Atualmente, a Braskem possui 40 unidades industriais, das quais 29 plantas se localizam no Brasil; cinco estão nos EUA, duas na Alemanha e quatro no México.

Na feira brasileira...

No Conselho Federal da OAB, escutou-se ontem, via "rádio-corredor", que "a explicação de Jucá sugere que na feira do Congresso do Brasil o preço da emenda é bem maior".
Algo como... 10 vezes mais.

As 'soluções' da Braskem

Em meio às páginas dos grandes jornais brasileiros recheados com os escândalos políticos, chamou a atenção um avermelhado anúncio de Páscoa, destacando um grande ovo embrulhado em lindo papel dourado. Título: "As soluções da Braskem também deixam a vida mais doce".
O texto não dedica uma só palavra ao propinoduto, mas lembra que "o plástico está presente no armazenamento de ingredientes que levam as delícias de Páscoa às pessoas". No arremate, três lembretes: "Tem Páscoa, tem chocolate, tem Braskem!".

Não era brincadeira

Parecia apenas brincadeira, mas a criatividade dos executivos da Odebrecht para criar apelidos a "amigos" da empresa objetivava que seus funcionários do chamado "baixo clero" não ficassem sabendo de quem se tratavam.
Na semana passada, veio a confirmação de que Manoela d'Ávila (PCdoB) era o "Avião" e que Sérgio Zambiasi (PTB) era o "Zambão". Outras curiosidades: "Coxa" (Gleisi Hoffmann, PT), "Fodão" (Eliseu Padilha, PMDB), "Fodinha" (Frederico Antunes, PP), "Aquático" (João Fischer Fixinha, PP), "Aspirina" (Angela Amin, PP), Balzac (Yeda Crusius, PSDB), Barbie (Martha Suplicy, PMDB), Belém (Geraldo Alckmin, PSDB). E por aí...
As pessoas que negociavam com as "autoridades" é que escolhiam os codinomes. Como não havia um centralizador nas operações, o mesmo beneficiado aparece, às vezes, com mais de um apelido.

A verba de 'casa'

A direção da Odebrecht estimulava a corrupção.
Em 2014, o prêmio rateado entre os executivos que instrumentavam o propinoduto foi de US$ 8 milhões (R$ 25,6 milhões, em números redondos atuais).
Muita coisa foi paga lá fora. Mas os que tinham, obrigatoriamente, que receber no Brasil eram "pagos" em reais.

Romance forense: O professor pervertido


REPRODUÇÃO/JC
Na escola de segundo grau, o professor costumava galantear muitas de suas alunas adolescentes. E, sempre que possível, lascava um "selinho" - que, na prática, era uma tentativa de "test drive" para lances mais profundos. Algumas alunas reagiam com empurrões. Outras atingiam os "países baixos" do assediador. Mas nenhuma se declarou como vítima.
Um dia, certo "selinho" foi mais candente, tangenciando o forçado beijo lascivo. A aluna, então, informou seus pais, que foram ao Ministério Público. Abriu-se inquérito, no qual o delegado concluiu que, "além do contato labial, o acusado tentara o tráfego de mãos em zonas mais íntimas do corpo da vítima".
Então o promotor ofereceu denúncia por "constrangimento, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal".
A juíza determinou segredo de Justiça. O professor tudo negou, mas a vítima reiterou a versão ministerial: "Quando o professor tarado tentava me dar um selinho, já vinha com a mão em direção aos meus seios, tentando enfiar os dedos entre os botões da minha blusa".
Ante a surpresa da magistrada, a aluna ainda complementou que, sempre que isso acontecia, o professor assobiava e cantarolava trecho de uma música de Roberto Carlos: "Os botões da blusa, que você usava... e meio confusa desabotoava... iam me deixando ver, no meio de tudo, um pouco de você!..."
Mesmo sem prova testemunhal a ratificar os fatos, a juíza condenou o acusado a cinco anos de prisão, em regime inicial fechado, "levando em consideração a tradição do professor em 'selar' alunas e extensivamente usar a língua e as mãos como instrumentos do prazer".
Houve recurso da defesa. A Câmara destinou uma crítica ao professor, "cuja conduta é reprovável, pelo ângulo da ascendência que ele exerce, e da diferença de idades entre a vítima e ele que, ademais, é casado". Mas livrou-o, "por faltar a comprovação de que ele tenha agido com a lascívia caracterizadora do delito". A relatora resumiu que "é a palavra da sedizente vítima, contra a negativa do suposto pervertido".
O julgado definiu que "o enquadramento legal seria o da contravenção penal prevista no art. 65 da Lei nº 3.688/41: perturbação da tranquilidade". Reconhecida a prescrição, ficou um sermão com ares religiosos: "talvez o acusado possa recolher-se a pensar sobre a sua aparente tendência à perversão e, ante os riscos futuros, assim, emendar-se".
Na cidade interiorana, o professor devasso foi deslocado das salas de aulas para a secretaria da escola. Ali, até mesmo as experimentadas colegas afastam qualquer movimento que ele faça em tentar distribuir "selinhos".