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Consumo

- Publicada em 29 de Março de 2017 às 17:41

Juro do cartão cai pela 1ª vez em cinco meses

Custo médio do parcelado passou de 161,9% para 163,5% a.a.

Custo médio do parcelado passou de 161,9% para 163,5% a.a.


MARCO QUINTANA/JC
A decisão do Banco Central (BC) de modificar as regras dos cartões de crédito e proibir que alguém fique mais que 30 dias no rotativo começou a surtir os primeiros efeitos: os juros da modalidade caiu pela primeira vez desde outubro mas, o crédito parcelado - apresentado pelo governo como opção para fugir dos juros altos do rotativo - fica cada vez mais caro. A taxa é a maior desde quando o BC passou a registrar os dados há seis anos.
A decisão do Banco Central (BC) de modificar as regras dos cartões de crédito e proibir que alguém fique mais que 30 dias no rotativo começou a surtir os primeiros efeitos: os juros da modalidade caiu pela primeira vez desde outubro mas, o crédito parcelado - apresentado pelo governo como opção para fugir dos juros altos do rotativo - fica cada vez mais caro. A taxa é a maior desde quando o BC passou a registrar os dados há seis anos.
Segundo os dados divulgados pela autoridade monetária ontem, o custo médio do crédito parcelado passou de 161,9% ao ano para 163,5% ao ano (a.a.). É o maior patamar da série histórica. Enquanto isso, a média das taxas cobradas pelas instituições financeiras no crédito rotativo caiu de 486,7% ao ano para 481,5% ao ano em fevereiro.
Para o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel, a tendência é que os juros do rotativo mostrem uma queda ainda maior em março. "Vários bancos já anunciaram um corte na taxa do rotativo. A gente sabe que vai cair, mas a gente só não sabe quanto."
Em janeiro, o governo anunciou uma medida para combater o alto custo do crédito rotativo. O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu restringir o uso dessa modalidade de financiamento para apenas 30 dias. A partir de 3 de abril, o brasileiro não poderá mais ficar indefinidamente pendurado no rotativo. Pela nova regra, o cliente que não pagar toda a fatura no seu vencimento, tem de liquidar a dívida na fatura seguinte. Os bancos já começaram a criar produtos para atender quem não consegue pagar a fatura.
O Banco Central manteve a projeção de crescimento para o crédito de 2% neste ano, apesar das retrações sucessivas do volume de empréstimos no País. Maciel ressaltou que há sinais de que há melhora para o setor. A pesquisa trimestral de condições de crédito, também divulgada nesta quarta-feira, mostra por exemplo que a demanda por crédito habitacional que estava negativa nos últimos três meses em 0,25 (numa escala que vai de menos dois pontos a mais dois pontos) passou para o campo positivo. No próximo trimestre, a perspectiva de demanda é de 0,63.
Para Maciel, a mudança de normas para o uso do FGTS é a razão para a alta da demanda. Em novembro, o governo decidiu aumentar o limite para o uso do fundo na compra de imóveis de R$ 650 mil para R$ 800 mil (Nas quatro maiores capitais, o valor subiu de R$ 750 mil para R$ 950 mil). Já em fevereiro, o governo decidiu aumentar o limite do valor do imóvel que pode ser financiado pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH) para R$ 1,5 milhão.
 

Pesquisa trimestral do Banco Central mostra melhora em todos os itens relativos ao crédito

A nova pesquisa trimestral de condições de crédito mostra melhora em todos os segmentos pesquisados, com clara reação positiva da demanda por empréstimos entre empresas e famílias. A reação mais pronunciada acontece no crédito habitacional para pessoas físicas, cuja demanda reagiu com força.
Realizada trimestralmente com instituições financeiras que respondem por mais de 90% do mercado de crédito no Brasil, a pesquisa divulgada nesta quarta-feira avalia três fatores: perspectiva para a oferta, demanda e aprovação das operações. Para os três quesitos, são feitas avaliações que oscilam de -2 (cenário mais adverso) até 2 (cenário mais favorável).
No crédito habitacional para pessoa física, a demanda para os próximos três meses ficou em 0,63 - o que mostra reversão em relação aos três meses anteriores, quando o índice da demanda estava em -0,25. A perspectiva de aprovação desses financiamentos também melhorou e passou de 0,13 para 0,38. No crédito pessoa física para o consumo, a demanda passou de -0,24 para 0,14. A perspectiva de oferta e aprovação desses empréstimos também melhorou e passou, respectivamente, de -0,05 para 0,11 e de -0,05 para 0,10.
Para as firmas, a perspectiva de demanda por crédito entre as grandes empresas passou de -0,22 nos últimos três meses para 0,22 no próximo trimestre. A perspectiva de oferta nesse segmento melhorou, mas continua negativa e passou de -0,43 para -0,13. Para o crédito para as micro, pequenas e médias empresas, o índice da demanda passou de -0,41 para 0,09. Assim como para as grandes, o cenário para a oferta melhorou, mas ainda é negativo e passou de -0,69 para -0,44.
O chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel, explicou que a reação da demanda pode ser resultado da queda do endividamento entre empresas e famílias. Além disso, a melhora das condições macroeconômicas e redução relativa do custo de crédito encorajam a tomada de crédito, diz o técnico do BC. Apesar dessa melhora dos indicadores de demanda, Maciel nota que a "pesquisa ainda mostra níveis ainda bastante modestos" das condições de mercado de crédito.