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Economia

- Publicada em 02 de Abril de 2017 às 22:05

Venda fiada registra queda no Rio Grande do Sul

Soares limitou número de clientes com direito a essa modalidade

Soares limitou número de clientes com direito a essa modalidade


CLAITON DORNELLES/JC
Carolina Hickmann
O famoso "compro agora pago depois", modalidade de crédito informal muito usado pelos brasileiros cresceu na carona da crise financeira. Enquanto no País a venda fiada aumentou, no Rio Grande do Sul caiu: em 2015, o Estado registrava 17% das vendas ligadas ao orçamento familiar diretamente na caderneta dos mercados, em 2016 o número foi 1% menor. Enquanto isso, o Brasil registrou alta de 1%, ao subir de 26% para 27%. O movimento pode ser explicado pelo mesmo fenômeno que levou a ampliação no Brasil, a crise, já que alguns comerciantes optaram por tornar as regras mais rígidas pela inadimplência no Estado, enquanto os mercadistas das demais regiões optaram por conceder crédito.
O famoso "compro agora pago depois", modalidade de crédito informal muito usado pelos brasileiros cresceu na carona da crise financeira. Enquanto no País a venda fiada aumentou, no Rio Grande do Sul caiu: em 2015, o Estado registrava 17% das vendas ligadas ao orçamento familiar diretamente na caderneta dos mercados, em 2016 o número foi 1% menor. Enquanto isso, o Brasil registrou alta de 1%, ao subir de 26% para 27%. O movimento pode ser explicado pelo mesmo fenômeno que levou a ampliação no Brasil, a crise, já que alguns comerciantes optaram por tornar as regras mais rígidas pela inadimplência no Estado, enquanto os mercadistas das demais regiões optaram por conceder crédito.
"Temos mais demanda, mas cada vez menos estamos liberando para novos clientes", comenta Marcelo Soares, proprietário do mercado Soares, na avenida João Pessoa, na Capital. A justificativa do comerciante para a diminuição da oferta é que "não se fazem mais bons pagadores como antigamente". Ele acredita que a crise tem dificultado a organização do orçamento familiar, o que impacta o seu negócio - especialmente a caderneta. Em uma conta rápida, ele calcula que de cada 10 cadernetas, seis não estão sendo pagas em dia.
Isso levou o empresário a tomar uma série de precauções. Soares costuma ter um controle rígido sobre as cadernetas que abre, por isso, para funcionários das empresas que estão situadas na região do seu mercado, por exemplo, o comerciante exige que o chefe do setor, geralmente um funcionário com mais tempo de casa e já conhecido, ateste o vínculo para que o crédito seja liberado.
O melhor cliente do mercado compra no fiado com ele há 12 anos. Soares conta que suas dívidas no final do mês chegam a quatro dígitos que são pagas pontualmente. "A maioria dos clientes desse tipo já morreram", lamenta. A média de valores das demais cadernetas é de R$ 200,00 a R$ 300,00. O comerciante explica que quando ele abriu seu negócio, em 2005, os tempos eram outros: não havia tanta demanda pela caderneta, mas quem pedia quitava as dívidas sem maiores problemas ou necessidade de constrangimento.
A pesquisa realizada pela Kantar ainda aponta que 14,1 milhões de famílias usaram ao menos uma vez a caderneta para ir às compras no ano passado dada a recessão econômica, ante 13,5 milhões em 2015. A estimativa é de que meio milhão de família fizeram do método o usual para itens básicos. A consultoria responsável pelo levantamento visita mensalmente 11,3 mil domicílios do território nacional, portanto, a amostra retrata os hábitos de consumo de 52 milhões de famílias no País.
A modalidade de pagamento caía em média 6% ao ano, por estar diretamente ligada ao desemprego. A virada se deu pelo desequilíbrio na equação entre emprego, inflação e consumo.
A pesquisa da Kantar ainda aponta que a caderneta é o quarto meio de pagamento escolhido pelo brasileiro nas compras de produtos básicos, perdendo para o dinheiro, o cartão de crédito e o cartão de débito, mas ainda à frente do cheque e do tíquete alimentação.
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