Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 21 de Março de 2017 às 17:07

Acordo entre Mercosul e União Europeia será avanço

Coincidentemente, em meio à turbulência provocada pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal, as tratativas para um acordo entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE) estão sendo retomadas. Mesmo que a União Europeia tenha suspendido, temporariamente, a importação de carnes do Brasil, busca-se uma nova fase de negociações entre os dois blocos.
Coincidentemente, em meio à turbulência provocada pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal, as tratativas para um acordo entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE) estão sendo retomadas. Mesmo que a União Europeia tenha suspendido, temporariamente, a importação de carnes do Brasil, busca-se uma nova fase de negociações entre os dois blocos.
Na segunda-feira, negociadores da UE e do Mercosul estiveram reunidos em Buenos Aires para discutir um acordo de livre-comércio. Trata-se de iniciativa que vem se arrastando há mais de 20 anos e contra a qual muitos produtores da Irlanda, da França e de países da União Europeia trabalham.
Entre outros motivos, principalmente por conta do comércio de produtos agropecuários, no qual o Brasil desponta com as carnes bovina, suína e de frangos.
Sem querer, a Operação Carne Fraca alimentou o discurso protecionista de parlamentares e produtores do Velho Mundo, muitos dos quais não disfarçaram um forte complexo de superioridade, pedindo que sejam bloqueadas as importações "dos países da América do Sul, cujo produto não tem a mesma qualidade do europeu".
Ora, justamente por conta da qualidade - e as inspeções rigorosas tanto na saída do Brasil quanto na chegada aos países compradores são a prova disso - e do preço menor é que a carne do Brasil se impôs na Europa. Após mais de 10 anos sem diálogo, em 2016 os dois blocos retomaram as conversas. Claro que não se pode menosprezar o abalo sofrido pela União Europeia com a saída da Grã-Bretanha.
Apesar disso, possível acordo entre o Mercosul e a União Europeia levou descontentamento a organizações como a Copa-Gogeca e outras federações europeias. Por isso, em dezembro do ano passado, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acusou a Copa-Cogepa de tentar influenciar negativamente os consumidores europeus ao criar uma imagem falsa sobre as condições de produção no Brasil.
Em 2016, o Brasil exportou cerca de US$ 2,5 bilhões em carne bovina, frango e derivados para a UE. O porta-voz para assuntos comerciais da Comissão Europeia, Daniel Rosario, disse esperar que não haverá impacto negativo no andamento das negociações, por conta da Operação Carne Fraca.
O embaixador da UE no Brasil, João Gomes Cravinho, também assegurou que as negociações e a questão das carnes são duas coisas diferentes. Como contrapartida às preocupações com a qualidade dos produtos brasileiros vendidos à Europa, o presidente da CNA, João Martins, disse que cobrou do governo uma punição enérgica aos agentes públicos e às empresas envolvidas no esquema criminoso levantado pela Polícia Federal.
Também reforçou o discurso oficial de que as irregularidades representam casos isolados e que o fato de algumas unidades terem sido atingidas pela ação da PF não significa que todo o sistema seja frágil.
Aliás, é bom que se reafirme que ninguém condenou o trabalho dos federais, mas sim a divulgação considerada como espalhafatosa por representantes do setor. Entidade dos policiais da PF afirmaram que o trabalho dos agentes e delegados foi exemplar, o que ninguém, repete-se, contesta, até porque veio em defesa da saúde pública.
De qualquer maneira, as demissões de superintendentes e de servidores ligados à fiscalização feitas pelo governo federal indicam que ninguém contesta o trabalho da PF. Entretanto, por movimentar cerca de meio trilhão de reais anualmente, a cadeia produtiva da carne deve ser sustentada, justamente quando a balança comercial tem dado resposta positiva e ajudado na retomada, ainda lenta, da economia.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO