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Opinião

- Publicada em 22 de Março de 2017 às 17:05

Brasil deve explicar muito para evitar embargos

Não conseguiremos sair das fortes e negativas consequências da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, a não ser com uma ofensiva bem planejada e enviando, o mais rápido possível, todas as explicações pedidas pelos países que são os maiores compradores da carne nacional, seja a bovina, como a suína ou a de aves.
Não conseguiremos sair das fortes e negativas consequências da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, a não ser com uma ofensiva bem planejada e enviando, o mais rápido possível, todas as explicações pedidas pelos países que são os maiores compradores da carne nacional, seja a bovina, como a suína ou a de aves.
A cobiça de alguns proprietários de frigoríficos, a venalidade de poucos servidores do Ministério da Agricultura e a concorrência internacional contra o produto nacional poderão fazer com que os tênues números da recuperação econômica brasileira detectados até este mês de março sejam perdidos inexoravelmente. Um a um, grandes compradores estão bloqueando a entrada das nossas exportações.
Por isso, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, foi a supermercado em Brasília acompanhar fiscalização sobre produtos de frigorífico sob suspeita. Ele falou com consumidores e garantiu que as carnes, tanto bovinas, quanto suínas e de frango, são seguras. Também ontem, o governo brasileiro apelou aos demais países na Organização Mundial do Comércio (OMC) para que não adotem medidas e barreiras arbitrárias sob a justificativa de estar protegendo seus consumidores domésticos depois da revelação da fraude no setor de carnes.
Em documento enviado a 165 países, o Itamaraty insistiu que o sistema de controle sanitário do País é sólido. Também minimizou a dimensão do problema, apontando que apenas um número pequeno de fiscais e funcionários foi alvo de investigação.
Mas compradores bloquearam, temporariamente, importações de frango e outros produtos do Brasil oriundos das 21 plantas citadas na investigação da PF. China, Chile, Suíça, Egito, África do Sul, México, Hong Kong, Jamaica e a União Europeia anunciaram restrições à carne brasileira.
Na segunda-feira, acertadamente e muito preocupado com o bloqueio, Blairo Maggi esteve visitando frigorífico no Paraná. Para ele, o Brasil obedece às normas de higiene e outros procedimentos adotados pelas maiores agências de inspeção do País e demais nações, especialmente dos compradores.
No entanto o anúncio, mesmo que com apenas dois laudos técnicos, de que até carne podre estava sendo exportada repercutiu negativamente no mundo todo, como era mais do que esperado.
Stefan Kunfermann, porta-voz do Escritório de Veterinária da Suíça, afirmou que o seu país seguiria o que fez a União Europeia quanto à carne brasileira. "Como somos parte da Europa, bloqueamos o mesmo número de empresas que a União Europeia."
O governo da Jamaica dramatizou, apelando à população para que não comesse carne brasileira, e ordenou que os supermercados retirassem de suas prateleiras os produtos do setor bovino. Até que o caso seja examinado, toda a importação de carne brasileira foi suspensa na Jamaica.
Hong Kong, o maior importador de carnes do Brasil, também proibiu o nosso produto, temporariamente. Nos portos do Brasil ou fora há toneladas de carnes à espera de liberação. O ministro Blairo Maggi resumiu a angústia que está pairando sobre toda a cadeia produtora, afirmando que será um desastre se os países importadores restringirem a entrada da carne brasileira definitivamente. "Eu torço, rezo, penso, trabalho para isso não acontecer", afirmou.
É mais do que certo que o governo precisa se apressar nas explicações aos compradores da nossa carne. Não podemos permitir o fechamento do mercado externo, seria mesmo um desastre econômico-financeiro para o País. E, se ocorrer o fechamento, serão muitos anos de trabalho para reabrir mercados novamente.
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