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Publicada em 02 de Março de 2017 às 15:24

Treinamento faz parte da compra da tecnologia

Enio Beber participou de treinamento para operar com êxito a colheitadeira

Enio Beber participou de treinamento para operar com êxito a colheitadeira

Fabiano Prauchner/ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
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Os irmãos Enio e Justino Costa Beber colheram em 2016 uma safra de bons resultados, fruto de novas máquinas adquiridas no ano passado. Mas além da compra, outro fator foi fundamental para que a colheitadeira adquirida desse o resultado esperado. Os irmãos participaram de treinamento para mexer com os recursos, contrataram um operador já experiente e buscaram comprar um produto moderno, mas que pudessem operar. Não usar todos os recursos disponíveis é um comportamento comum, no campo e no meio urbano, diz Alexandre Prado, coordenador de projetos especiais do Senar.
Os irmãos Enio e Justino Costa Beber colheram em 2016 uma safra de bons resultados, fruto de novas máquinas adquiridas no ano passado. Mas além da compra, outro fator foi fundamental para que a colheitadeira adquirida desse o resultado esperado. Os irmãos participaram de treinamento para mexer com os recursos, contrataram um operador já experiente e buscaram comprar um produto moderno, mas que pudessem operar. Não usar todos os recursos disponíveis é um comportamento comum, no campo e no meio urbano, diz Alexandre Prado, coordenador de projetos especiais do Senar.
"Há deficiência de operadores de máquinas inteligentes. O operador tem que interpretar os dados dessa tecnologia. É a mesma coisa quando uma pessoa compra um iPhone, um celular supermoderno, e não usa todos os recursos que ele dispõe. Ocorre o mesmo com o manual, que o ideal é ler. Poucos fazem, seja do celular, seja da colheitadeira", compara Prado.
Nos últimos anos, levar ou não os sistemas informatizados era um opção, agora, não, reforça Prado. "São itens de série e o produtor vai pagar por eles, então é melhor que aprenda a fazer o uso pleno dos recursos." Enio Beber diz ter feito a lição de casa. E considera que hoje as próprias indústrias têm estimulado mais o produtor a aprender. Até mesmo para ter o retorno do investimento feito. "Fiz um curso no sindicato rural com um técnico da empresa. Eles têm interesse em dar esse treinamento para que tire tudo que a máquina pode dar, desde o uso na lavoura até cuidados de manutenção e regulagem", diz o produtor.
O irmão Justino, que também fez treinamento para operar o novo sistema avalia que o ganho de produtividade com a nova colheitadeira e com o pivô de irrigação está ajudando a minimizar as perdas com a baixa cotação do milho, por exemplo. "A cotação do milho está muito baixa. Prevíamos cerca de R$ 40,00 por saca e hoje está em torno de R$ 28,00. Mas temos mais produtividade por hectare, com menos perda e quebra de grãos. A estimativa é colher 200 sacas por hectare, acima da média de 120 a 140 sacas por hectares prevista para o milho no Estado."
Apesar dos bons resultados, Justino ressalta que é importante a persistência. Apesar de ter contratado um profissional mais habituado à tecnologia embarcada nas máquinas agrícolas, ele conta que a nova e moderna colheitadeira deu um certo "trabalho" com seus muitos comandos e funções. "O novo empregado, mesmo já experiente, apanhou no início, mas teve apoio do pessoal da revenda. Todo mundo se assusta um pouco no começo. Tem muitos comandos, mas isso é só até pegar os macetes."

Soja é principal combustível do setor

Produtores comemoram resultados com a comercialização da oleaginosa

Produtores comemoram resultados com a comercialização da oleaginosa

EXPODIRETO COTRIJAL/Expodireto/Cotrijal
Apesar de os Estados Unidos estarem colhendo uma safra de grandes proporções, de o Brasil estar prestes a realizar uma safra histórica do grão e mesmo a Argentina, onde houve quebra, estar colocando um volume razoável no mercado, o rendimento da oleaginosa segue movimentando o setor. "Claro que o dólar cedeu no Brasil e cotação da soja no mercado internacional também, levando produtor a negociar, hoje, em torno de R$ 65,00 a saca. Ainda assim, os produtores estão tendo uma rentabilidade maravilhosa. E é com essas condições que se torna viável e atraente investir para garantir tempos que podem não vir tão perfeitos", afirma Marcio Elias Fülber, diretor comercial da Stara.
O pensamento de continuidade e de preparar hoje o terreno para o futuro também é o que estimula o diretor de vendas da John Deere Brasil, Rodrigo Bonato, a rumar para Não-Me-Toque repleto de expectativas positivas. "Em agricultura devemos sempre considerar que os períodos se desenvolvem e se retraem" considera Bonato.
O diretor de vendas da Massey Ferguson, Rodrigo Junqueira, acredita que 2017 será o ano da retomada. A retomada, neste caso, pode ser a volta ao patamar de ao menos 50 mil tratores de roda, volume que não é comercializado pelo setor desde 2014. Ou um começo de aproximação das 6,4 mil colheitadeiras vendidas naquele mesmo ano. No auge do setor, em 2013, foram quase 70 mil novos tratores de roda e 8,5 mil novas colheitadeiras entrado nas lavouras. Apesar de parecer ainda recente, diz Alexandre Blasi, diretor comercial da New Holland, parte desse mesmo público comprador deverá colocar a mão na guaiaca durante a Expodireto. "Já se passaram cerca de cinco anos desde o último boom de vendas. Há produtores novamente voltando ao mercado e às compras", constata o executivo.

Equipamentos saem da fábrica tecnologia menos poluente

Cada indústria que vai ao parque leva junto um conjunto de inovações e tecnologias com as quais pretende se diferenciar dos concorrentes e conquistar produtores. Neste ano, porém, todas terão uma novidade comum: motores adaptados ao uso de combustíveis menos poluentes. Desde o início deste ano, por determinação legal, todos os modelos com potência igual ou superior a 75 kW (101 cv) até 560 kW (761 cv) devem sair de fábrica adequados aos novos limites de emissões da MAR-1.
O foco da lei é o ambiente, mas produtores também saem ganhando. Para que atendem a MAR-1, os novos motores precisaram evoluir para utilização de diesel com teor de enxofre reduzido. Agora, as máquinas contam com transmissões, motores, eixos motrizes e sistemas de refrigeração mais eficientes, mapas de regulagem eletrônica dos motores adequados à nova tecnologia. O sistema foi planejado para usar um novo diesel com teor de enxofre mais baixo. Com a redução das emissões tóxicas ao ambiente, também há menor desgaste dos anéis e cilindros, com aumento da vida útil, e menor deterioração do óleo lubrificante, uma das principais causas do desgaste prematuro de componentes do motor.
As novas exigências de emissão de poluentes da resolução MAR-1 foram implantadas em 1 de janeiro de 2015 para novos lançamentos de equipamentos, e 2017 é o limite para implantação nas máquinas agrícolas de menor porte. A partir de 2019 todos os motores deverão estar adequados à resolução.

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