Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 20 de Março de 2017 às 15:32

Fiscalização forte, mas sem prejudicar agropecuária

Em 2016, o Brasil exportou cerca de US$ 14 bilhões de carnes bovina, suína e de frango para 160 países, em 853 mil embarques. No caso das carnes, são 200 mil famílias na cadeia produtiva de quase R$ 500 bilhões.
Em 2016, o Brasil exportou cerca de US$ 14 bilhões de carnes bovina, suína e de frango para 160 países, em 853 mil embarques. No caso das carnes, são 200 mil famílias na cadeia produtiva de quase R$ 500 bilhões.
Como grande exportador e abastecendo mercados cobiçados, como a China e a União Europeia (UE), é evidente que qualquer problema aqui que afete o setor leva parlamentares e produtores europeus a fazer a maior pressão para barrar o produto nacional.
É o que está acontecendo, com a Coreia do Sul, a China, a União Europeia e até mesmo com o Chile, proibindo, mesmo que temporariamente, a entrada de carne vinda dos frigoríficos indiciados na agora mais que famosa Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF).
O governo federal tenta minimizar os estragos nas vendas ao estrangeiro, mas a divulgação maciça de que "o Brasil vendia carne podre ao exterior" é um grave problema.
Neste contexto, o Planalto acelerou o processo de auditoria nos estabelecimentos citados na investigação da Polícia Federal, que são, na verdade, 21 unidades no total. Três dessas unidades foram suspensas e todas as 21 serão imediatamente colocadas sob regime especial de fiscalização a ser conduzida por força-tarefa do Ministério da Agricultura.
São 33 países que importaram produtos dos estabelecimentos investigados na Operação Carne Fraca nos últimos 60 dias, e que receberam carnes, miúdos e até mel e própolis. Entre os destinatários dos produtos suspeitos estão os principais mercados brasileiros: China, União Europeia, Japão e países do Oriente Médio, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Kuwait.
Por isso, o governo decidiu fazer fiscalização intensiva nos frigoríficos citados pela PF. Com esse trabalho, nenhum produto sai desses estabelecimentos sem autorização expressa dos fiscais.
Aproveitando o fato servido como um filé suculento, parlamentares e produtores europeus da Áustria, França, Polônia e Irlanda pediram à Comissão Europeia que proibisse o produto brasileiro depois da revelação da fraude - conseguiram, mesmo que de forma temporária.
O apelo foi de setores e países com uma tradição protecionista e que, por anos, vêm solicitando que Bruxelas derrube um acordo com o Brasil no setor de carnes. Mesmo que, segundo o setor agrícola da União Europeia em Bruxelas, não tenha existido qualquer caso de fraude registrada no comércio com o Brasil desde 2015.
As empresas citadas na Operação Carne Fraca da Polícia Federal divulgaram notas com as frases-chavão de sempre, de que "estão colaborando com as autoridades e sempre primaram pelos mais rigorosos procedimentos sanitários".
Mas os fatos fazem com que a população, a grande prejudicada, não entenda desta maneira. Temos que considerar que são 33 fiscais sanitários envolvidos em irregularidades, de um total de quase 12 mil servidores do Ministério da Agricultura, e que dos cerca de 4.830 frigoríficos existentes no País, 21 são investigados e três foram inabilitados.
Produtores alertam que o correto trabalho de investigação da Polícia Federal, mas com divulgação sensacionalista, prejudicará o agronegócio. Justo quando, aqui no Rio Grande do Sul, houve embarque de carne in natura para os Estados Unidos.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO