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Política

- Publicada em 13 de Março de 2017 às 18:14

Citação de delator não é razão para sair, diz Padilha

Padilha (e) voltou da licença-médica após pressão de Renan Calheiros

Padilha (e) voltou da licença-médica após pressão de Renan Calheiros


ABR/JC
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), disse ontem que a citação ao seu nome em delações premiadas não é motivo para sair do governo. "Em time que está ganhando não se mexe", afirmou o chefe da Casa Civil. "Só citação de delator não é motivo para nada."
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), disse ontem que a citação ao seu nome em delações premiadas não é motivo para sair do governo. "Em time que está ganhando não se mexe", afirmou o chefe da Casa Civil. "Só citação de delator não é motivo para nada."
Homem forte do governo e fiador da reforma da Previdência, Padilha retornou ao Palácio do Planalto após 21 dias de licença. O ministro se submeteu a uma cirurgia para retirada da próstata, em Porto Alegre, no dia 27 de fevereiro.
Ao chegar, o chefe da Casa Civil participou de uma reunião com o presidente Michel Temer (PMDB). Questionado se faria um pronunciamento para esclarecer acusações de delatores da Odebrecht, segundo as quais teria recebido R$ 4 milhões da empreiteira na campanha eleitoral de 2014, Padilha respondeu que não.
"O presidente Michel Temer já firmou a linha de posicionamento do governo", argumentou ele, numa referência ao parâmetro estabelecido por Temer para que ministros deixem a equipe: quem for denunciado será afastado para investigação. Se algum auxiliar virar réu, porém, terá de sair do governo.
"Não vou falar sobre o que não existe", insistiu o chefe da Casa Civil. "Está tudo baseado num delator. Qualquer fala agora vai ser prejudicial à investigação e a mim. Então fico quietinho."
Padilha afirmou que os médicos queriam que ele permanecesse em licença no mínimo até o próximo dia 19. "Eu tinha de ficar de repouso até a semana que vem, segundo recomendação médica, mas o psicológico disse que eu tinha de voltar", disse Padilha, lembrando que a proposta de reforma da Previdência, em tramitação na Câmara dos Deputados, é alvo de críticas até mesmo da base aliada.
"Eu e minha equipe é que temos memória da Previdência", disse o chefe da Casa Civil. "Os médicos disseram que sou doido, mas eu precisava voltar."
Na semana passada, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), recomendou que Padilha voltasse "imediatamente" ao cargo para evitar que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pusesse um aliado em sua cadeira. "Política não se aprende, se compreende. São sinais. Se ele não voltar, o Cunha coloca o Gustavo Rocha na cadeira dele", afirmou Renan. Rocha é subsecretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil e já foi advogado de Cunha.
Na lista dos "sinais" mencionados por Renan estavam a reorganização do Centrão, grupo que era controlado por Cunha na Câmara. "(Carlos) Marun (PMDB-MS) vai a Curitiba (onde o ex-presidente da Câmara está preso) e volta querendo deixar claro que agora, depois de avançarem sobre o governo, vão querer avançar sobre o partido. Eu mesmo não fico num partido coordenado por Marun. Não dá, né?", afirmou Renan.
A licença de Padilha coincidiu com o agravamento da crise política. Nesse período, o advogado José Yunes disse que, em setembro de 2014, recebeu um "pacote" em seu escritório, a pedido de Padilha, das mãos do operador financeiro Lúcio Funaro. O lobista é ligado a Cunha.
Além disso, delações de ex-executivos da Odebrecht - incluindo a do próprio Marcelo Odebrecht - também ligaram Padilha a um esquema de recebimento de recursos para campanhas do PMDB.
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