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Empresas & Negócios

- Publicada em 03 de Abril de 2017 às 18:41

Fusões e aquisições como oportunidade

George Lippert Neto
O ano de 2016 foi marcado por grandes acontecimentos. Vimos a maior estatal do País abrir mão de diversos ativos, mergulhada em uma dívida de US$ 100 bilhões. A compra de grandes bancos dividiu espaço nas páginas de negócios. Crescer em tempos de crise econômica e instabilidade política é um desafio para as empresas. Por necessidade de caixa ou até mesmo para acessar novos mercados, são uma oportunidade de crescimento.
O ano de 2016 foi marcado por grandes acontecimentos. Vimos a maior estatal do País abrir mão de diversos ativos, mergulhada em uma dívida de US$ 100 bilhões. A compra de grandes bancos dividiu espaço nas páginas de negócios. Crescer em tempos de crise econômica e instabilidade política é um desafio para as empresas. Por necessidade de caixa ou até mesmo para acessar novos mercados, são uma oportunidade de crescimento.
O cenário político e econômico do País afetou o número de fusões e aquisições no primeiro semestre houve queda de 29% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, de acordo com dados da PwC. No entanto, com as novas medidas adotadas pelo governo, os negócios, aos poucos, foram se ajustando. Informações da plataforma Transactional Track Record mostram que, de janeiro a outubro, o mercado brasileiro teve 833 transações dessa ordem. Isso demonstra um crescimento de 3% em relação ao mesmo período de 2015. Só entre setembro e outubro, os meses mais movimentados, foram 201.
Um dos principais destaques em 2016, foi a aquisição da Estácio pela rival Kroton, criando uma gigante do setor de educação universitária. A operação foi fechada em R$ 5,5 bilhões. No setor bancário, também houve movimentação. O banco Bradesco concluiu a compra do HSBC Brasil, com um pagamento de
R$ 16 bilhões. E o Itaú Unibanco superou o Santander na disputa final pelos ativos de varejo do Citibank no Brasil, e comprou a operação da instituição financeira norte-americana no País por R$ 710 milhões. No apagar das luzes deste ano, a mineradora Vale anunciou a venda de ativos de fertilizantes para a Mosaic por aproximadamente 2,5 bilhões de dólares.
Por outro lado, o Brasil vive uma seca de aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês). Não houve nenhuma em 2016. A percepção, no entanto, é de que uma retomada de confiança dos investidores reacenderá o mercado de capitais para novas captações em 2017. Quem mereceu destaque no turbulento ano de 2016 foi o setor de Tecnologia da Informação. Um estudo divulgado pela KPMG no Brasil mostra que, no terceiro trimestre de 2016, têm se intensificado operações de fusões e aquisições neste setor, totalizando 25 transações. É compreensivo que esses segmentos de tecnologia e informação sejam os líderes no ranking de F&A, já que o setor permanece aquecido, com startups que desenvolvem produtos novos, contribuindo para a modernização de instituições privadas e públicas. No entanto, há uma questão a ser considerada: geralmente, as startups são compostas por equipes reduzidas e não possuem capital suficiente para continuar investindo. Sendo assim, muitas fracassam, duram pouco tempo ou simplesmente buscam fusões para salvados negócios.
Optar por F&A não é uma solução simples para problemas internos e ameaças mercadológicas. As empresas envolvidas precisam capturar as sinergias, integrando os valores das duas marcas e planejando cada passo para continuar crescendo.
Os gestores são importantes na condução e construção das sinergias, devendo ter habilidades como saber negociar em diversas situações intrínsecas em um processo de F&A, ter conhecimento de múltiplos setores, visualizar as diversidades culturais e gerir as expectativas dos colaboradores, que geralmente pensam que serão demitidos. O objetivo precisa estar muito claro para os recursos humanos, mostrando que as mudanças visam a tornar a empresa mais competitiva para continuar a crescer e garantir o emprego. Uma forma de fazer isso é trabalhar a comunicação corporativa, por meio de reuniões frequentes com as equipes, divulgar a missão, visão e os valores da empresa.
Os empresários brasileiros estão compreendendo que, vista por vários ângulos, uma fusão ou aquisição pode ser algo positivo. Ou seja, é um processo de adaptação da cultura dos negócios no País e uma forma de vencer as crises. Trata-se de prática comum em nações desenvolvidas, como nos Estados Unidos e, quem sabe, torne-se opção cada vez mais viável para a estratégia de negócios dos empresários no Brasil.
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