Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

expodireto

- Publicada em 02 de Março de 2017 às 21:55

Supersafra vai embalar negócios na Expodireto

Expectativa é de crescimento de 15% nas vendas, afirma Nei César Mânica

Expectativa é de crescimento de 15% nas vendas, afirma Nei César Mânica


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
A 18ª Expodireto chega faminta por negócios, em um ano de esperada supersafra e depois de dois anos de vendas em baixa. Esse é o prognóstico do idealizador e principal gestor da feira, Nei César Mânica. Inspirado no Show Rural do Paraná (Coopavel), que serviu de referência para Mânica, o evento deve crescer, pelo menos, 15% em vendas e ainda tocar em temas que estão ardendo na cena política, como a reforma da Previdência. Mânica observa que a Expodireto reforça a marca de lançar tecnologias e inovações e garante: "Nem eu sei o que as fabricantes vão mostra aqui, só na hora que o show começar."  
A 18ª Expodireto chega faminta por negócios, em um ano de esperada supersafra e depois de dois anos de vendas em baixa. Esse é o prognóstico do idealizador e principal gestor da feira, Nei César Mânica. Inspirado no Show Rural do Paraná (Coopavel), que serviu de referência para Mânica, o evento deve crescer, pelo menos, 15% em vendas e ainda tocar em temas que estão ardendo na cena política, como a reforma da Previdência. Mânica observa que a Expodireto reforça a marca de lançar tecnologias e inovações e garante: "Nem eu sei o que as fabricantes vão mostra aqui, só na hora que o show começar."  
Jornal do Comércio - Quais são as expectativas para a edição de 2017?
Nei César Mânica - A nossa expectativa é de crescimento de, no mínimo, 15% nas vendas. O grande volume de comercialização será do setor de máquinas, que deve reagir diante do bom momento da agricultura do Rio Grande do Sul. Teremos nova safra recorde, o que eleva a autoestima, e ainda tem a queda dos juros, da taxa Selic, e queda da inflação. Isso dá novo ânimo para o pessoal pensar em investir. Teremos um público superior ao de 2016 (que foi de 210 mil). Evoluímos nos últimos 18 anos de uma feira regional para nacional e, depois, para internacional. O êxito está no foco claro, que é inovação. Aqui não tem show e nem bebida. Começa às 8h e se encerra as 18h.
JC - Como está a capacidade de contratação de novos financiamentos dos produtores já que houve um aumento das compras nos anos recentes?
Mânica - Em 2014, houve investimento recorde, pois o juro estava bastante baixo. Muitos compraram sem grande necessidade para aproveitar a oportunidade. Em 2015 e 2016, tivemos queda bastante significativa porque a economia entrou em recessão, o que fez muitos deixarem de fazer investimentos devido à insegurança sobre custo e taxas de juros mais altas. Agora, com a safra elevada e produtores capitalizados, muitos vão aproveitar a Expodireto para fazer bons negócios. A indústria de máquinas já sente a boa expectativa pelo movimento de clientes.
JC - Haverá comprador tanto para a Expodireto quanto para a Expointer?
Mânica - São dois momentos. A nossa feira é focada em tecnologia e inovação. Já a Expointer tem mais diversidade. Estamos em começo de safra, por isso, a Expodireto passa a ser a preferida dos produtores para fazer negócios.
JC - O que será a marca em matéria de tecnologia?
Mânica - Vai ter muito lançamento de produtos. Só que nem nós sabemos com antecipação o que os expositores estão preparando. A prioridade é lançar aqui.
JC - Em quais áreas os produtores buscam mais inovação?
Mânica - Uma das áreas é de sementes, com uso de biotecnologia. Além disso, as máquinas, que estão equipadas com recursos altamente sofisticados com ganho muito grande na colheita. O resultado final é a soma de insumos e equipamentos. A feira é oportunidade para os agricultores buscarem todas as informações.
JC - Tem mão de obra para lidar com tecnologia?
Mânica - Primeiro, tem de profissionalizar o produtor, para poder usar as máquinas. Depois vivemos a dificuldade de manter os jovens no campo, para fazer a sucessão familiar. O jovem não pode estar na propriedade por estar, precisa ter espaço para que possa dar continuidade. Ele tem muita facilidade para uso de tecnologia, que é uma vantagem, mas tem de ser motivado.
JC - O governo lançou linhas para aquisição de silos para ampliar a armazenagem. Isso vingou?
Mânica - Esta área continua a ser um grande problema na logística, além das condições das estradas e portos. Com previsão de supersafra, com certeza veremos novamente as dificuldades para armazenar. Ainda tem necessidade alta de ampliar a estrutura. As empresas que atuam com escoamento precisam ter mais oferta. A Cotrijal amplia a cada ano a capacidade, que hoje é de 700 mil toneladas. Mas, com novos clientes, aumentamos mais. O planejamento prevê a construção de novos silos todos os anos. Nos últimos três anos, houve investimentos de R$ 250 milhões em melhoria de armazenagem e em outras áreas. Em 2016, compramos 14 unidades da BSBios.
JC - Como estão as condições de comercialização da safra?
Mânica - A safra que está sendo colhida não tem 15% comercializada. Na safra 2015/2016, esse percentual era muito maior. O produtor perdeu a oportunidade de fazer a comercialização futura em setembro e outubro do ano passado, que estava com preços muito bons, e agora o mercado caiu. Nossa orientação é que o produtor faça a venda para, no mínimo, cobrir os custos de produção. A colheita será maior, o que pode dar a ilusão de ganhos maiores, mas os custos subiram. A rentabilidade líquida que projetamos é de 20% entre os nossos associados. Mas considerando riscos e uma colheita ao ano, poderia ser melhor.
JC - A pauta de debates da feira este ano vai tocar na reforma da Previdência. Será o grande tema?
Mânica - Acredito que sim. Vamos ter uma grande mobilização pacífica e tranquila para se discutir como será o impacto aos produtores. O debate será em uma audiência pública organizada pelo Senado, que deve ser a mais concorrida entre as que já fizemos aqui. Esperamos um grande público no auditório e na área externa. Somos favoráveis que não retirem direitos dos produtores, mas tem de discutir, pois há melhorias que têm de ser feitas. A audiência vai ajudar a esclarecer, mas vai mostrar que estamos muito mobilizados. E terá peso político grande.
JC - A área internacional cresce a cada edição, o que se espera para este ano?
Mânica - Nesta área, o objetivo é fazer intercâmbio. A maioria das delegações vêm em busca de troca de tecnologia e até de empresas para investir em países em desenvolvimento. Ocorrem muitas rodadas internacionais para isso. Acredito que a feira virou oportunidade para a maioria das indústrias expositores abrir novos canais e fortalecer a relação comercial com o exterior.
JC - A feira vai ter expansão de tamanho?
Mânica - Evoluímos e hoje tem fila de espera para conseguir espaços nos 84 hectares do parque. Em julho e agosto do ano anterior, todos os lotes são confirmados. Se alguém não confirma, temos uma fila de espera muito grande. Sofremos pressão para ampliar, mas existe dificuldade para aquisição de área devido à valorização. Fala-se em R$ 700 mil o hectare no entorno, mas a feira já está bem grande. O produtor não consegue visitar tudo em um dia. No futuro, poderíamos ter eventos em outros períodos do ano. É triste que hoje a gente trabalha para cinco dias de feira.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO