Sobre o Autor
Gera��o E - sa�da para pauta Empreendedorismo na Periferia.
na foto: Vinicius Mendes Lima, professor e pesquisador Foto: MARCELO G. RIBEIRO/JC

Vinicius Mendes Lima

Professor, pesquisador e escritor

Os 55 milh�es de consumidores das favelas pelo mundo

Mais fascinante do que a importância do empreendedorismo para o processo de desenvolvimento econômico do País é o desenvolvimento dele próprio. O empreender, enquanto verbete, existe desde o século XVI. Já o "empreendedorismo" e suas ramificações está há apenas 10 anos nos dicionários e, talvez, também na vida dos brasileiros.
A fim de sintetizar, vamos partir da ideia de que ele eclodiu, dividiu-se em variantes, vertentes e algum outro v, e hoje é o sonho de consumo de todo brasileiro. E é. Ao serem questionados, 76% dos que habitam nossos limites geográficos responderam que almejam serem donos do próprio negócio.
Agora, a realidade. Destes, apenas 19% pretendem realmente empreender. Capital, falta de conhecimento, excesso de tempo, burocracia, estão entre os fatores limitadores.
Neste meio todo, eu estava lá, no Rio de Janeiro, vindo de dois grandes "empreendimentos" de sucesso, exercitando a minha prática e envolto a estudos conceituais de Dornelas, Barreto, Dolabela, Schumpeter e Zarpellon.
De dentro da van, indo para Barra da Tijuca, ao pé do morro da Rocinha, de canto de olho, visualizo a loja Casas Bahia, mais uma olhada, outras grandes lojas de departamento. Uma piscadela e um comércio aquecido. A van nem bem arrancou e pronto, já não pensava em nada mais além do potencial de tanto consumo.
Usando a ponte aérea dos afoitos, imediatamente estava em Buenos Aires, na Villa 31, maior favela da Argentina. E verificava o mesmo. Para o bom entendedor, meia palavra basta. Para o bom empreendedor, meia oportunidade basta. Há algo bom aqui. Há algo surpreendente ali.
Cento e cinquenta páginas depois, com análise do cenário social e geográfico, pesquisa aplicada aos conceitos do marketing e do empreendedorismo, descobrindo como se desenvolve produto, preço, praça e promoção nas duas favelas, investigando as rendas obtidas (que chegam a R$ 150 mil/mensal) e a não existência de políticas públicas, veio a conclusão. Os 55 milhões de novos habitantes nas favelas no mundo, em 15 anos, agora são vistos por mim como 55 milhões de consumidores. E disso, ainda, nasceu a "Riqueza das favelas: o empreendedorismo entre morros e vielas", meu livro.
A sua maneira, eles agregam valor a produtos e serviços, possuem gestão de recursos, identificam novas oportunidades e tem escalabilidade. Pouco acima de 1% de todas as empresas brasileiras crescem mais de 20% ao ano (para serem consideradas de alto crescimento). Mas, acho que as favelas não eram o escopo destas pesquisas, pois não foi isso que vi.
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