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Economia

- Publicada em 29 de Março de 2017 às 18:31

Plano de saúde dos servidores dos Correios é inviável, diz Campos

Benefício médico a funcionários custou R$ 1,6 bi em 2015

Benefício médico a funcionários custou R$ 1,6 bi em 2015


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, disse ontem que o atual modelo de plano de saúde dos funcionários, que atende aos servidores, pais, cônjuges e dependentes, é inviável e não cabe no orçamento da estatal. Segundo ele, os Correios arcam com 93% do custo e os trabalhadores, com 7%. Em 2015, a empresa fechou o ano com prejuízo de R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão causado, segundo Campos, pelo plano de saúde dos empregados.
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, disse ontem que o atual modelo de plano de saúde dos funcionários, que atende aos servidores, pais, cônjuges e dependentes, é inviável e não cabe no orçamento da estatal. Segundo ele, os Correios arcam com 93% do custo e os trabalhadores, com 7%. Em 2015, a empresa fechou o ano com prejuízo de R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão causado, segundo Campos, pelo plano de saúde dos empregados.
"É impossível manter isso no orçamento da empresa. A direção não quer acabar com o plano, mas é preciso mudar. O plano de saúde dos funcionários dos Correios está matando os Correios." Mudanças no sistema de saúde dos servidores estão sendo negociadas com sindicatos da categoria.
Campos participou de audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, onde defendeu que a empresa encontre uma nova fórmula de sobrevivência para além dos serviços postais. Para ele, a estatal demorou a se preparar para as mudanças no mercado geradas pelo avanço tecnológico.
"No passado, a comunicação entre as empresas, pessoas, instituições era feita através da correspondência. É uma época que não existe mais. Hoje, passamos por uma revolução tecnológica, e esse impacto vem diretamente às empresas postais, no Brasil e no mundo. A grande diferença entre os Correios brasileiro e os de outros países é que a percepção e a atuação para encarar essa nova realidade lá fora começou há muito mais tempo, há pelo menos 10 anos. Aqui, esse movimento não acorreu", disse.
Segundo Campos, outros países encontraram soluções como a oferta de serviços financeiros e a atuação em logística. Para o presidente da estatal brasileira, o caminho natural para os Correios é a migração para a logística de encomendas, em função do comércio eletrônico. "Os Correios estão focados firmemente nesse mercado."
Sobre as contas da instituição, dentro do pacote de reestruturação da empresa, que será apresentado em até 90 dias, consta uma solicitação à Caixa Econômica Federal para os Correios oferecerem em suas agências uma espécie de loteria. Hoje, as loterias são monopólio da Caixa, mas já existe uma discussão em âmbito federal para abertura do mercado para novas empresas, inclusive pela privatização da Lotex.
No início do mês, os Correios anunciaram o fechamento de 250 agências, de 6.511 próprias no País. A decisão faz parte da estratégia de redução de gastos da empresa. A iniciativa atinge agências em cidades com mais de 50 mil habitantes de todas as regiões.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse que é preciso achar um caminho para a crise dos Correios e reafirmou que, caso contrário, não vê caminho possível que não seja a privatização da empresa. Ele negou, porém, que o processo de venda da empresa esteja em discussão dentro do governo do presidente Michel Temer.
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