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Economia

- Publicada em 26 de Março de 2017 às 16:59

Bndes articulou consolidação dos grandes frigoríficos

O Bndes aplicou R$ 14,3 bilhões, entre 2005 e 2015, para consolidar o setor de processamento de carnes, abalado desde a semana passada pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF). O valor inclui empréstimos diretos e indiretos, aplicação em títulos de dívida e compra de participações acionárias para seis empresas, conforme levantamento feito na base de dados do banco.
O Bndes aplicou R$ 14,3 bilhões, entre 2005 e 2015, para consolidar o setor de processamento de carnes, abalado desde a semana passada pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF). O valor inclui empréstimos diretos e indiretos, aplicação em títulos de dívida e compra de participações acionárias para seis empresas, conforme levantamento feito na base de dados do banco.
O Bndes atuou como articulador da consolidação dos frigoríficos na década passada, num processo que levou o Brasil ao posto de maior exportador de carnes do mundo. JBS, das marcas Friboi e Seara, e Marfrig (que não está na Operação Carne Fraca) são alguns dos expoentes do apoio do banco à consolidação internacional de empresas brasileiras, conhecida como política de "campeões nacionais" e alvo de críticas de muitos economistas.
Quatro empresas abocanharam R$ 14 bilhões - não foram considerados empréstimos automáticos, a maioria para investir em máquinas e equipamentos. Além de JBS (R$ 5,4 bilhões) e Marfrig (R$ 3,8 bilhões), o Bertin recebeu R$ 2,7 bilhões. Em 2009, o JBS comprou o Bertin, formando o maior produtor de proteína animal do mundo. A BRF, criada em meio à crise de 2008, com a fusão entre Sadia e Perdigão, recebeu um total de R$ 2 bilhões. Minerva recebeu R$ 132 milhões em crédito; e Independência, R$ 250 milhões em participação acionária.
Especialistas reconhecem que a consolidação contribuiu para avanços na qualidade da carne. Mas, para José Carlos Hausknecht, diretor da consultoria MB Agro, a consolidação poderia ter ocorrido sem o Bndes. "Talvez, uma consolidação não tão forte, com mais players e, provavelmente, de maneira mais saudável." Após a consolidação, o mercado nacional de carnes ficou dominado por JBS, Marfrig, BRF, Minerva e Independência. Na visão do professor John Wilkinson, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Ufrrj), a concentração era inevitável, mas o saldo foi positivo, e a participação do Bndes fez sentido. "Há 15 anos, 50% do setor era informal, clandestino", disse ele, destacando que hoje a informalidade é inferior a 10%.
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